O Governo vai contratar mais
professores de português e atribuir mais bolsas a alunos chineses que estudem
português e a estudantes de países de língua portuguesa que queiram aprender
chinês, afirmou esta segunda-feira, em Lisboa, o secretário para os Assuntos
Sociais e Cultura, Alexis Tam.
O secretário para os Assuntos
Sociais e Cultura, que recebeu na segunda-feira o doutoramento ‘Honoris Causa’
na Universidade de Lisboa, salientou no seu discurso a importância de reforçar
a cooperação entre os países lusófonos e a China, destacando áreas como o
turismo e o comércio. “Iremos apostar ainda mais na promoção da cooperação nos
domínios educativo e cultural, dando continuidade ao Festival de Artes de
Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa e ao Fórum Cultural,
contratando mais docentes de língua portuguesa, aumentando o número de bolsas
para estudantes dos países de língua portuguesa que desejem aprender o chinês e
para alunos chineses que estudem o português”, realçou o governante.
Além de ser uma das línguas
oficiais de Macau, o português é uma das línguas estrangeiras mais procuradas
pelos estudantes chineses e o Governo de Macau tem vindo a planear um sistema
educativo bilingue para criar oportunidades para aprender o português e o
chinês. “Estamos a implementar políticas para atrair os alunos não apenas
portugueses, mas também de países de língua portuguesa para estudar em Macau”,
declarou Alexis Tam aos jornalistas, lembrando que o português “é uma das
línguas mais faladas do mundo”, despertando interesse não só em Macau, mas também
na China “devido à amizade entre os dois países” e às ligações comerciais.
Durante o discurso, Alexis Tam
adiantou que o título que lhe foi atribuído tem “um significado especial”, já
que foi aluno da Universidade de Lisboa, onde além de abrir “horizontes” e
estabelecer contactos com mundo ocidental, conheceu também a mulher. “Foi-me
difícil não ficar apaixonado por este país e pelo seu povo”, confessou.
O secretário enalteceu o
relacionamento de Portugal e da China ao longo de quatro séculos, do qual
resultaram “laços de amizade e confiança mútuas” e sublinhou que ao regressar a
Macau, “um território onde se cruzam e coexistem as civilizações ocidental e
oriental”, trabalhou em prol da educação e do desenvolvimento de políticas de
promoção da aprendizagem de línguas estrangeiras.
Na cerimónia de atribuição do
título ‘Honoris Causa’, o ex-reitor da Universidade de Lisboa e padrinho do
homenageado, António Sampaio da Nóvoa, elogiou o antigo aluno da Faculdade de
Letras por ser um “homem que sempre cuidou da língua e cultura portuguesas”.
Várias individualidades ligadas à educação e a Macau estiveram também presentes
no tributo, desde diplomatas a ex-governadores, passando pelo presidente da
Fundação Oriente, Carlos Monjardino, e o ex-ministro da Educação, Roberto
Carneiro. In “Ponto Final” – Macau com “Lusa”
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