A
petrolífera timorense Timor Gap espera receber “nos próximos dias” os 650
milhões que o Banco Central (BCTL) vai retirar do Fundo Petrolífero para a
compra da participação maioritária no consórcio do Greater Sunrise, disse o
presidente da empresa
“Já assinámos o acordo com o
BCTL e, por isso, é uma questão de dias até termos a transferência para a nossa
conta”, explicou Francisco Monteiro em declarações à Lusa.
Depois, explicou, a Timor Gap
vai aguardar – previsivelmente até 27 de março – o visto final do Foreign
Investment Review Board (FIRB) australiano, para que concretize a transferência
dos fundos para a ConocoPhillips e a Shell.
O FIRB examina propostas de
estrangeiros que queiram investir na Austrália e faz recomendações ao Tesouro
pelo que, no caso do consórcio dos poços do Greater Sunrise, o seu visto é
essencial.
“Este é um procedimento
normal. O pedido já foi feito por nós e o FIRB está a analisar o assunto.
Seguuirá naturalmente o seu protocolo e procedimento, porque se trata de
jurisdição australiana”, explicou Monteiro.
“A nossa expectativa é de que
essa análise esteja concluída até 27 de março”, referiu o presidente e diretor
executivo da Timor Gap.
Na quinta-feira, o
vice-governador do Banco Central de Timor-Leste (BCTL), Venâncio Alves Maria,
confirmou à Lusa que a entidade já tinha recebido a ordem do Governo para
processar o pagamento da compra das participações da ConocoPhillips e Shell no
consórcio do Greater Sunrise
O vice-governador do BCTL
disse que “no momento oportuno o público será informado” da operação com a qual
Timor-Leste, através da sua petrolífera Timor Gap, vai comprar por 650 milhões
de dólares (574 milhões de euros) uma participação de 56,6% no consórcio.
Na quarta-feira, a ministra
interina das Finanças, Sara Lobo Brites, disse ter dado instruções ao BCTL,
como gestor operacional do Fundo Petrolífero para a transferência dos 650
milhões para a compra da participação.
Com a concretização do
negócio, acordado no ano passado com as petrolíferas, Timor-Leste assumirá uma
participação maioritária de 56,6% no consórcio do projeto onde estão ainda a
petrolífera australiana Woodside, como operadora, e a Osaka Gas.
Na semana passada, em
entrevista à Lusa, Francisco Monteiro, disse que Timor-Leste quer evitar
recorrer ao Fundo Petrolífero (FP) para financiar os custos de capital (CAPEX)
até 12 mil milhões de dólares para o desenvolvimento do projeto do gasoduto
para Timor-Leste e processamento na costa sul.
Após o início da produção, é
esperado um retorno financeiro que pode alcançar os 28 mil milhões de dólares,
explicou o responsável.
“A nossa estimativa
conservadora é de que pelo menos 28 mil milhões entrarão no FP do Greater
Sunrise, sem contar outros benefícios económicos como empregos criados, por
isto ocorrer em Timor-Leste”, disse Monteiro.
No cenário mais conservador de
lucros, as contas da Timor Gap assentam na previsão de que o Greater Sunrise
tem reservas de 4,6 triliões de pés cúbicos de gás e 226 milhões de barris de
petróleo, com um preço de 62,5 dólares por barril. In
“Sapo Timor-Leste” com “Lusa”
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