Teve
lugar na passada quinta-feira, dia 28 de Fevereiro, no edifício-sede do BCI, a
inauguração da exposição de fotografia ‘Aeroclube de Moçambique – 90 anos, 90
imagens’ que decorrerá até ao próximo dia 08 de Março com entrada livre
Coube ao assessor da
administração do BCI, Luís Aguiar, a primeira intervenção da tarde. Depois de
dar os parabéns à agremiação lembrou que “naquela época, 1928, foi um acto de
arrojo e ousadia a criação de um clube com estas características. A aviação, embora
não estivesse propriamente nos primórdios, carecia de grandes mecanismos de
segurança, fazendo dos pilotos uns autênticos bravos como se pode reconhecer
pelas imagens aqui expostas.”
O jornalista António
Alves Gomes, membro de longa data do Aeroclube de Moçambique, fez uma resenha
histórica, destacando os pontos altos dos 90 anos de actividade. “Situemos no
departamento da nossa história o ACM. Que a sua história seja remetida para o
capítulo da aviação civil. E é nesse capítulo da aeronáutica que o ACM tem
obrigatoriamente que constar. Quem quer a venha a debater e a escrever sobre a
história da aviação civil não poderá, de forma alguma, obliterar o papel
desempenhado e o contributo prestado por esta instituição nesta área da vida
social, cultural, económica, desportiva da nação moçambicana.” Depois lembrou a
atitude filantrópica que sempre presidiu à instituição desde a sua fundação
passando pelo apoio dado em épocas de crise, como foi o casos das cheias de
2000 recordando “os jovens que ficaram semanas a viver em tendas no aeródromo
do Chibuto a receber, para depois distribuir, toneladas de mantimentos
provenientes da ponte aérea que o ACM organizou como Aeroclube da África do Sul
e que foram uma meio de sobrevivência de milhares de vítimas das inundações nos
distritos Chibuto, Manjacaze, Xonguene e cidade de Xai-Xai.” Lembrou ainda os
dois paraquedistas que perderam a vida tentando abastecer as populações na zona
de Vilankulo e Xinavane. “Este espirito, este ADN, como se costuma dizer nos
tempos de hoje, manteve-se sempre vivo, nestes 90 anos. A agremiação cresceu e
desenvolveu-se por todo o Moçambique nesta divisa.” E terminou: “A história do
ACM é, em síntese, uma história de empreendedorismo baseado na criatividade, na
inovação, na resolução de problemas que trouxeram desenvolvimento para a
aviação civil do nosso país e deram oportunidades as pessoas para melhorarem as
suas vidas, contribuindo para o desenvolvimento da nossa sociedade e economia
baseando-se sempre na agregação de valores nacionais. Tem sido um
empreendedorismo positivo, perseverante, criativo, que deve ser mantido e
respeitado hoje e sempre.” In “Olá Moçambique” -
Moçambique
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