Um
astrolábio recuperado no local do naufrágio de uma nau da armada portuguesa
participante na segunda viagem de Vasco da Gama à Índia, em 1502-1503, foi
classificado pelo livro "Guinness World Records" como o mais velho do
mundo
Resgatado ao fundo do mar
Arábico, ao largo da costa de Omã, por arqueólogos britânicos em 2016, o
instrumento de navegação pertencente à nau "Esmeralda", naufragada em
1503, foi também autenticado por investigadores como o único astrolábio de
disco sólido com uma proveniência verificável e o único exemplar decorado com
um símbolo nacional: o brasão real de Portugal.
O fino disco de 175 milímetros
de diâmetro e apenas 344 gramas foi analisado por uma equipa de investigadores
que viajou até Mascate, Omã, em novembro de 2016, para fazer imagens 'laser' de
uma seleção dos mais importantes artefactos recuperados no local do naufrágio
da nau portuguesa.
O processo científico de
autenticação do disco como sendo um astrolábio, realizado por meio de imagens
'laser', foi descrito num trabalho publicado terça-feira no International Journal of Nautical
Archaeology por David Mearns e Jason Warnett, da empresa
Blue Water Recoveries, e Mark Williams, do departamento de investigação WMG da
Universidade de Warwick, no Reino Unido.
Os investigadores creem que o
astrolábio Sodré que agora entrou para o "Livro Guinness dos Recordes
Mundiais" foi feito entre 1496 e 1501.
Como o mais antigo astrolábio
autenticado, preenche uma lacuna cronológica no desenvolvimento destes
instrumentos icónicos e pensa-se ter sido um instrumento de transição entre o
astrolábio planisférico clássico e o astrolábio de roda aberta, que começou a
ser usado algum tempo antes de 1517.
Os astrolábios são
considerados o mais raro e mais valioso dos artefactos encontrados em locais de
naufrágios antigos, existindo apenas 104 exemplares em todo o mundo. In “Visão”
- Portugal
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