O
presidente
do Instituto Camões, Luís Faro Ramos, considerou que o número de
alunos inscritos em aulas de português no ensino básico e
secundário da Califórnia, Estados Unidos, 2200, “não tem
correspondência” com a dimensão da comunidade. O responsável do
Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, que esta semana
faz a sua primeira visita à Costa Oeste, referiu que se trata de um
número “relativamente modesto” e que o objetivo do instituto é
aumentá-lo “com a ajuda das comunidades e com as estruturas que já
funcionam”
Luís
Faro Ramos notou que “existe apetência” pelo ensino da língua e
estabeleceu como desafio “aumentar o número de alunos
lusodescendentes que estão nas aulas de português”, sublinhando
que a Califórnia “tem uma comunidade lusodescendente muito
importante”.
De
acordo com o censo de 2010, é na Califórnia que se concentra a
maior comunidade luso-americana dos Estados Unidos, mais de 346 mil
pessoas.
O
número de alunos de português no ensino básico e secundário em
todo o país é superior a 18 mil, o que indica que a proporção de
alunos na Califórnia não corresponde à dimensão da comunidade,
apesar de haver um “movimento ascendente”.
“Vamos
fazer um trabalho no sentido de dinamizar essa vontade e ver se os
números de alunos lusodescendentes inscritos nas aulas de português
também podem crescer nos próximos tempos”, frisou Luís Faro
Ramos.
Os
indicadores que o presidente recebeu na sua primeira paragem, na
escola secundária de Point Loma em San Diego, foram positivos.
A
escola pública tem 103 alunos de português “na fase mais
avançada” de aprendizagem, entre o 10º e o 12º ano, um número
“muito bom” que inclui luso-americanos, alunos com origem em
países latino-americanos e também norte-americanos.
As
motivações para aprender português em Point Loma variam, referiu o
presidente, explicando que vão desde o aspeto cultural e literário
a negócios e comunicação inter-geracional.
A
intenção do Camões é agora estabelecer um protocolo com a escola,
à semelhança do que acontece com outras instituições de ensino no
país, estando em cima da mesa a introdução da língua portuguesa
nos níveis abaixo do secundário e do básico.
O
instituto está também a trabalhar para o reforço da abertura de
centros de exames NEWL – National Examinations in Work Languages,
tendo sido aberto esta semana um centro na universidade estadual de
San Diego.
O
português foi classificado como língua crítica no ano passado, o
que demonstra “uma vontade assumida por parte das autoridades dos
Estados Unidos de que seja uma língua com mais valor, mais créditos
e mais destaque”.
Luís
Faro Ramos participou como orador na conferência da cátedra Ana
Hatherly na universidade de Berkeley, intitulada “Entrelinhas:
Tradição e Plasticidade em Ana Hatherly”, onde também falará a
cônsul geral de Portugal em São Francisco, Maria João Lopes
Cardoso. In “Mundo
Português” - Portugal
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