O Instituto de Formação
Turística (IFT) e a Universidade de Évora assinaram um acordo que pretende
promover o intercâmbio de estudantes, vagas para estágio, investigação conjunta
e colaboração futura em cursos de pós-graduação, tendo em vista a área do restauro
e gestão do património.
Em Setembro, Alexis Tam levou
quatro delegações em visita a Portugal, uma das quais do ensino superior. O
protocolo, que visa aprofundar relações no curso de gestão de património, vai
permitir “colocar alunos a estagiar na Universidade de Évora”, bem como “aproveitar
os professores desta universidade para ensinar e dar workshops aqui”, referiu o Secretário para os Assuntos Sociais e
Cultura.
“É uma colaboração perfeita
para nós. Estamos a fazer o melhor possível para providenciar oportunidades aos
nossos alunos, nomeadamente para fazer estágios em Portugal”, indicou. Para
além de querer atrair alunos portugueses para instituições de ensino superior
na RAEM, o governante quer ajudar a formar estudantes de outros países
lusófonos, nomeadamente de Cabo Verde, Angola, Moçambique, São Tomé, Guiné
Bissau e Timor Leste. “Temos de exportar os nossos cursos académicos porque
hoje em dia temos condições”.
Em relação ao IFT, Alexis Tam
declarou que “já não é só um instituto local”, acrescentando que “o governo da
RAEM está a investir muito” na instituição sediada em Mong-Há.
Ana Costa Freitas, reitora da
Universidade de Évora, explicou que a instituição que dirige precisa de atender
tanto às necessidades regionais como internacionais. “Já vamos receber dois
estudantes em Janeiro, para trabalhar no laboratório Hércules, mas em princípio
vamos fazer um curso de verão já este ano”, adiantou, à margem da cerimónia da
assinatura.
E espera que o inverso também
suceda, com estudantes da Universidade de Évora a virem para o IFT. “Os alunos
da Universidade de Évora têm de ser muito forçados a sair mas têm começado a
sair mais. Muitos vão já em Erasmus para a Europa, Macau é uma outra
realidade”, referiu.
“Évora é manifestamente
agrícola mas também tem outras indústrias a fixarem-se. E temos de fixar mais
indústria, ter mais emprego qualificado para podermos fixar mais jovens que não
têm de ser nem os de Évora, nem os Alentejanos, nem os Portugueses”,
clarificou. A necessidade, segundo indicou Ana Costa Freitas, é tornar Évora num
centro atractivo e a cooperação com Macau torna-se importante pela vontade do
Governo chinês em manter uma ligação a Portugal.
Nesse sentido, no âmbito da
parceria com o IFT, pretende ainda fazer “mestrados e doutoramentos em
co-tutela, que dêem benefícios para ambas as instituições”.
Com a alteração da lei do
Ensino Superior, o IFT começou já a preparar um programa de mestrado em gestão
hoteleira. E Fanny Wong, presidente do IFT, indicou estar interessada em
colaborar com outras entidades. “Com a Universidade de Évora poderia ser na
área da gestão de património porque têm programas muito fortes nessa área”,
disse.
Fanny Vong frisou perceber que
o IFT precisa “de diversificar as [suas] relações internacionais, e os países
de língua portuguesa não podem ser ignorados”.
A presidente confessou que, na
visita à Universidade de Évora ficou impressionada com o laboratório Hércules,
na área do restauro, sendo que o IFT tem um curso de gestão do património. Para
além disso “os estudantes estão a começar a ver que têm mais oportunidades se
dominarem o português”, pelo que parcerias com instituições de países de língua
portuguesa fomentam interesse. Salomé
Fernandes – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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