Moçambique figura na lista dos
países que mais atenções atraem dos visitantes que acorrem em massa aos
pavilhões dos países que participam na Exposição Universal que decorre desde o
passado dia 01 de Maio até 30 de Novembro de 2015 na Itália.
A informação foi avançada pelo
Comissário-Geral, Joel Libombo, chefe da delegação moçambicana, dias depois da
inauguração do Pavilhão de Moçambique na 56.ª Exposição Internacional de Arte
da Bienal de Veneza 2015.
A 56.ª Exposição Internacional
de Arte da Bienal de Veneza 2015, a mais conhecida como Bienal de Veneza 2015,
é um evento que terá a duração de 6 meses e decorre na cidade de Veneza,
Itália, sob o lema “All The World’s Futures” que traduzido significa “Todos os
Futuros do Mundo”.
A Embaixadora de Moçambique na
Itália, Carla Mucavi, falando na cerimónia de abertura do Pavilhão de
Moçambique na Bienal de Veneza 2015, que teve lugar no Arsenale, Pavilhão Tese
Cinquecentesche, disse que a presença da Pátria Amada no evento resulta dos
esforços que o país tem vindo a encetar visando estreitar as relações de
cooperação e de amizade com aquele país anfitrião e internacionalização das
artes e cultura moçambicanas.
Moçambique, um país de traços
culturais diversificados, onde o "Nyau" e "Timbila", foram
consideradas, pela UNESCO, obras-primas do património oral e imaterial da
humanidade, participa nesta Bienal com o tema “Coexistência da Tradição e
Modernidade, no Moçambique de Hoje”.
O país apresenta um rico e
diversificado acervo do património artístico-cultural contemporâneo com enfoque
para objectos tradicionais e modernos nos domínios de arte, literatura, música,
dança, artesanato, fotografia, cinema, indumentária, que além de caracterizar a
moçambicanidade, simbolizam a unidade nacional.
A exposição incorpora
igualmente elementos de produção cultural, tais como, pinturas, esculturas,
desenhos, gravuras, cerâmica, máscaras e estatuetas usados para expressar a
identidade cultural, beleza, e o nível social de vida das comunidades. Parte
destes objectos de arte é usada nas cerimónias tradicionais, rituais e
adivinhação.
A colecção inclui obras de
artistas altamente conhecidos no panorama das artes plásticas com destaque a
Bertina Lopes, Celestino Tomás, Chissano, Constantino Mpakule, Estevão
Mucavele, Estevão Nhacubine, Fermando Machiana, Gonçalo Mabunda, Ídasse, Jorge
Nhaca, Langa, Malangatana, Mankew, Miguel Valingue, Mudaulane, Naftal Langa,
Naguib, Paulo Come, Rafael Katunga, Samate Mulungo, Sansão Cossa, Shikhani,
Udondo Ausiwakii, Venâncio Mbhande, Zé Júlio entre outros.
A exposição faz alusão a um
dos movimentos musicais largamente conhecidos que é a Marrabenta, um estilo
musical que inclui a componente da dança, surgido nos anos 30 e 40 do século
passado, influenciada pela execução da guitarra convencional em ritmos
tradicionais tendo encontrado a sua popularização, nas vozes mais conhecidas de
Fanny Mpfumo e Dilon Djindji, Alexandre Langa, Jaimito Mahlathini, Wazimbo,
Hortênsio Langa, o Grupo Ghorwane, as cantoras Elsa Mangue, Guegue, Stewart
Sukuma, Neyma, Anita Macuacua, entre outros.
Quanto à dança moçambicana a
exposição destaca o Nyau, uma obra mágico-religiosa da província de Tete, o
Mapiko, dança mágico-religiosa originária de Cabo Delgado, o Tufu, de Nampula e
Cabo Delgado, o Masseve de Niassa, Xigubo originária da região sul do país
entre outras.
A mostra carrega consigo
elementos de referência que conduziram o país à independência nacional
celebrada em 1975, com uma linguagem teatral desenvolvida que culminou com a
criação do grupo profissional de teatro de Moçambique, o Mutumbela Gogo, a
criação do dramaturgo e encenador Gilberto Mendes, Teatro do Oprimido, grupo
Teatral “Lareira Artes” e outros, caracterizados pela execução de danças
tradicionais, mitos, lendas, contos e marcado pela oralidade de autores tais
como Lindo Chongo, Malangatana Valente Nguenha, Mia Couto, Manuela Soeiro,
Lucrécia Paco.
O painel áudio visual espelha
a ideia de que o cinema moçambicano revela-se como elemento importante na
construção da cidadania, da identidade cultural, bem como, meio eficaz para o
desenvolvimento socioeconómico, contribuindo para a educação e elevação da consciência
cívica dos cidadãos.
Com os trabalhos de cineastas
como Licínio de Azevedo, Sol de Carvalho, Camilo de Sousa, Isabel Noronha,
Gabriel Mondlane, João Ribeiro, a exposição testemunha que a cinematografia
moçambicana continua a ser influenciada por factores de dimensão estética,
cultural, histórica, política e ideológica, criando espaços para acomodar os
valores de uma nação onde prevalece a solidariedade e a unidade nacional.
Outra componente não menos
importante da exposição é a literatura, definindo um percurso de luta pela
consciencialização pela cidadania. Neste domínio são destacadas as obras do
José Craveirinha, Luís Bernardo Honwana, Mia Couto, Paulina Chiziane, Calane da
Silva, Ungulani Ba KaKhosa, Hélder Muteia, Pedro Chissano, Aldino Muianga,
Eduardo White, Armando Artur, Marcelo Paguana, Juvenal Bucuane, Sangare Okapi,
Aurélio Furdela e Rogério Manjate.
Moçambique no panorama
artístico internacional
Moçambique tem estado a
conquistar, de forma crescente, um espaço privilegiado no panorama artístico
internacional, passando a constar na lista dos convidados preferidos aos
eventos culturais que juntam os países de todo o mundo. Tal facto resulta do
empenho e da criatividade dos artistas visando a elevação da qualidade das suas
obras.
Só neste evento, dois jovens
artistas moçambicanos estão a representar Moçambique com as obras patentes no
Pavilhão Central da Bienal, onde participa um total de 136 artistas de vários
cantos do mundo.
Trata-se do fotógrafo Mário,
com a colecção de fotografias a preto e branco, expressivas da forma como Deus
se comunica à humanidade e do escultor Gonçalo Mabunda, com as suas obras
resultantes da transformação das armas usadas em obras de valor estético. In “Rádio
Moçambique” - Moçambique
Sem comentários:
Enviar um comentário