É
já de 23 a 25 de Outubro de 2015 que as Casas-Museu da Taipa vão receber o 18º
Festival da Lusofonia, que este ano apesar de ter um orçamento mais baixo,
conta com um segundo palco, destinado à artistas lusófonos locais. Embora ainda
falte cerca de um mês, a Associação de Amigos de Moçambique e a Casa de
Portugal já decidiram os temas das barracas, no entanto esta última prefere dar
apenas uma pista e guardar a surpresa para o futuro
Nascido em 1998, o Festival
da Lusofonia chega este ano à sua 18ª edição, trazendo consigo algumas novidades,
mas o espírito de sempre, estando já as comunidades lusófonas locais em
preparação.
A presidente da Casa de
Portugal (CPM), Maria Amélia António adiantou ao Jornal Tribuna de Macau que o
tema do expositor estará interligado à apresentação das crianças da CPM no
palco. “O tema é o segredo maior, mas posso dizer que tem a ver com uma arte
muito tradicional de Portugal e muito característica. Não são azulejos, porque
já fizemos”, frisou.
Declarando que os trabalhos
de preparação estão a correr bem, Maria Amélia António afiançou que este ano a
casa está a contar ter mais pessoas a apresentar trabalhos nos expositores de
artesanato, ligados à CPM. “Queremos alargar o leque de trabalhos expostos e à venda”,
disse, explicando que esses expositores também terão o mesmo tema que a CPM.
Depois de em 2014, o
arranque oficial da festa ter sido manchado pela ausência de representantes das
associações participantes, facto que causou descontentamento, Maria Amélia
António está convencida de que tal não se vai repetir nesta edição. “Foi um grande
acidente de percurso fazer-se uma inauguração fingida, quando as pessoas ainda
estavam a montar e a trabalhar”, lembrou.
A Associação dos Amigos de
Moçambique também já definiu o tema do expositor, que este ano vai ser dedicado
à praia. “A costa de Moçambique é bastante grande, temos belíssimas praias e
vamos mostrar uma delas”, afirmou Helena Brandão, presidente da associação.
Destacando que a componente
burocrática já está encaminhada, Helena Brandão notou que apenas na semana do
festival é que terão mais condições para a preparação efectiva do expositor. No
entanto, salientou que está tudo a correr de feição.
Por seu lado, a Associação
de Amizade Macau-Cabo Verde ainda se encontra na fase de definição do tema. Daniel
Pinto, presidente da associação disse ao Jornal Tribuna de Macau que nesta
altura a participação no festival é já quase uma “questão rotineira”, porque as
pessoas estão habituadas a participar.
“Normalmente, apresentamos
uma ilha, todos os anos mudamos de cenário. Este ano pode ser que se junte todas
as ilhas e se faça uma coisa só, vamos aguardar uns dias para a decisão final”,
afirmou.
Novidades
com menos dinheiro
Organizado pelo Instituto
para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e Direcção dos Serviços de Turismo
(DST), nesta edição o Instituto Cultural (IC) também se juntou à comissão
organizadora do evento, que vai decorrer entre 23 e 25 de Outubro.
Segundo Henry Ma,
administrador do Conselho de Administração do IACM, o festival deste ano está
orçado em 2,4 milhões de patacas, menos 400 mil patacas que em 2014.
Em relação a este facto,
Maria Manuela António disse que tem sido tendência nos últimos anos, mas que o valor
do subsídio atribuído às associações se mantém o mesmo. “O montante que nos dão
é o mesmo há vários anos e tudo se tem tornado mais caro, por isso cada ano é
mais difícil”, afirmou, destacando que as associações têm de adaptar às
circunstâncias.
“Isso (redução no orçamento)
também se há-de traduzir na programação dos espectáculos, mas isso não é
connosco. Em vez de mais espectáculos se calhar vão usar mais recursos locais,
que eventualmente chamam menos gente”, notou a presidente da CPM.
Sobre este ponto, a
organização está à espera da participação de cerca de 20 mil pessoas, número
semelhante ao de 2014.
Henry Ma considera que os 18
anos do Festival foram “bastante significativos”, pelo que a organização vai
avaliar e melhorar o mesmo. Sublinhando a preservação da cultura portuguesa em
Macau, porque só no território se regista esta fusão cultural entre Ocidente e
Oriente, o administrador do IACM disse que o organismo está aberto a novas
sugestões.
Com o objectivo de homenagear
as comunidades de expressão portuguesa locais, que “ajudaram a construir Macau
e que decidiram permanecer na RAEM, apoiando o seu desenvolvimento”, o Festival
da Lusofonia conta nesta edição com a adição de um palco de actuações no Largo
do Carmo, em frente à igreja. Este local será destinado a performances de
artistas lusófonos locais, como a banda 80&Tal, Mané Crestejo, Fabrizio
Croce e o Grupo de Fado e de Música Popular Portuguesa. Os espectáculos começam
às 19h30 e terminam às 21h30.
O anfiteatro das Casas-Museu
irá receber as actuações de artistas vindos de países e regiões da Lusofonia, como
é o caso de Mariene de Catro (Brasil), Virgem Suta (Portugal), Massukos (Moçambique),
Bitori Nha Bibinha (Cabo Verde), Mesô Dance (S. Tomé e Príncipe), D’Voices
Talik Murak (Timor-Leste), Master Jake (Angola), Binhan Quimor e Star Candinha
(Guiné-Bissau) e Versatyle (Goa, Damão e Diu).
Ao final da tarde do dia 24
e 25 de Outubro, o mesmo anfiteatro vai receber actuações de grupos locais,
como o grupo folclórico infantil da Escola Portuguesa de Macau e as crianças do
Jardim de Infância D. José Costa Nunes.
Em termos gastronómicos,
além dos 10 expositores das comunidades lusófonas, que normalmente colocam para
venda petiscos e bebidas típicas a par de música, fotografias, trajes típicos e
informação promocional, no Jardim Municipal do Carmo o restaurante “Gastronomia
Lusófona” volta a servir os sabores típicos.
A cachupa de Cabo Verde, a
feijoada brasileira, sarapatel de Goa, Damão e Diu, moamba de Angola e caldo verde
são algumas das iguarias disponíveis.
O festival voltará a ser
animado pela presença da “Rádio Carmo”, que vai animar e acompanhar as
actividades daqueles dias, nomeadamente os jogos tradicionais portugueses, o
tradicional torneio de matraquilhos, os passeios de póneis, as actividades nos
insufláveis gigantes para crianças e o simulador do Grande Prémio.
A cerimónia oficial de abertura
está agendada para as 19h do dia 23 de Outubro. Liane Ferreira – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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