Novos parceiros de negócios
chineses para relações sustentáveis e a longo prazo é o que as empresas
lusófonas procuram na MIF. Apesar de estarem presentes no evento através de
organismos oficiais ou associações, ainda desconhecem as vantagens do Fórum Macau
para os seus negócios
O espírito da lusofonia está
este ano em peso na 20ª edição da Feira Internacional de Macau (MIF), com mais
de 150 expositores dos países de língua portuguesa à procura de novos
parceiros.
Para Hernâni Campos,
representante da empresa chocolateira Avianense, o objectivo é apresentar
produtos e procurar uma maior quota de mercado na China e em Macau. “Achamos a
introdução do produto mais fácil a partir de Macau, mas queremos encontrar um
parceiro para trabalhar de forma sustentável e a longo prazo”, afirmou ao Jornal
Tribuna de Macau.
Apesar de considerar a RAEM um
mercado pequeno, Hernâni Campos acredita no sucesso de produtos como os bombons
“Imperador”, pois podem ser personalizados para os hotéis locais à semelhança
do que é feito em Portugal.
Por seu lado, Fernando Pais,
director da empresa de lacticínios, “Rural Futuro”, conseguiu um parceiro de
negócio logo na primeira manhã da MIF, que lhe comprou os 30 ou 40 quilos de
queijo que trouxe.
“As expectativas são altas e
temos sido muito procurados”, afirmou, acrescentando que, apesar do mercado
chinês interessar muito, ainda existem alguns entraves, devido à reticência dos
chineses em relação aos produtos lácteos. “São novos hábitos que têm de ser
criados, mas quando isso acontecer abre-se uma nova porta para o comércio”.
Tanto Fernando Pais como a
“Avianense” participam na MIF porque são sócios da Associação de Jovens
Empresários Portugal-China (AJEPC), desconhecendo por completo o papel do Fórum
Macau. O mesmo se aplica a Gabriel Celli e Marianne Novais, brasileiros que
vivem em Cantão e vieram à MIF, depois de convidados pela agência de
investimento brasileira.
De acordo com Gabriel Celli,
pretendem entrar em contacto com o Instituto de Promoção do Comércio e do
Investimento de Macau (IPIM) para saber as condições para a importação de produtos
brasileiros para a China, através da RAEM, mas desconhecem as vantagens do
Fórum Macau e do Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais
entre o Interior da China e Macau (CEPA). “É especialmente caro colocar o vinho
na China, por isso estamos a pensar fazê-lo por Macau, é mais fácil e barato e
o cliente depois vem cá buscá-lo”, contou.
Na sua perspectiva, produtos
naturais e orgânicos com boa promoção poderão ter saída no mercado chinês
actual. Na MIF pretendem ver a reacção do público perante os produtos.
Por seu lado, os empresários
de Macau conhecem o Fórum, mas têm opiniões díspares. João Li, associado da
empresa local de tradução “Perfeição”, considera que a plataforma não funciona
muito bem, porque todos os negócios que obteve devem-se a trabalho próprio da
empresa, apesar de estarem inscritos no portal online de serviços, produtos lusófonos e profissionais bilingues do
IPIM.
Já Edmund Wong,
vice-presidente da Associação dos Exportadores e Importadores de Macau,
considera que o interesse dos empresários locais e da China Continental tem
vindo a crescer. “Os empresários da nossa associação estão muito satisfeitos e
a nosso ver a plataforma tem funcionado na realidade”, afirmou. Liane Ferreira – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
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