Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Macau - Nova exposição apresenta as histórias que definem a paisagem cultural da Região

A Associação Cultural 10 Marias apresenta a exposição “Historic Connections”, que explora os laços históricos e as experiências partilhadas entre Macau e os países de língua portuguesa. A exposição, da autoria da artista Mónica Coteriano, estará patente até ao dia 14 de Janeiro de 2025



A Associação Cultural 10 Marias inaugura a exposição intitulada “Historic Connections”, na Livraria Portuguesa. Esta exposição, que se prolongará até dia 14 de Janeiro de 2025, apresenta o trabalho de Mónica Coteriano, uma artista local que parte das suas experiências pessoais e da sua herança cultural para criar a sua arte, que inclui tanto projectos de grande escala como trabalhos de estúdio mais independentes.

O projecto apresenta uma exploração das relações entre Macau e as várias nações de língua portuguesa e consiste num conjunto diversificado de colagens criadas a partir de materiais como jornais, documentos e meios mistos. Cada peça encerra narrativas sobre pessoas, lugares e ideias que influenciaram o percurso artístico de Coteriano e as experiências partilhadas das comunidades culturais.

A exposição caracteriza-se pelo uso de técnicas de colagem combinadas com instalações de luz. O trabalho de Coteriano destaca esta forma de arte, que tem raízes na arte ocidental do início do século XX, ao mesmo tempo que reconhece técnicas semelhantes encontradas nas artes tradicionais da Ásia Oriental. Esta abordagem realça o valor das contribuições culturais de tradições variadas, promovendo, em última análise, um diálogo de criatividade partilhada.

Para melhorar a experiência do espectador, a artista irá incorporar luzes LED programáveis nas instalações. Estas luzes proporcionam um aspecto interactivo que dá vida às peças e transformam cada obra de arte numa experiência dinâmica, chamando a atenção para as nuances que moldam as narrativas ilustradas no seu interior. Serão também utilizados dispositivos de voz para apresentar informações contextuais e narrativas, oferecendo aos visitantes uma compreensão mais profunda do significado subjacente a cada peça exposta. Esta abordagem multissensorial visa envolver o público a vários níveis, convidando à reflexão sobre as mensagens transmitidas pela arte.

“Historic Connections” não só reflecte a visão artística pessoal de Mónica Coteriano, como também se enquadra num discurso mais vasto em torno do intercâmbio cultural e da identidade. Esta exposição procura inspirar uma apreciação mais alargada das histórias interligadas que definem a paisagem cultural de Macau. Ao mostrar as influências mútuas trocadas entre regiões, o projecto enfatiza o papel da arte na promoção da compreensão e do diálogo entre diferentes culturas. Guiomar Salema – Macau in “Ponto Final”


Portugal - Migrantes sob suspeita geral?

Até agora, Portugal gostava de se ver como um país que recebe os estrangeiros de braços abertos. No entanto, as opiniões estão cada vez mais divididas sobre este princípio. Uma grande operação policial levada a cabo pouco antes do Natal num bairro muito “asiático” de Lisboa levanta questões. Será que o partido xenófobo Chega está agora a definir a agenda quando se trata de lidar com os migrantes?



“Agora somos todos suspeitos de termos infringido alguma lei”, queixa-se o jovem estudante do Bangladesh, que entende um pouco de português mas prefere comunicar em inglês. Falamos na Rua do Benformoso, no coração da capital portuguesa, perto da Praça Martim Moniz, onde Lisboa se mostra pelo lado asiático. Neste local, os turistas formam longas filas para poder embarcar no antigo eléctrico da linha 28. Raramente se entra na estreita Rua do Benformoso com os seus talhos halal, lojas exóticas e restaurantes que servem comida indiana e bengalesa. Mas esta rua está na boca de todos há alguns dias.

Grande ataque, rendimento escasso

O jovem estudante não estava lá quando a polícia chegou para uma grande operação na tarde da última quinta-feira. Mas ele expressa o seu choque com o que ouviu e com o que foi visto na mídia de todo o país. Algumas dezenas, senão mais de cem homens, a grande maioria deles migrantes, estavam alinhados na calçada, de costas para a rua, com as mãos levantadas pressionadas contra as paredes das casas, à espera de serem revistados pela polícia.

O resultado da ação? A detenção de dois homens, ambos de nacionalidade portuguesa. Um deles carregava uma faca e mais drogas do que era permitido para consumo pessoal; o outro era suspeito de ter cometido alguns furtos. A questão que se coloca é que resultado uma campanha semelhante teria tido entre os frequentadores de batalhas de futebol ou visitantes de discotecas chiques.

Uma operação inteiramente no espírito dos populistas de direita?

Uma tempestade de indignação não demorou a chegar. De uma perspectiva puramente jurídica, surgiram dúvidas sobre a proporcionalidade desta acção - conforme exigido pela Constituição. A nível político, o governo e a polícia foram acusados de permitir que o partido populista e xenófobo de direita Chega, que tem 50 deputados, ditasse a sua agenda ou de tentar negar-lhes o eleitorado.

