As perspectivas de crescimento
na movimentação de contêineres na Costa Leste da América do Sul são positivas
para os próximos cinco anos e devem ser aproximadamente três vezes maiores que
o crescimento do PIB, segundo o ECSA Container Terminals Report 2019, produzido
pela Datamar com a colaboração do Dr. Andreas Nohn, consultor marítimo
independente, que atuou de 2013 a 2017 como economista de transportes na HPC
Hamburg Port Consulting GmbH.
Segundo o levantamento
realizado junto aos diretores e principais autoridades de 22 terminais de
contêineres no Brasil, seis na Argentina e dois no Uruguai, a expectativa é que
o setor cresça 5,9% na Costa Leste da América do Sul, impulsionada principalmente
pelo Brasil, que deve ampliar a movimentação em 6,5% por ano. Em 2018, os
portos nos três países movimentaram, ao todo, 12,7 milhões de TEUs, o que
representou um incremento de 4,9% em relação a 2017, quando foram registrados
12,1 milhões de TEUs. Pelo estudo realizado pela Datamar, o volume de
contêineres no Brasil deve saltar de 10,3 milhões de TEUs para 14,1 milhões de
TEUs até 2023.
De todas as regiões do Brasil,
a que apresentou maior taxa de crescimento na modelagem econômica foi a região
Norte, onde a cabotagem é muito presente para o transporte de eletroeletrônicos
e auto partes. Já o Porto de Santos tende a crescer por mais de um milhão de
TEUs, causando o maior impacto em números absolutos. O relatório traz todos os
números e taxas de crescimento previstas para cada região brasileira.
O Monitor de Negócios dos
Terminais aponta a perspectiva atual e de curto prazo dos terminais. As
classificações foram dadas por cada diretor em uma escala de 0 a 10, sendo que
a média atingiu 6.1. A região que registrou maior potencial de desenvolvimento
foi o Nordeste, onde os terminais acreditam que o ambiente de negócios tende a
melhorar 25% no curto prazo. “Esta região sempre ‘amplifica’ a situação
brasileira. Quando o Brasil vai bem, o Nordeste vai ainda melhor”, disse o
diretor de um terminal importante na região.
Outro ponto de destaque é a
previsão de utilização dos terminais no Brasil, ou seja, quanto se tem de
movimentação em relação à capacidade, que deve subir de 56,6% para 64,7% em
2023, considerando as expansões atualmente planejadas pelos terminais. A
incorporação de embarcações cada vez maiores às frotas – navios de 14 mil TEUs
– trará mudanças à navegação regional, já que nem todos os portos serão capazes
de receber os grandes navios. “Buenos Aires é o caso mais emblemático, e que
tende a provocar um aumento de transbordos em Santos e nos portos do sul do
Brasil”, explica Andrew Lorimer, diretor da Datamar.
Com a contínua consolidação do
setor, o mercado de transporte de contêineres na região ECSA está cada vez mais
concentrado. De acordo com o relatório, os quatro maiores armadores – Maersk,
MSC, CMA CGM e Hapag-Lloyd – respondem por 79,2% de toda a capacidade prevista
em fevereiro de 2019. Em termos de tráfego marítimo, as quatro empresas
representam 82,3% do total de contêineres embarcados em 2018. Destes quatro
armadores dois são sócios em terminais de contêineres de importante relevância
no Brasil. “A tendência é que os terminais independentes tentem encontrar o seu
nicho. Se o otimismo apontado pelo relatório se concretizar, haverá espaço para
todo mundo”, ressalta o diretor da Datamar.
O ECSA Container Terminals
Report traz uma análise completa dos seguintes pontos:
Previsão de demanda e
capacidade por região até 2023
Avalia o histórico dos últimos
anos, as previsões de taxa de crescimento regional do PIB, os fatores políticos
e econômicos, bem como as restrições dos comércios para as grandes indústrias
regionais.
Planejamento das autoridades
portuárias para concessão de terminais
O efeito sobre os terminais
dos planejamentos realizados por parte das autoridades portuárias. Os possíveis
desfechos das situações enfrentadas pelos terminais e o efeito sobre seus
planos de investimento e expansão.
Novas configurações de
serviços dos armadores em cada terminal:
Atualizações, alinhamento
frente às alianças globais, performance dos serviços e possíveis restriçõs de
mercado por agências concorrentes.
Possíveis restrições
portuárias frente ao aumento do tamanho dos navios:
Como a chegada de navios
maiores à Costa Leste da América do Sul pode impactar os terminais. As
características portuárias que podem fazer a diferença neste cenário.
Dados confiáveis e atualizados
de movimentação, infraestrutura e equipamentos:
Dados recebidos diretamente
dos armadores e terminais. Traz análises de demanda, capacidade, movimentação
de longo curso, cabotagem, cheios, vazios, transbordos, mercadorias,
acessibilidade naval, infraestrutura, equipamentos, serviços e rotas. In “Portos
e Navios” – Brasil com “Jornal
Dia a Dia”
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