Os
portos e a Economia do Mar são "um caminho vital para o futuro" de
Portugal "na construção de um espaço geoeconómico atlântico".
Ideia defendida por António
Costa Silva, presidente do grupo Partex Oil and Gas, na intervenção de fecho da
conferência "Desafios do Mar Português", organizada esta quarta-feira
pelo Centro de Investigação e Estudos do Mar (CIEMar), em Ílhavo.
O gestor da companhia
petrolífera portuguesa propriedade da Fundação Calouste Gulbenkian projetou
"uma visão para Portugal" no século XXI que deve ter em conta "a
centralidade atlântica do País no cruzamento das redes energéticas, comerciais,
financeiras e outras" para moldar o desenvolvimento económico.
Nesse contexto, o presidente
da Partex defendeu a importância de Portugal aproveitar como "âncora"
os recursos da sua Zona Económica Exclusiva (ZEE), mas também uma
"política de alianças" e a "interação com o hinterland",
através das redes europeias de transportes, as redes comerciais e do
conhecimento.
90 % do comércio mundial já se
faz pelo mar, colocando os oceanos como eixo central no enquadramento
geopolítico, com efeitos na globalização e luta por recursos.
Costa Silva perspetiva, por
isso, "um novo papel da Bacia Atlântica que está a reemergir" devido
a descobertas energéticas das últimas décadas e do potencial das ZEE, em
particular a de Portugal.
Cerca de 90% dos recursos offshore descobertos no planeta estão
localizados no oceano Atlântico (Brasil, Angola têm papeis fundamentais no
Atlântico Sul), onde existem 30% do petróleo e 35% de gás.
"Com o declínio do preço
do petróleo alguns destes projetos que são caros estão congelados ou adiados,
mas vão retornar porque o consumo de energia vai aumentar" disse o gestor
e especialista da área energética, sublinhando, por isso, a necessidade de
desenhar "uma estratégia multidimensional" para aproveitar as
oportunidades, assumindo os portos e a Economia do Mar "uma centralidade
incontrolável".
Discurso direto
"Possíveis futuros?
Portugal precisa de um grande hub portuário, polivalente. Atenção aos grandes
navios (...). Portugal tem de ficar agregado às redes transeuropeias de
transporte. Portugal tem de ficar ancorado à sua ZEE. Temos recursos (...). A
mineração do espaço marítimo será incontornável. Se não o fizermos, outros
farão em outras partes do mundo" - António Costa Silva, presidente do
grupo Partex.
"Devemos mapear os nossos
recursos, é uma função de soberania. Existe interesse e potencial em explorar
no offshore. Vamos perfurar para
saber se existe gás no Algarve, com regras claras e eficazes". In “Notícias
de Aveiro” - Portugal
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