Um polícia deixou em aberto se a operação foi coordenada com o governo. O primeiro-ministro Luís Montenegro, que lidera um governo minoritário burguês desde abril, defendeu a operação. Muitas vezes não é preciso haver muitos crimes para que as pessoas se sintam inseguras, disse ele. Com estas operações, a polícia fica visível na monitorização de atividades ilegais. Se a polícia escolheu a melhor forma de se aproximar dos cidadãos é outra questão. O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que quase todos os dias comenta temas da atualidade, evitou fazer um balanço. No entanto, saudou o início de uma investigação interna de natureza não disciplinar.

Uma carta aberta de protesto

Pessoas alinhadas no muro, selecionadas de acordo com critérios como origem, diferenças culturais ou cor da pele, reminiscentes de tempos anteriores que se acreditava terem sido superados, encontraram 21 personalidades de campos políticos diferentes, mas maioritariamente de esquerda, num espaço aberto. carta ao Primeiro-Ministro, cujo governo no Parlamento depende dos votos ou pelo menos das abstenções quer dos socialistas quer do Chega.

Os signatários criticaram ainda duas resoluções aprovadas pelo parlamento no dia da operação, com os votos dos partidos no poder e do Chega. Os estrangeiros que se encontrem em situação irregular deverão, portanto, deixar de poder utilizar gratuitamente os serviços do serviço de saúde estatal.

Um país pacífico – ou não mais?

Portugal é considerado um dos países mais pacíficos do mundo. Para 2024, o Instituto de Economia e Paz, com sede em Sydney, calculou o seu “Índice de Paz Global” pela 18ª vez». Num ranking que tem em conta quase todos os países do mundo, Portugal apareceu como um dos onze países “muito pacíficos”. Ficou em sétimo lugar, atrás dos líderes Islândia, Irlanda, Áustria, Nova Zelândia, Singapura e Suíça, e à frente da Dinamarca, Eslovénia, Malásia e Canadá.

Segundo os especialistas, não existe nenhuma ligação comprovada entre a imigração e o aumento da criminalidade. No entanto, aparentemente existe um certo desconforto entre a população relativamente à imigração, especialmente proveniente do subcontinente indiano, como comprovam os resultados do estudo “Barómetro da Imigração” da Fundação Francisco Manuel dos Santos, anunciados dois dias antes da operação policial.

Sentimento de alienação e défice de informação

Num inquérito, 81% dos inquiridos consideraram que os imigrantes do continente indiano – ou seja, da Índia, Paquistão, Bangladesh e Nepal – eram “muito diferentes” dos portugueses. 60 por cento eram a favor da redução da sua presença. No que diz respeito a este grupo, o sentimento de ser “muito diferente” era por vezes muito mais forte do que com pessoas da China, África, Europa de Leste e Brasil. Os portugueses podem ter se acostumado com negros e pessoas que falam português com sotaque brasileiro. A imigração do subcontinente indiano, em particular, aumentou acentuadamente, embora as pessoas provenientes de lá representassem apenas 11% dos estrangeiros com residência legal em Portugal em 2023.

O número total de imigrantes aumentou enormemente nos últimos anos, de quase 662 mil em 2020 para 1,044 milhões em 2023. E há uma ignorância por vezes chocante de certos factos. No estudo mencionado, apenas cerca de um terço dos inquiridos sabia que os estrangeiros pagam mais para a segurança social do que recebem em benefícios sociais - e isto foi cerca de cinco vezes mais em 2023. Afinal, uns bons dois terços dos inquiridos reconheceram que a imigração é bom para a economia e é até indispensável. Dado que a mão-de-obra é escassa, será difícil implementar atempadamente alguns projectos financiados pelo Fundo de Reconstrução da UE.

O governo reforçou as regras de imigração há alguns meses. Com o objetivo de melhor regulamentá-los, ela procura um pacto com os empregadores. Deverão comprometer-se a proporcionar aos migrantes qualificações profissionais e alojamento. Do lado comercial, a aprovação foi limitada.  Thomas Fischer – Suíça in “Journal 21”


Moçambique - Padre português testemunha caos e “morte à solta”

O padre Tony Neves, conselheiro geral dos Missionários Espiritanos, encerrou este fim-de-semana uma visita de duas semanas e meia a Moçambique, referindo que “o caos está instalado” no país lusófono e que o povo está “desesperado”



“Há muita pilhagem, há muita morte à solta, é o caos instalado”, disse à Agência ECCLESIA o missionário português, em visita a Moçambique desde o último dia 10, para acompanhar a atividade dos religiosos da sua congregação.

“O povo está desesperado, o país não está desenvolvido, os senhores do sistema enriqueceram de uma forma absolutamente inadmissível”, indica o responsável católico.

No seu relato, o padre Tony Neves destaca que a população “perdeu o medo, saiu à rua e enfrentou aquilo que consideram ser mais umas eleições completamente fraudulentas”.

O Conselho Constitucional de Moçambique proclamou na tarde de segunda-feira Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 9 de outubro.

Após esta divulgação, indica o padre Tony Neves, o país entrou “em colapso, as estradas foram barradas”, as pessoas começaram “a exercer violência sobre bens e pessoas mais ligadas à Frelimo, o governo que sempre foi omnipotente desde a independência” de Moçambique.

