O presidente do Camões –
Instituto da Cooperação e da Língua (Camões, I.P.), Luís Faro Ramos, e o
diretor Executivo do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP),
Incanha Intumbo, assinaram no dia 28 de fevereiro, o ato de entrega pelo
Governo da República Portuguesa ao IILP de uma contribuição voluntária no valor
de 200 mil euros “para o desenvolvimento do programa de bolsas de cientista
convidado do IILP por um período de três anos (2019-2021) durante o qual serão
anualmente concedidas duas bolsas a investigadores de língua portuguesa para
apoio a projetos do IILP”, informa uma nota divulgada pelo Camões, I.P.
O documento foi assinado na
presença do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, da
secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro,
e o Secretário Executivo da CPLP, Francisco Ribeiro Telles.
O ‘Programa de bolsas:
Cientista convidado do IILP’, que tem o apoio do Governo português, foi lançado
pelo IILP para dinamizar o idioma comum ao espaço da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP).
Luís Faro Ramos sublinhou que
este “estímulo” permitirá ao IILP reforçar as suas atividades e apelou aos
restantes países da CPLP e aos observadores associados para que sigam o exemplo
português e contribuam também com programas semelhantes para que a atividade do
IILP “seja mais visível e tenha mais resultados”.
Na cerimónia de assinatura do
protocolo, em Lisboa, foram reconhecidas as dificuldades que o IILP tem
enfrentado para desenvolver as suas atividades devido à falta de meios humanos
e financeiros, e fizeram-se apelos a outros países para que sigam o exemplo português.
O diretor executivo do ILLP,
Incanha Intumbo, reconheceu que o instituto tem desenvolvido a sua missão a
custo devido à “insuficiência financeira” e afirmou que os Estados-membros
deviam esforçar-se para cumprir os seus compromissos a nível de contribuições
(quotas), apesar de alguns terem “situações financeiras muito complicadas”.
O IILP quer realizar
atividades nos países-membros, mas “isso tem custos em recursos humanos e
materiais”, frisou Incanha Intumbo, acrescentando que, sem meios, não é possível
realizar essas atividades.
Para Incanha Intumbo, este
“apoio extraordinário”, que representa dois terços do orçamento do IILP, é “um
marco” que vai “permitir levar o IILP às pessoas” e desenvolver mais programas
no terreno.
O diretor executivo do IILP
destacou a relevância da língua portuguesa, apontando estimativas que colocam o
número de potenciais falantes de língua portuguesa entre 270 a 280 milhões, com
impacto económico na internacionalização das empresas e nas trocas comerciais.
O ministro dos Negócios
Estrangeiros, Augusto Santos Silva, mostrou disponibilidade para que Portugal
dê continuidade a esta contribuição extraordinária, mas sem se comprometer.
“Como nos casamentos, o amor
começa por ser extraordinário e depois vai crescendo e, seguramente, aqui vai
acontecer o mesmo”, desde que se deem os “passos certos” e os montantes sejam
“bem administrados” para poder crescer “solidamente”, afirmou o chefe da
diplomacia portuguesa.
Santos Silva acrescentou que o
objetivo é apoiar o IILP na sua missão principal de promover a língua, com um
programa que valoriza “a dimensão da investigação aplicada e aplicável ao
ensino do português enquanto língua não materna”. In
“Mundo Português” - Portugal
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