O Ministério da Agricultura
passa a atribuir, a partir deste ano, um prémio ao melhor produtor de algodão,
iniciativa com a qual se pretende estimular a prática desta cultura no país.
A introdução do prémio para o
melhor produtor de algodão acontece numa altura em que a população que se
dedica a esta cultura sente-se desencorajada devido aos baixos preços
praticados, como resultado da queda da cotação da fibra no mercado
internacional.
Na passada terça-feira, 05 de
maio de 2015, o Governo fixou em 10,25 meticais o preço mínimo do quilograma de
algodão caroço de primeira qualidade da campanha 2014/2015, uma quantia que se
situa 12 por cento abaixo do valor praticado na época 2013/2014.
Para o algodão caroço de
segunda qualidade foi fixado o valor mínimo de 9,00 meticais o quilograma,
contra os anteriores 8,70 meticais a que era vendido na última campanha.
De acordo com a Vice-Ministra
da Agricultura e Segurança Alimentar, Luísa Meque, estes preços foram fixados
com base no índice internacional de cálculo do preço deste produto em cada
campanha, daí ter registado uma ligeira redução.
“Com base neste índice, o
preço de algodão a nível internacional registou uma redução de 26 por cento.
Mesmo assim, os preços nacionais continuam abaixo daquilo que foi a redução a
nível global”, disse a governante, que falava à saída da XIII Sessão Ordinária
do Conselho de Ministros.
Luísa Meque recordou que o
novo preço foi consensual, numa negociação havida entre os produtores,
representados pelo Fórum Nacional dos Produtores de Algodão, e as empresas da
Associação Algodoeira de Moçambique no passado mês de Abril, em Montepuez,
província de Cabo Delgado.
“Este diálogo aumentou a
transparência, a pertença deste processo e a confiança entre as partes
interessadas neste sector”, referiu a Vice-Ministra, acrescentando que a partir
desta campanha os produtores de algodão passam a ser incluídos no Prémio de
Melhor Agricultor do Ano, atribuído pelo Ministério da Agricultura e Segurança
Alimentar.
Por seu turno, o director do
Instituto do Algodão de Moçambique (IAM), Norberto Mahalambe, esclareceu ao
nosso jornal que a premiação do melhor produtor do algodão pretende ajudar,
sobretudo, os pequenos agricultores, a se transformarem em médios ou grandes
produtores desta cultura de rendimento.
“Portanto, este prémio não tem
nada a ver com a questão da queda do preço ou baixa produção este ano. Reparem
que esta iniciativa vinha a ser negociada desde o ano passado, muito antes da
aprovação dos preços e também dos factores climáticos que estão a afectar a
produção algodoeira no país”, sustentou Mahalambe.
A fonte reconheceu que devido
à combinação de vários factores, nomeadamente, a queda tardia das chuvas, que
forçou a redução das áreas de cultivo, bem como as inundações registadas no
início deste ano, a produção de algodão prevista para esta campanha foi revista
em baixa.
Na campanha de comercialização
prestes a iniciar, o Governo previa, inicialmente, uma produção total de 98 mil
toneladas, contudo, devido aos factores acima referenciados a mesma foi revista
para cerca de 70 mil toneladas.
Em Moçambique, o algodão
constitui uma das principais culturas de rendimento, ocupando pouco acima de
250 mil produtores. In “Jornal Notícias” - Moçambique
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