Cidade da Praia – A Rede
Mundial de Cidades Magalhânicas (RMCM) vai, no próximo ano, reconstituir e
valorizar, 500 anos depois, as ligações feitas por mar pelo navegador português
Fernão de Magalhães, iniciadas na Europa, e seguiram para África, América e
Asia.
A garantia foi dada pelo
presidente da Rede Mundial de Cidades Magalhânicas e presidente da Câmara
Municipal de Lisboa (Portugal), Fernando Medina, em declarações à imprensa após
o inicio dos trabalhos do VIII Encontro da RMCM, que decorrem na cidade da
Praia até este sábado, 20.
“Para além deste projecto,
debatemos nesta manhã a possibilidade de cada uma das cidades organizar e
preparar um documento histórico sobre o tema para que seja compilado e entregue
nos próximos anos para uma possível candidatura da Rota de Magalhães à lista do
Património da Humanidade”, disse.
A candidatura à lista do
Património da Humanidade, segundo Fernando Medina, é mais um marco de
valorização da “grande epopeia histórica” que une povos de todos os
continentes.
No encontro da Praia, avançou,
as cidades participantes estão a fazer “muita partilha” do que cada um está a
fazer para que nos próximos anos, 2019 até 2022, seja possível iniciativas que
ajudem a explicar aos mais novos o que aconteceu há cinco séculos, o que mostra
a união que a viajem trouxe para os continentes por onde o navegador passou.
Por este motivo, reafirmou, a
RMCM quer realizar actividades de publicações com a recuperação da viajem feita
por Fernão Magalhães, aplicações de telemóveis para se conhecer melhor a história,
encontro entre universidades e valorização do circuito turístico a nível
mundial, entre outros.
Para o presidente da Câmara
Municipal da Praia, Óscar Santos, a candidatura da Rota de Magalhães à lista do
Património da Humanidade é “muito importante”, visto permitir optimizar um
outro projecto relacionado com a criação da Rota Mundial de Cidades
Magalhânicas.
“Vamos aproveitar o que
aconteceu na história há quinhentos anos atrás para optimizar o turismo,
sobretudo, o de história de negócios que é a vocação da nossa cidade”, reiterou
o autarca, esperando o apoio do Governo para a preparação do dossiê da Cidade
da Praia para fazer parte da candidatura.
O presidente da Câmara de
Ponta Barca (Portugal), Augusto Marinho, por seu lado, disse que “o mais
importante” neste encontro é fazer um trabalho conjunto de promoção do feito de
Fernão de Magalhães, uma pessoa que liderou um projecto que “transformou o
mundo”.
Um dos projectos, sublinhou,
abraçado por todas as Cidades Magalhânicas é a construção de um jardim onde
fosse plantado espécies autóctone da cada uma das regiões e territórios ligado
pelo navegador português.
Esta tarde e enquadrado na
VIII Encontro RMCM, uma rua das ruas na zona de Kebra Kanela irá ser baptizada
com o nome do navegador português Fernão de Magalhães.
Conforme o programa, hoje
sexta-feira, 19, os participantes no encontro vão realizar uma visita à Cidade
da Praia, seguido no período da tarde por uma conferência onde serão debatidos
os temas “Cabo Verde e as disputas luso-espanholas pelo controlo das rotas
interoceânicas, os casos da primeira viajem circum-navegação” e “1492/1522: 30
anos que mudaram o mundo, Do Mare Nostrum ao Planeta Oceano. A forçada
globalização da Modernidade”.
A Rede Mundial de Cidades
Magalhânicas, uma entidade associativa sem fins lucrativos, que agrega cidades
que partilham a história da primeira viagem de circunavegação, tais como Praia
(Cabo Verde) Lisboa e Sabrosa (Portugal), Sevilha, Granadilla de Abona
(Espanha), Ushuaia (Peru), Puerto de San Julian e Puerto de Santa Cruz
(Argentina), Punta Arenas e Porvenir (Chile) e Cebu (Filipinas), foi criada com
o propósito de valorizar e difundir o acontecimento histórico, realizado pelo
grande navegador português Fernão de Magalhães.
A rede tem como objectivo
principal comemorar o V Centenário Histórico da Primeira Volta ao Mundo,
concretizada por Fernão de Magalhães, dando visibilidade a este marco histórico
em todo mundo, no período compreendido entre 2019 e 2022.
A Rota de Magalhães, a
primeira rota de circum-navegação, tem uma dimensão global, unindo quatro
continentes, nove países, cruzando oceanos pelo que a comemoração dos seus 500
anos (2019-2022) é um propósito comum. In
“Inforpress” – Cabo Verde
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