Moçambique perde anualmente
cerca de 1,6 bilhões de dólares devido à desnutrição crónica, anunciou
segunda-feira, 15 de Outubro, em Maputo, o representante da FAO em Moçambique,
Olman Serrano.
Explicou que na escala global
a malnutrição custa à economia mundial cerca de 3,5 triliões de dólares.
“Em Moçambique, o estudo sobre
a fome, realizado no ano de 2017, revelou que o país perde anualmente mais de
10,9 do seu PIB, devido à desnutrição crónica, que corresponde à perda,
anualmente, de cerca de 1,6 bilhões de dólares. A fome é principalmente
circunscrita à área específica, nomeadamente, terras degradadas pelos
conflitos, secas, pobreza”, disse Serrano durante uma mesa-redonda sobre os
desafios da segurança alimentar e nutricional face à fome zero em Moçambique.
O encontro, de um dia, reuniu
especialistas da FAO e do governo moçambicano e insere-se nas comemorações do
Dia Mundial de Alimentação que se assinalou na segunda-feira. Serrano fez
questão de chamar atenção sobre o rápido crescimento populacional que se
regista em Moçambique.
Advertiu que, por isso, o
aumento da produção e produtividade deverá ocorrer na mesma superfície de terra
disponível. Aliás, a FAO estima que 70 por cento de tal crescimento terá que
advir da eficiência gerada por avanços tecnológicos.
Por seu turno, o ministro
moçambicano da Agricultura e Segurança Alimentar, Higino Marrule, reconhece que
apesar dos sucessos registados no combate à insegurança alimentar ainda
persistem desafios.
“Moçambique já deu passos
significativos ao reduzir a prevalência da população sujeita à insegurança
alimentar de 50 para 24 por cento nos últimos dez anos. Contudo, entendemos que
ainda é pouco, pois apesar desses esforços ainda persistem desafios ligados ao
acesso a alimentos nutritivos e à resiliência aos choques climáticos que têm um
grande impacto na produção agrícola, quer ao nível mundial, quer ao nível
local.
Por isso, as políticas do
governo estão orientadas para as zonas rurais, como forma de alavancar o papel
da mulher rural destas zonas, em particular, e produtores, de uma forma geral,
que na sua maioria praticam uma agricultura de subsistência”, disse Marrule. In “Jornal
de Notícias” - Moçambique
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