SÃO PAULO – Com o baixo
crescimento da economia previsto até 2018, não há muitas esperanças de que as
obras projetadas para o Porto de Santos e a Baixada Santista saiam do papel tão
cedo. Entre essas, estão as obras viárias previstas para a entrada de Santos
que são fundamentais para garantir o escoamento de cargas e, por consequência,
vitais para o desenvolvimento do País.
A estimativa inicial é que
essas obras custem R$ 700 milhões, valor que seria dividido entre União, Estado
e Município. Mas, até agora, só a Prefeitura garantiu um empréstimo de R$ 269
milhões pela Caixa Econômica Federal (CEF) a ser pago em 21 anos. Não se sabe
se a parte que cabe ao governo federal será cortada ou suspensa, a propósito de
contribuir para o reequilíbrio das contas públicas.
A par dessas obras, há
previstas mais duas intervenções que ajudariam a melhorar a circulação de
veículos na região: o túnel que ligaria as zonas Noroeste e Leste e o
teleférico que conectaria os morros à parte baixa da cidade. Esta última obra
tem um custeio avaliado em R$ 240 milhões, dependendo igualmente de
financiamento público.
Se essas obras podem ser
adiadas sine die, é de se imaginar que a polêmica obra de construção do túnel
submerso entre Santos e Guarujá corra o risco de ser remetida para as calendas
gregas. E o pior é que já foram gastos R$ 57 milhões só em projetos e estudos
de viabilidade e de impacto ambiental.
Não é só. Os serviços de
dragagem no canal do estuário foram interrompidos em dezembro de 2013 e, desde
então, só retomados em caráter de emergência. Seja como for, esses serviços,
bem como as novas concessões de terminais, contribuíram para ampliar a capacidade
operacional do Porto, mas, obviamente, também ajudaram indiretamente a aumentar
os gargalos entre as áreas internas do cais e as rodovias dos Imigrantes,
Anchieta e Cônego Domenico Rangoni, o que só novas obras viárias ajudariam a
desbloquear.
Por falta de recursos, também
as obras das avenidas perimetrais nas margens direita e esquerda do Porto não
têm avançado de acordo com o cronograma. Com isso, a construção do Mergulhão,
passagem subterrânea no centro de Santos, também não sai da gaveta, o que impede
a implantação do Porto Valongo, projeto que prevê a revitalização dos antigos
armazéns 1 a 8 com a construção de complexo turístico, náutico, cultural e
empresarial, com terminal de cruzeiros, marina pública, base oceanográfica,
escritórios, restaurantes e terminal de transporte aquaviário.
Por enquanto, a única grande
obra que se pode esperar para 2016 é a do primeiro trecho do Veículo Leve sobre
Trilhos (VLT), que sai da Ponte dos Barreiros, em São Vicente, seguindo até o
terminal na Avenida Conselheiro Nébias, em Santos. O segundo trecho do sistema
irá até o centro histórico no Valongo, mas não há prazo de conclusão confiável.
Até porque sempre podem aparecer novos embargos judiciais. Milton Lourenço - Brasil
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Milton Lourenço é presidente
da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de
Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e
da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e
Logística (ACTC). E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br.
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