A
mítica marca de motos portuguesa Famel quer voltar com "as duas rodas à
estrada", depois da falência no final dos anos 90, mas agora com a
"tecnologia do futuro", elétrica, amiga do ambiente e vocacionada
para a cidade.
Em entrevista à Lusa, um dos
novos donos da marca, Joel Sousa, 31 anos, engenheiro automóvel, explicou que
para cumprir o desejo de “erguer” a marca precisa de “investidores
estratégicos” e que por isso vai levar o protótipo da nova Famel à Web Summit
2017, em Lisboa de 6 a 9 de novembro.
Poucas semelhanças existem
entre a legendária Famel Xf17 e a nova proposta da marca. Mantêm-se as rodas,
mas muda o volante, o assento, o motor, que deixa de ser de combustão, o
quadro, o ‘design’, o preço e o objetivo é que renasça a mística.
“O objetivo principal é voltar
com as duas rodas às estradas. Uma marca histórica como a Famel, que tem todo o
legado por trás e que sustenta a nossa base de trabalho, faz todo o sentido
recuperar para termos uma marca portuguesa nas estradas”, explicou Joel Sousa.
A moto que Joel, em parceria
com mais dois colegas de engenharia eletrónica, quer desenvolver e pôr a rolar
na estrada pouco ou nada se parece com as do portefólio da antiga Famel.
“Depois de vários estudos
acerca das perspetivas de mercado, achamos por bem não entrar nos motores a
combustão e utilizar já a tecnologia do futuro e entrar na mobilidade elétrica.
Com isso também percebemos que existem muitas questões relacionadas com a
conectividade, com a experiência que o utilizador quer ter com o seu veículo e
queremos utilizar essa tecnologia para atrair os jovens para o nosso produto,
um produto amigo do ambiente e com tecnologia de ponta”, disse.
Segundo o engenheiro, o
protótipo com que a FAMEL se vai apresentar na Web Summit, com traço de Helder
Cação, “serviu para validar a nível de ‘design'”, segue-se agora tudo o resto.
“Iremos passar à parte de um
protótipo funcional, que dará para percebermos as limitações e passarmos à
industrialização. Já temos o motor, falta-nos desenvolver o quadro”, explicou.
Quanto ao motor da “máquina”,
que terá autonomia para 100 quilómetros, explicou Joel Sousa, “será elétrica,
equivalente a uma 125 CC de gasolina, mas elétrico porque para além de ser
ecológico tem muito mais aptidão para as cidades e será bastante atrativo”.
Além de fazer renascer a
Famel, os engenheiros propõem-se a acabar com a ideia de que os veículos
elétricos se arrastam na estrada: “Fala-se muito dos veículos elétricos, que
não andam, mas é um mito que tem que ser desfeito”, defendeu.
Para a Famel voltar à estrada
“falta muita coisa”, desde “fazer homologações, testes, mas principalmente
investidores para industrializar e levar o produto para o mercado” e é aqui que
entra a Web Summit.
“Faz sentido estar presente
como é um produto tecnólogo e temos noção que é neste tipo de eventos que estão
os investidores estratégicos que queremos para a marca, ou seja, queremos
investidores da parte tecnológica, do ambiente, que tenham alguma visão acerca
do projeto e do futuro para nos ajudar a erguer a marca”, justificou Joel
Sousa. In “24Sapo” – Portugal
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