O
museu Tate Modern, em Londres, anunciou que vai apresentar a sua primeira
exposição de Pablo Picasso a solo, cujo destaque serão três pinturas de 1932 inspiradas
na amante do artista, Marie-Thérèse Walter
De acordo com o “site” da instituição
londrina, as peças são retratos de mulheres nuas e estarão reunidas numa sala
pela primeira vez em 85 anos, tendo já sido descritas pela directora do museu,
Frances Morris, como “sensuais, sedutoras e bonitas”.
Toda a exibição irá focar-se
num ano formativo da vida do pintor espanhol da corrente surrealista - 1932 -
altura em que este completou 50 anos e contou com a primeira grande
retrospectiva da sua carreira, em Paris e Zurique. Este evento terá
solidificado o estatuto de Picasso como “líder da vanguarda e do movimento de
arte progressiva”, informou a curadora adjunta da exposição, Nancy Ireson.
Foi também esta retrospectiva
que apresentou Walter ao público, uma vez que a amante figurava em muitos dos
trabalhos, sendo que o pintor a conheceu em 1927, após descobrir o perfil da
jovem de 17 anos, nas ruas de Paris. Os curadores a exposição admitiram que a
relação de Picasso com Walter, que cometeu suicídio em 1977, era difícil, sendo
que os dois começaram a envolver-se quando a bailarina ainda não tinha 18 anos.
As três peças centrais de
“Picasso 1932 – Amor, Fama, Tragédia”, expostas na Tate Modern de 8 de Março
até 9 de Setembro de 2018, integram a tendência da romantização de casos
extraconjugais: “A natureza da relação é muito difícil de classificar e claro
que mantê-la um segredo significa uma ausência sua dos arquivos”, explicou o
outro curador adjunto, Achim Borchardt-Hume. No entanto, a amante objecto de
estudo no evento, representava “uma ideia romântica enquanto o pintor se encontrava
numa relação conturbada com a sua esposa”, acrescentou.
Em termos estruturais, a exposição
irá conduzir os visitantes por cada mês de 1932, contendo as pinturas,
esculturas e desenhos principais a que Picasso se dedicou nesse ano, incluindo
quadros como “Mulher em Frente ao Espelho”, normalmente visível no Museu de
Arte Moderna, em Nova Iorque, e “O Sonho”, nunca antes exibido no Reino Unido.
Quanto aos três quadros
principais, os representantes do museu clarificam que estes foram pintados num
“rasgo de criatividade”, no espaço de dez dias, não tendo sido vistos em união
desde da retrospectiva do artista, em 1932, já que se encontram em colecções
privadas. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “Lusa”
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