A docente da Universidade
Politécnica, Sara Jona Laisse, defendeu no passado dia 28 de Setembro, no Centro Cultural Português,
em Maputo, que a literatura pode contribuir para estimular o diálogo
intercultural e ultrapassar-se a concepção da existência de supremacia
cultural.
A especialista em Literaturas
e Culturas em Língua Portuguesa fez estes pronunciamentos durante a 8ª sessão
do ciclo de conferências Tertúlias Itinerantes, subordinada ao tema
“Cartografias de (des)construção de hegemonias culturais: a literatura como espaço
estruturante da interculturalidade”, evento no qual foi oradora.
Com recurso a textos
literários de autores de diferentes países da lusofonia, vídeos musicais e de
declamação de poemas, Sara Laisse demonstrou, a partir de exemplos que
exercício se pode desenvolver para o estímulo da interculturalidade.
“Estes textos, de diferentes
autores oriundos também de diferentes espaços geográficos, dialogam entre si e
trazem-nos mensagens que nos podem ajudar a estimular a interculturalidade”,
assegurou.
Sobre o conceito de
interculturalidade, a pesquisadora referiu que se trata de um diálogo de
pessoas de culturas diferentes, que deve implicar o convívio entre as mesmas,
para que este encontro possa reforçar o conhecimento mútuo, sem haver
hegemonias. Esse diálogo deve ser democrático, baseado na ideia de
reconhecimento mútuo.
Aquela docente referiu ainda
que é deveras importante observar-se que “a superioridade de uma cultura sobre
a outra é algo inexistente e sem nenhuma prova científica”. Ela não tem razão de
ser e as pessoas devem aprender umas com as outras e podem verificar que
equivalentes culturais se pode trocar ou aprender uns dos outros. Temos de ter
em mente que os homens são feitos da mesma essência e que apenas os seus modos
de fazer diferem.
Na qualidade de
co-coordenadora das Tertúlias Itinerantes, um ciclo de palestras que traz, a
Maputo, reflexões de investigadores de Moçambique, Brasil e Portugal sobre as
dinâmicas da sociedade global, Sara Laisse fez, à margem da 8ª sessão, uma
avaliação global desta iniciativa.
No seu dizer, “ainda teremos
mais duas sessões para encerrar esta edição. Todavia faço uma avaliação
positiva destas tertúlias”. Esta iniciativa está a movimentar a cidade de
Maputo em torno destes diálogos que integram especialistas de diferentes áreas.
Importa referir que são
coordenadores das Tertúlias Itinerantes 2017 a supracitada, e os professores
Eduardo Lichuge da Universidade Eduardo Mondlane e Lurdes Macedo, da
Universidade Lusófona de Portugal. In “Verdade” - Moçambique
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