O
sítio histórico da Cidade Velha vai contar ainda este ano com um circuito
museológico com informações históricas em três línguas sobre os edifícios
patrimoniais e estruturas arqueológicas do Património Mundial da Humanidade
O percurso, que será lançado
no próximo dia 28, contará com 31 placas e sinaléticas com informações
históricas e arqueológicas, permitindo aos visitantes dispensar guias
turísticos, se assim o preferirem.
Em declarações à agência
Lusa, o arqueólogo do Instituto de Investigação e Património Culturais (IIPC)
cabo-verdiano, Jailson Delgado, avançou o percurso vai potenciar o turismo e o
conhecimento dos edifícios patrimoniais e estruturas arqueológicas do local
histórico.
Segundo o responsável,
trata-se de uma "musealização do sítio", permitindo as pessoas terem
acesso a informações mais detalhadas em três línguas - português, francês e
inglês.
O circuito, que vai começar
no Forte Real de São Filipe e terminar na Pousada de São Pedro, vai ser
composto por 31 placas com informações históricas, duas com os mapas e 14
destacadas à entrada dos principais sítios, entre eles a Sé Catedral, a rua
Banana, Pelourinho, Igreja Nossa Senhora do Rosário e Convento de São Francisco.
"O objetivo é
aproveitar o 'boom' do turismo na Cidade Velha e fazer com que as pessoas que
chegam ao sítio saem com alguma informação", realçou Jailson Delgado,
salientando que outro objetivo é modernizar as placas já existentes, com mais
conteúdo, tornando-as mais apelativas aos visitantes do berço da
cabo-verdianidade.
O percurso será lançado no
âmbito do programa de atividades da segunda edição da Capital Cabo-verdiana da
Cultura, realizada durante todo este mês na Cidade Velha, e enquadra-se também
nas comemorações do 40.º aniversário da independência de Cabo Verde.
Além das informações no
local, Jailson Delgado avançou que a base de dados poderá estar acessível para
dispositivos móveis, como forma de facilitar ainda mais o acesso às informações
e pesquisas em qualquer local.
"Além do circuito,
vamos realizar obras em todos os monumentos, limpar os acessos, permitindo as
pessoas fazer uma visita à Cidade Velha sem constrangimentos", prosseguiu,
garantindo que boa parte das informações poderão estar disponíveis ainda este
ano.
Também admitiu à Lusa que se
trata de um projeto que poderá ser aplicado em outros sítios e monumentos
históricos e arqueológicos do arquipélago.
Orçado em cerca de 9 mil
euros, o percurso museológico vai ser construído pelo Ministério da Cultura, em
colaboração com o IIPC, Curadoria da Cidade Velha e Câmara Municipal da Ribeira
Grande de Santiago.
A Cidade Velha foi elevada à
categoria de Património Mundial da Humanidade pela UNESCO a 26 de junho de
2009.
Descoberta pelo navegador
português Diogo Gomes em 1460, foi António da Noli, italiano então ao serviço
da coroa portuguesa, que deu início ao povoamento da localidade, dois anos mais
tarde.
Primeira capital do
arquipélago de Cabo Verde, até 1770, a Ribeira Grande de Santiago, a 12
quilómetros da Cidade da Praia, foi elevada a cidade em 1533, altura em que
contava com cerca de 500 habitantes, um quarto dos atuais. In “Notícias
ao Minuto” - Portugal
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