Luanda
- Angola defendeu hoje a inclusão da linguística bantu no Acordo
Ortográfico promovido pela Comunidade dos países de Língua
Portuguesa (CPLP), argumentando que o atual projeto "carece de
conciliação com alguns aspetos".
Numa
mensagem alusiva ao Dia da Língua Portuguesa e da Cultura da CPLP, o
Ministério da Educação angolano adianta que pretende ver refletido
no acordo os vários aspetos "para que a realidade da
linguística portuguesa de Angola possa ser retratada nas gramáticas
contemporâneas".
"Certamente,
a comunidade irá atender a esta necessidade do desenvolvimento
linguístico de Angola, pois os Estados que a compõem são
democráticos e atendem as recomendações das organizações
regionais dos Estados Membros, como é o caso da Academia das Línguas
Africana (ACALAN)", lê-se no documento.
Segundo
a mensagem, a ACALAN, enquanto instituição da União Africana (UA),
recomenda a conciliação dos fenómenos linguísticos, com vista à
preservação da paz.
"Este
é o percurso que Angola tem seguido, da promoção da paz, enquanto
Estado Membro plurilingue e com necessidade de construir e de
preservar o legado mais precioso, que é a paz", assevera.
Nesse
sentido, prossegue-se no documento, Angola defende a elaboração de
um vocabulário ortográfico nacional e a retificação de
determinadas bases técnicas científicas para ratificar o Acordo
Ortográfico na CPLP.
O
acordo, em vigor desde 1990, foi ratificado apenas por Portugal,
Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Angola mantém-se de
fora por considerar haver aspetos a acertar no acordo.
As
línguas bantu - mais de 600, embora os idiomas formem uma família
de cerca de 1.500 línguas diferentes -, são faladas em mais de duas
dezenas de países das Áfricas Ocidental, Central e Austral,
incluindo Angola e Moçambique.
Banto,
ou bantu, é um termo utilizado para se referir a um tronco
linguístico, uma língua que deu origem a diversas outras
maioritariamente no centro e sul do continente africano.
O
termo acabou por ser aproveitado para se referir ao conjunto de 300 a
600 grupos étnicos diferentes que povoam a mesma área, tratando-se,
porém, de uma classificação baseada na semelhança linguística, e
por isso, a palavra banto não se refere a um povo, nem sequer a uma
etnia. In “Sapo Timor-Leste” com “Lusa”
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