Depois de séculos a fazer a
ligação entre Ocidente e Oriente, a Universidade de Coimbra (UC) reaproxima-se
cada vez mais da nova superpotência mundial. Com o objetivo de reforçar os
laços que a ligam à China, acaba de ser criada a Academia Sino-Lusófona, uma
estrutura inovadora no espaço dos países de língua portuguesa. Esta iniciativa
da Reitoria da UC tem por missão desenvolver estudos avançados e efetuar ações
de formação focadas nas relações entre a China, Portugal e os Países de Língua
Portuguesa com foco na área jurídica, numa perspetiva interdisciplinar.
A criação da Academia
Sino-Lusófona da Universidade de Coimbra (ASL-UC) assume-se como mais um passo
na reaproximação entre a instituição conimbricense e a República Popular da
China (RPC), uma das prioridades estratégicas da UC nos últimos anos. O novo organismo,
com sede no Colégio da Trindade-Casa da Jurisprudência, tem como diretor Rui
Manuel de Figueiredo Marcos (também diretor da Faculdade de Direito da
Universidade de Coimbra) e como presidente honorário António Pinto Monteiro
(professor catedrático dessa mesma faculdade).
Após um papel de grande
relevância num passado distante, quando Coimbra foi um elemento fundamental da
comunicação científica e circulação de estudiosos entre a Europa e a China,
sucedeu-se um período de algum distanciamento institucional, que se tem vindo a
superar através de várias iniciativas de relevo. Destaca-se, neste reitorado, a criação do
Instituto Confúcio da Universidade de Coimbra (em 2016), o reforço das
parcerias com instituições académicas da RPC, o desenvolvimento de canais de
divulgação da UC em língua chinesa, a criação de bolsas de estudos dirigidas ao
fomento das relações académicas e um número crescente de eventos académicos.
A ASL-UC continua esta aposta
estratégica, estimulando o potencial existente de cooperação académica de alto
nível, tendo em conta o crescente interesse existente RPC pelo Direito
português e dos países lusófonos e o potencial científico e relacional da UC.
Genericamente, fará parte da sua área de ação: organizar eventos científicos;
gerir parcerias com entidades chinesas, promover a elaboração e publicação de
estudos científicos (em especial em matéria de direito comparado chinês e
português; realizar cursos não conferentes de grau e outras ações de formação
em matérias de direito chinês e/ou português, ciência da administração, ciência
política e políticas públicas; prestar consultoria jurídica; e desenvolver
atividades de intercâmbio cultural.
“A criação da Academia
Sino-Lusófona é um marco importante no desenvolvimento das nossas relações com
a República Popular da China, que já estão num nível sem igual num passado
recente, fruto do investimento estratégico que temos feito. Esperamos criar à
volta da Academia um conjunto de parcerias que marcarão o futuro das relações
da UC e de Portugal com a China”, conclui o Reitor da Universidade de Coimbra,
João Gabriel Silva. Rui Simões –
Portugal in “Universidade de Coimbra”
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