Quando em 2008 a empresa
Piraeus Container Terminal, subsidiária da chinesa Cosco Group, assumiu a
concessão dos terminais II e III do Porto do Pireu, uma fase de crescimento
sustentado alterou a importância do principal porto grego que se encontrava num
estado de estagnação, passando rapidamente a ser, depois de Algeciras e
Valência, o 3º porto de contentores do Mediterrâneo, sendo hoje a porta do
movimento de mercadorias entre o Oriente e a Europa através do canal do Suez.
Dados de 2013, colocam o porto
de contentores do Pireu no 43º lugar a nível mundial e o sétimo europeu com
3163755 TEUs, (unidade equivalente a um contentor de 20 pés) enquanto, como
comparação, o porto de Sines, o principal porto português, está classificado no
115º posto com 931036 TEUs.
A relevância dos números
gregos deve-se ao trabalho desenvolvido pela Piraeus Container Terminal após um
crescimento de 70% em 2012 e de 20% em 2013, cabendo a esta entidade 79,6% do
total do movimento portuário de contentores e os restantes 20,4% à Autoridade
Portuária grega. No ano de 2014 a Piraeus Container Terminal teve um aumento de
18,5% face ao ano de 2013.
Nos últimos cinco anos, altos
signatários chineses têm visitado esta infraestrutura e no passado mês de Setembro de 2014 a Cosco anunciou um investimento de 230 milhões de euros, a
aplicar num prazo de sete anos na ampliação do Terminal III, quando já estava
em negociações com o governo grego da altura para a privatização de 67% da
Autoridade do Porto do Pireu (APP).
O novo governo grego anunciou
no início deste ano a suspensão da privatização do porto do Pireu e de outras
infraestruturas como 14 aeroportos regionais, mas agora, perante a pressão dos
seus parceiros europeus, veio anunciar a privatização de 51% da Autoridade do
Porto do Pireu, com uma opção para chegar aos 67% num prazo de cinco anos.
Quatro empresas que já tinham
manifestado interesse na privatização da APP foram convidadas pelo governo
grego a apresentarem propostas pela compra. São elas a chinesa Cosco Group, que
já opera nos terminais II e III, a dinamarquesa APM Terminals pertencente à
A.P.Moller Maersk, a filipina International Container Services e a americana
Ports America que entretanto desistiu da privatização.
A Cosco Group parte como
favorita e a China não vai perder a oportunidade de alicerçar a sua posição a
oriente da Europa, depois de já ter salvaguardado as posições estratégicas na
rota para o mar Vermelho, protegendo-se dos possíveis actos de pirataria que
assolam o trajecto da China para o Mediterrâneo. Baía da Lusofonia
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