Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Casamansa – Casamanseses, nós resistiremos!

A prisão forçada do chefe da aldeia Bouguitigho soa como um grito de raiva que as pessoas nesta vila tranquila vibram em face das autoridades senegalesas e do seu exército.

Os casamanseses estão fartos de serem reduzidos a assuntos de bater e derrubar agradecendo ao estado do Senegal que acaba de lhe ser concedido um assento no Conselho de Segurança da ONU como membro “felizmente” não permanente.

Por 33 anos, este é o mesmo calvário que atinge a maioria dos civis obrigando-os a refugiarem-se em países vizinhos, ou simplesmente partirem para o exílio.

O Governo do Senegal iniciou e criou este conflito para fazer andar as suas exportações, o conjunto da sua economia, e vendendo aos casamanseses placebos com as suas ações de caridade com o objectivo "não" lucrativo apelidado pomposamente de desenvolvimento.

Isto lembra, proporcionalmente, embora não estejamos longe deste episódio triste na história recente da humanidade, a revolta de escravos que terminou bem, um dia, quebrando os troncos de madeira, as gargalheiras de cobre ao pescoço, libertando-se dos seus donos ignóbeis e gananciosos. 

Será que vamos testemunhar uma explosão de orgulho de milhões de casamanseses que carregam todos os dias, a cada hora e a cada minuto uma humilhação que nos desejaria acreditar na justiça das acções bárbaras da autoridade estrangeira senegalesa?

A Casamansa acabará ela finalmente por libertar-se destes magnatas da mitomania?

Ousaremos admitir nós casamanseses, finalmente, que eles não nos dizem a verdade, mas eles repetem as frases como se nós nascêssemos para sermos punidos?

Não está na hora para os casamanseses quebrarem estas correntes que os privam da sua dignidade e sacrificar o seu conforto relativo para uma liberdade sem preço?

Casamanseses nós somos, nós resistiremos! Bintou Diallo - Casamansa


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O colonialismo, uma mancha que perdura

Nações Unidas - Transcorridos 55 anos desde a aprovação na Assembleia Geral da ONU da Resolução 1514 para pôr fim ao colonialismo, muitos povos e territórios continuam sob o jugo da dominação estrangeira, uma denúncia que ecoou esta semana aqui.

No Saara Ocidental, nas Ilhas Malvinas, Palestina, Porto Rico e outros lugares, a ocupação estrangeira continua obstaculizando a aspiração de um planeta caracterizado pelo pleno acesso à independência e a autodeterminação.

A Quarta Comissão, encarregada dos assuntos de descolonização, se reuniu esta semana, durante a qual foram aprovados 11 novos projetos de resolução sobre o tema, que deverão ser considerados na Assembleia Geral.

Além das iniciativas a respeito da situação específica de vários territórios, o fórum adotou rascunhos dirigidos à proteção dos interesses econômicos dos povos não autônomos e o apoio aos mesmos pelas agências especializadas da ONU, votações em que Estados Unidos e Israel ficaram isolados por sua rejeição.

Também destacou o envio à plenária dos 193 estados membros da organização de um projeto respaldado por 154 países; com a abstenção dos Estados Unidos, França, Reino Unido e Israel; que exige às potências administradoras a informar de maneira regular ao Secretário-Geral sobre questões econômicas, sociais e educacionais dos territórios sob seu controle.

Segundo as Nações Unidas, 17 povos ou territórios apresentam o status de não autogovernados, eles são: Saara Ocidental (ocupada por Marrocos), Anguila, Bermuda, Ilhas Caimán, Ilhas Malvinas, Monserrat, Santa Elena, Ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Turcas e Caicós, Gibraltar e Pitcairn, todos eles sob o domínio do Reino Unido.

Completam a relação Samoa Americana, Ilhas Virgens estadunidenses e Guam (Estados Unidos); Nova Caledônia e Polinésia (França) e Tokelau (Nova Zelândia).

No entanto, muitos países reclamam nos foros da descolonização o cessar da ocupação da Palestina por Israel e o direito de seu povo à independência, bem como o direito à livre determinação de Porto Rico, ilha caribenha dominada por Estados Unidos.

Ao todo, estima-se que uns dois milhões de seres humanos vivem baixo o colonialismo, em comparação com os 750 milhões submetidos quando em 1945 foi fundada a ONU.

PERDURA A VERGONHA

Qualificações de vergonha, situação inaceitável e flagelo foram ouvidas aqui por estes dias nas intervenções de diplomatas ante a Quarta Comissão.

"As Nações Unidas celebra neste ano seu 70' aniversário com avanços para mostrar, mas com tarefas pendentes como a tragédia do colonialismo", afirmou o embaixador suplente de Cuba, Oscar León.

De acordo com o diplomata, a ilha considera que enquanto existir o flagelo, o trabalho da ONU estará incompleto.

Por sua vez, o representante permanente de Uganda, Richard Nduhuura, advertiu que decepciona a falta de acesso de muitos povos à livre determinação.

Em sete décadas de existência, as Nações Unidas não está à altura das expectativas por essa situação, sublinhou.

A embaixadora nicaraguense, María Rubiales, também chamou no Terceiro Decênio Internacional para a eliminação do colonialismo (2011-2020) a materializar essa aspiração.

Trabalhemos para que todos os povos e territórios não autônomos alcancem sua autodeterminação e independência, para ser parte integral, com todos seus deveres e direitos, de nossa comunidade de nações e contribuam para criar um mundo justo e em harmonia com a mãe terra", assinalou. Waldo Mendiluza – Prensa Latina

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