O Luxemburgo proibiu o cultivo
de milho e de outros organismos geneticamente modificados (OGM), tal como 15
outros Estados-membros, mas não Portugal.
Os países da União Europeia
tinham até 3 de Outubro para decidir sobre o plantio de OGM, ao abrigo de uma
directiva publicada em Março que cria a possibilidade de cada Estado-membro
restringir ou proibir o cultivo de transgénicos no seu território.
Em 2009, o Grão-Ducado tinha
já optado por proibir o cultivo do milho MON810, produzido pela Monsanto, ao
abrigo de uma cláusula de salvaguarda europeia. Agora, o ministro da
Agricultura e as ministras da Saúde e do Ambiente notificaram a Comissão
Europeia da intenção de proibir a cultura de milho MON810, já autorizada na
Europa, e também dos tipos 1507, BT11 e GA 21, a aguardar autorização.
Quinze países da União
Europeia, incluindo a França, o maior produtor de milho europeu, notificaram a
Comissão Europeia da intenção de banir o cultivo de culturas transgénicas, uma
decisão que "representa 63% da população e 66% da terra arável da
UE2", segundo a Plataforma Transgénicos Fora, que criticou o Governo
português por "perder o comboio da Europa" na abolição de OGM.
Em comunicado, a associação
portuguesa, formada por onze entidades não-governamentais ligadas ao ambiente e
agricultura, lamenta que Portugal tenha perdido a "oportunidade de
repensar e discutir a agricultura e agir juntamente com estes países pela proibição
do seu cultivo".
A plataforma sublinha que já
"não são só alguns grupos de pressão a desconfiar das avaliações de
segurança realizadas pelas autoridades europeias", mas que se trata da
"maioria dos governos da UE" a afirmar "claramente que não quer
OGM no seu território".
"Se os gigantes da
produção de milho na Europa como a França, a Itália, a Hungria, a Polónia e a
Alemanha estão a dizer não aos transgénicos, será que Portugal não deveria
também reavaliar a sua posição e agir no sentido de melhor proteger os seus
interesses?", pode ler-se no comunicado.
A plataforma argumenta que
"não só se acumulam cada vez mais evidências do impacto negativo" dos
transgénicos "no ambiente, na saúde, na agricultura, na economia e no
desenvolvimento sustentável", como "nem sequer têm agradado aos
produtores portugueses: ao fim de dez anos de cultivos os OGM estão bem abaixo
dos 10% da área total de milho cultivada a nível nacional".
Em 2014, o último ano para o
qual estão disponíveis estatísticas, o milho transgénico ocupava 6,3% do total
da área dedicada ao milho em Portugal, segundo dados da organização. In “Contacto”
- Luxemburgo
Sem comentários:
Enviar um comentário