O Ministro da Indústria e
Comércio de Moçambique disse ontem à Lusa que está em Macau à procura de
investidores lusófonos e chineses para projectos na área do gás natural, cuja
produção tem arranque previsto para 2022. “Pretendemos privilegiar o empresariado
local, mas isso nunca prejudicando o andamento do projecto. Não tendo
capacidade interna, o país está aberto a convidar empresários e esta é a
plataforma ideal”, sublinhou Ragendra de Sousa. “Aqui falamos para Portugal,
Angola, Cabo Verde, e também falamos para Macau e para a China”, destacou o
governante. “Estão todos convidados a participar nos projectos do gás” no Norte
de Moçambique, acrescentou.
As declarações foram
realizadas à margem da Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla em inglês),
na qual Moçambique e a província chinesa de Fujian se assumem como parceiros da
23.ª edição, que conta com a participação de centenas de instituições oriundas
de mais de 50 países e regiões.
“Nós estamos a utilizar todas
as plataformas disponíveis”, afirmou o ministro da Indústria e Comércio de
Moçambique, que aproveitou para esclarecer que o país quer privilegiar
investimentos BOT (Build-Operate-Transfer), quando o país se prepara para “dar
início a grandes projectos na área do gás, (…) projectos de capital intensivo,
mas que precisam de muitos serviços associados”.
Os BOT são uma forma de
financiamento de projectos em que é atribuída uma licença aos privados por
parte do sector público para financiar, projectar, construir e operar um
equipamento por um período, após o qual o controlo regressa ao Estado. “O
investidor é responsável por investir, operar, ganhar dinheiro e, depois de
pago, ou continuam ou transferem para o Estado”, precisou Ragendra de Sousa.
“Assim temos a certeza que qualquer investidor se preocupa com a receita” e que
se contorna “a ineficiência” de um projecto que seja “totalmente financiado
pelo Estado”, adiantou.
O turismo, a agricultura, as
acessibilidades e o sector da energia são as quatro áreas que o Governo de
Moçambique designou como prioritárias, salientou o governante. Na cerimónia de
inauguração, o secretário para a Economia e Finanças destacou a importância do
território na resposta aos interesses chineses e dos países de expressão
portuguesa.
“Tendo os olhos postos no
futuro, Macau, enquanto plataforma sino-lusófona, continuará a desempenhar a
sua função de ligação com precisão, empenhando-se em agarrar as missões
históricas e oportunidades de desenvolvimento conferidas pela nova era, no
sentido de satisfazer as necessidades do país e exercer as potencialidades” do
território, sublinhou Lionel Leong. “Tudo isto não só contribuirá para a
concretização de uma maior abertura do país, como também será propício à
diversificação adequada e ao desenvolvimento sustentável da própria economia”,
concluiu. In “Ponto Final” – Macau com “Lusa”
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