Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 22 de dezembro de 2024

Dilúvio










Vamos aprender português, cantando


Dilúvio


Já vejo o céu em fogo

há quem diga que estou louco

nunca me senti tão só


E a dor que mais me mata

é já não te fazer falta

é fazer falta a ninguém


Já nascemos de joelhos

já dobrados pelo meio

ensinados a querer


Só aquilo que não temos

só as terras que não vemos

a corrida não tem fim


E a vida fica difícil

o tempo passa tipo míssil 

derramado em suor 


E o que achamos importante

perdemos mais adiante

no fim só restamos nós

a vida fica difícil


Já vejo o céu em fogo

cuidado que estou louco

nunca me senti tão só 


Seguimos ofendidos

todos sérios e contidos 

inundados em pudor


Tenho medo destes muros

pensamentos crus e duros

sempre prontos a julgar


Eu já nem sei rir direito

toda a graça é um parapeito

calma, foi em paz que vim


E a vida fica difícil

o tempo passa tipo míssil 

derramado em suor 


E o que achamos importante

perdemos mais adiante

no fim só restamos nós


E a vida fica difícil

o tempo passa tipo míssil 

derramado em suor 


E o que achamos importante

perdemos mais adiante

no fim só restamos nós

a vida fica difícil


De onde vem esta saudade

espalhar-se na cidade 

em forma de souvenir 


Que venha quem vier por bem

mas não se trate com desdém

quem tratou deste lugar


Já vejo o céu em fogo

há quem diga que estou louco

nunca me senti tão só


E a vida fica difícil

o tempo passa tipo míssil 

derramado em suor 


E o que achamos importante

perdemos mais adiante

no fim só restamos nós


E a vida fica difícil

o tempo passa tipo míssil 

derramado em suor 


E o que achamos importante

perdemos mais adiante

no fim só restamos nós

a vida fica difícil

a vida fica difícil


A garota não - Portugal


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