O
presidente da Medway defende que o Governo avance “mais depressa” com as
intervenções previstas na rede ferroviária para tornar Sines “num porto
ibérico” e mais competitivo
“O Governo anunciou um
conjunto de intervenções na ferrovia e os operadores portuários, marítimos e
ferroviários gostariam que fosse feito mais do que está projectado e mais
depressa e lamentamos que os projectos em curso não sejam mais ambiciosos”,
referiu Carlos Vasconcelos.
O líder da Medway falava
durante um debate promovido, em Sines, pela Plataforma Alentejo – Estratégia
Integrada de Acessibilidade Sustentável do Alentejo nas ligações Nacionais e
Internacionais para discutir a importância estratégica da ferrovia da região no
sistema portuário nacional.
“Gostaríamos que os projectos
acelerassem, porque só assim estaremos em condições de Sines se afirmar como um
porto ibérico”, acrescentou o também presidente da MSC, o principal cliente do
Terminal XXI de Sines.
No entender de Carlos
Vasconcelos, a aposta na ferrovia deve passar igualmente por “concretizar alguns
projectos” ou encontrar “soluções logísticas” que façam chegar todos os
comboios até Espanha e, com isso, “aumentar o movimento de mercadorias”.
No encontro, em que
participaram também Jorge d’Almeida, presidente da Comunidade Portuária de
Sines, e Manuel Tão, professor e investigador da Universidade do Algarve,
Carlos Vasconcelos, defendeu ainda que é preciso investir “em traçados mais
curtos, eliminar as pendentes e uma maior capacidade de cruzamento de comboios
de forma a aumentar a circulação” na Linha do Sul.
Manuel
Tão aposta na Linha do Alentejo
Durante o debate, Manuel Tão
defendeu a aposta em linhas ferroviárias alternativas e na modernização da Linha
do Alentejo para valorizar duas grandes infra-estruturas na região: o porto de
Sines e o Aeroporto de Beja.
“Necessitamos de uma
redundância, porque Sines, na sua condição de porto global e de águas
profundas, não pode ficar dependente de um só itinerário de ligação a Espanha e
a Linha do Alentejo, com um traçado muito bom em termos de geometria e poucas
pendentes, vai resolver vários problemas”, afirmou.
De acordo com o especialista
em planeamento de transportes, o país deve “injectar mais capacidade” na
ferrovia, tendo em conta o crescimento dos comboios de mercadorias e do
transporte de passageiros e, para que isso aconteça, disse, “não é necessário
construir de raiz” novas linhas.
“A Linha do Alentejo
completamente modernizada vai absorver comboios que sejam necessários de e para
Sines, venham eles de Madrid ou de qualquer outra região, mas vai resolver o
problema dos Intercidades do Algarve”, adiantou.
Segundo Manuel Tão, a
modernização da Linha do Alentejo poderá passar por uma candidatura ao Fundo
Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), que permitiria “a electrificação
integral do troço Casa Branca/Beja, com a renovação integral de via e a
instalação de comando de tráfego centralizado”, concluiu. In “Transportes
& Negócios” - Portugal
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