A
Capítulo Oriental, agência literária focada na Ásia e nos países e territórios
de língua portuguesa, foi hoje oficialmente lançada
Nasceu para aproximar
literaturas. A Capítulo Oriental, primeira agência literária sediada em Macau,
quer servir de ponte entre a Ásia e os países e territórios de língua
portuguesa. Para já, representa cerca de 60 nomes de mais de uma dezena de
países e regiões. O agenciamento dos direitos autorais, a promoção da
participação dos escritores em festivais e feiras do livro e a publicação de
antologias multilingues em Macau são alguns dos objectivos da agência, oficialmente
lançada.
À frente do projecto está
Hélder Beja, jornalista, fundador e antigo director de programação do festival
literário de Macau Rota das Letras. “Era uma ideia que já me acompanhava há
alguns anos e que se me apresentava como um desenvolvimento natural do trabalho
que venho fazendo há quase uma década, sempre ligado à literatura dos países de
língua de portuguesa e da Ásia. Além disso, não havia nenhum projecto com este
cariz, realmente dedicado a estes dois mundos, com foco nas línguas portuguesa
e chinesa mas também capaz de olhar para os outros espaços em volta, no
continente asiático”, revelou o director da agência ao Extramuros.
A Capítulo Oriental, que já
assinou acordos com outras agências literárias, como é o caso das portuguesas
Bookoffice e Storyspell e da brasileira MTS Agência, oferece ainda serviços de
tradução entre chinês, inglês, português e outros idiomas, maioritariamente
para publicações de arte e instituições artísticas, escolas e universidades, e
ainda traduções literárias para editoras e autores.
A
literatura chinesa “ainda é bastante desconhecida dos leitores de língua
portuguesa”
Han Shaogong, Sheng Keyi,
Lijia Zhang, Hong Yin, btr e Yu Jian são para já os nomes dos autores do
Interior da China representados pela Capítulo Oriental. Ao Extramuros, Hélder
Beja realça que a literatura chinesa tem ainda pouco espaço no universo de
língua portuguesa. “Ainda é bastante desconhecida dos leitores de língua
portuguesa. Há honrosas excepções, como a recente publicação de Yu Hua em
Portugal, mas ainda muitos e bons autores cuja obra continua a simplesmente não
existir para quem vive em Portugal, no Brasil e noutras paragens. A Capítulo
Oriental representa alguns desses nomes, como Sheng Keyi [Interior da China] e
Xu Xi [Hong Kong], e outros se juntarão em breve. Se conseguirmos levar estas
autoras para a língua portuguesa, será qualquer coisa importante e bonita”,
salienta.
O reforço da literatura de e
sobre Macau é também uma das ambições da agência, que lança em paralelo uma
editora com a missão de publicar “sobretudo obras de autores de Macau ou que se
dediquem a escrever sobre o território, bem como antologias multilingues com
autores dos espaços de língua portuguesa e chinesa”.
Os primeiros títulos a
serem publicados são da autoria de dois autores locais. A obra “A Humidade dos
Dias” de Luís Mesquita de Melo, vai ser lançada ainda este mês, e “Vidro
Imaculado”, livro trilingue [chinês, inglês e português] de poesia de Jenny-Lao
Phillips chega às bancas em Abril. Catarina
Domingues - Macau In “Extramuros”
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