Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 23 de março de 2019

América do Sul - Movimentação de contêineres na Costa Leste deve crescer a uma média anual de 5,9% até 2023


As perspectivas de crescimento na movimentação de contêineres na Costa Leste da América do Sul são positivas para os próximos cinco anos e devem ser aproximadamente três vezes maiores que o crescimento do PIB, segundo o ECSA Container Terminals Report 2019, produzido pela Datamar com a colaboração do Dr. Andreas Nohn, consultor marítimo independente, que atuou de 2013 a 2017 como economista de transportes na HPC Hamburg Port Consulting GmbH.

Segundo o levantamento realizado junto aos diretores e principais autoridades de 22 terminais de contêineres no Brasil, seis na Argentina e dois no Uruguai, a expectativa é que o setor cresça 5,9% na Costa Leste da América do Sul, impulsionada principalmente pelo Brasil, que deve ampliar a movimentação em 6,5% por ano. Em 2018, os portos nos três países movimentaram, ao todo, 12,7 milhões de TEUs, o que representou um incremento de 4,9% em relação a 2017, quando foram registrados 12,1 milhões de TEUs. Pelo estudo realizado pela Datamar, o volume de contêineres no Brasil deve saltar de 10,3 milhões de TEUs para 14,1 milhões de TEUs até 2023.

De todas as regiões do Brasil, a que apresentou maior taxa de crescimento na modelagem econômica foi a região Norte, onde a cabotagem é muito presente para o transporte de eletroeletrônicos e auto partes. Já o Porto de Santos tende a crescer por mais de um milhão de TEUs, causando o maior impacto em números absolutos. O relatório traz todos os números e taxas de crescimento previstas para cada região brasileira.

O Monitor de Negócios dos Terminais aponta a perspectiva atual e de curto prazo dos terminais. As classificações foram dadas por cada diretor em uma escala de 0 a 10, sendo que a média atingiu 6.1. A região que registrou maior potencial de desenvolvimento foi o Nordeste, onde os terminais acreditam que o ambiente de negócios tende a melhorar 25% no curto prazo. “Esta região sempre ‘amplifica’ a situação brasileira. Quando o Brasil vai bem, o Nordeste vai ainda melhor”, disse o diretor de um terminal importante na região.

Outro ponto de destaque é a previsão de utilização dos terminais no Brasil, ou seja, quanto se tem de movimentação em relação à capacidade, que deve subir de 56,6% para 64,7% em 2023, considerando as expansões atualmente planejadas pelos terminais. A incorporação de embarcações cada vez maiores às frotas – navios de 14 mil TEUs – trará mudanças à navegação regional, já que nem todos os portos serão capazes de receber os grandes navios. “Buenos Aires é o caso mais emblemático, e que tende a provocar um aumento de transbordos em Santos e nos portos do sul do Brasil”, explica Andrew Lorimer, diretor da Datamar.

Com a contínua consolidação do setor, o mercado de transporte de contêineres na região ECSA está cada vez mais concentrado. De acordo com o relatório, os quatro maiores armadores – Maersk, MSC, CMA CGM e Hapag-Lloyd – respondem por 79,2% de toda a capacidade prevista em fevereiro de 2019. Em termos de tráfego marítimo, as quatro empresas representam 82,3% do total de contêineres embarcados em 2018. Destes quatro armadores dois são sócios em terminais de contêineres de importante relevância no Brasil. “A tendência é que os terminais independentes tentem encontrar o seu nicho. Se o otimismo apontado pelo relatório se concretizar, haverá espaço para todo mundo”, ressalta o diretor da Datamar.

O ECSA Container Terminals Report traz uma análise completa dos seguintes pontos:

Previsão de demanda e capacidade por região até 2023
Avalia o histórico dos últimos anos, as previsões de taxa de crescimento regional do PIB, os fatores políticos e econômicos, bem como as restrições dos comércios para as grandes indústrias regionais.
Planejamento das autoridades portuárias para concessão de terminais
O efeito sobre os terminais dos planejamentos realizados por parte das autoridades portuárias. Os possíveis desfechos das situações enfrentadas pelos terminais e o efeito sobre seus planos de investimento e expansão.

Novas configurações de serviços dos armadores em cada terminal:

Atualizações, alinhamento frente às alianças globais, performance dos serviços e possíveis restriçõs de mercado por agências concorrentes.
Possíveis restrições portuárias frente ao aumento do tamanho dos navios:
Como a chegada de navios maiores à Costa Leste da América do Sul pode impactar os terminais. As características portuárias que podem fazer a diferença neste cenário.

Dados confiáveis e atualizados de movimentação, infraestrutura e equipamentos:

Dados recebidos diretamente dos armadores e terminais. Traz análises de demanda, capacidade, movimentação de longo curso, cabotagem, cheios, vazios, transbordos, mercadorias, acessibilidade naval, infraestrutura, equipamentos, serviços e rotas. In “Portos e Navios” – Brasil com “Jornal Dia a Dia”

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