“Estamos a falar de 49 anos de governo absolutamente intocável”, apontou o conselheiro geral dos Missionários Espiritanos

Pelo menos 134 pessoas morreram desde segunda-feira nas manifestações pós-eleitorais em Moçambique, elevando a 261 o total de óbitos desde 21 de outubro, e 573 baleados, segundo balanço divulgado hoje pela plataforma eleitoral Decide.

Segundo o missionário português, “os governantes desapareceram, até dizem que muitos estarão fora do país, a polícia não intervém, o exército não intervém”.

“Neste momento, quem está a tomar conta do país é o povo”, sublinhou o padre Tony Neves.

O religioso fala numa situação “dramática”, da qual “grupos de delinquentes se aproveitam”.

“Fazem muitas pilhagens e rebentaram com lojas e com tudo que é administração”, refere.

Após passar por várias cidades, o responsável diz que que a capital, Maputo, “deve ser o sítio onde se está melhor”, apesar de ser verem “muitos pneus queimados e muitos sinais de destruição”.

Na cidade de Nampula, indica, manifestantes tentaram entrar no paço episcopal e atacar a casa dos Espiritanos.

“Não há autoridade nenhuma, a polícia desapareceu, o exército não existe, o povo é que manda”, insiste o entrevistado.

O padre Tony Neves entende que as manifestações surgem como forma de contestação a um regime durante o qual o povo “empobreceu tremendamente”.

“As bolsas de pobreza são bem visíveis nos bairros das cidades”, aponta.

O missionário admite que, neste contexto, “as casas religiosas são alvos muito fáceis para os bandidos”.

“Primeiro, porque estão desprotegidas; segundo, porque são sítios onde ainda podem encontrar um bocadinho de farinha, podem encontrar um bocadinho de arroz, podem encontrar um frigorífico com alguma carne”, finalizou.

O secretariado português da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) informou hoje que edifícios da Arquidiocese de Nampula, contíguos ao Paço Episcopal, foram invadidos, vandalizados e danificados por manifestantes em protesto, entre 24 e 25 de dezembro.

Uma missão com religiosas brasileiras, em Micane, no distrito de Moma, foi também atacada. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo


Moçambique - Milhares de pessoas fogem para o Malawi

Segundo fontes governamentais, cerca de 13.000 pessoas atravessaram a fronteira para o Malawi desde o dia em que o Conselho Constitucional anunciou os resultados finais das eleições de 9 de Outubro que dão vitória ao partido Frelimo e ao seu candidato presidencial Daniel Chapo. O anúncio desencadeou uma semana de protestos particularmente violenta, marcada por incidentes de vandalismo, barricadas e pilhagens.

Segundo as autoridades, a maior parte das pessoas cruzaram o sul do Malawi, muitas delas atravessando rios para escapar à agitação.

Dominic Mwandira, comissário para o distrito fronteiriço de Nsanje, no sul do Malawi, disse que cerca de 2500 famílias tinham chegado até à data, alertando para o facto de o número poder vir a aumentar.

“Cerca de 11.000 pessoas atravessaram o rio Shire para entrar no Malawi, enquanto outras 2000 atravessaram o rio Ruo”, especificou.

Vários ministérios do Governo foram postos em alerta e os requerentes de asilo estão a ser alojados em vários locais temporários, acrescentou.

Sob condição de anonimato, um funcionário da agência das Nações Unidas para os refugiados (ACNUR) já fala em situação de emergência. “Dada a complexidade da situação, ainda não verificámos o número exacto de chegadas. Os esforços de registo começaram no domingo e teremos uma ideia mais clara quando este processo estiver concluído”, disse.

“Poderemos então avaliar a forma de os encaminhar para um alojamento mais permanente”, acrescentou a fonte da ACNUR.

Entretanto, o pequeno Reino de Essuatíni, a sul de Moçambique, registou um afluxo de mais de 350 moçambicanos esta semana, disse o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Pholile Shakantu. O número total de chegadas de moçambicanos desde o início dos protestos contra os resultados eleitorais aumenta assim para 500, acrescentou.

“Os nossos braços estão abertos enquanto país… Queremos tranquilizar e reafirmar o nosso compromisso como país para ajudar os nossos vizinhos de Moçambique”, disse o ministro.

Destruídas dezenas de viaturas da saúde e artigos médicos

“Nós temos até agora mais de 77 viaturas entre vandalizadas e destruídas e destas pelo menos 55 estavam na central de abastecimento e inclui viaturas novas que ainda deviam ser distribuídas pelo país”, disse o ministro da Saúde, Armindo Tiago, em declarações à comunicação social.

O responsável, que falava durante uma visita a unidades hospitalares da cidade de Maputo, revelou que um dos armazéns do centro de abastecimento de medicamentos incendiado em Maputo por manifestantes após a proclamação dos resultados pelo Conselho Constitucional continha medicamentos avaliados em 5 milhões de dólares.

“Roupa hospitalar estava lá, compramos roupa hospitalar para 70 mil funcionários do Serviço Nacional de Saúde, que inclui sapatos medicinais, batas, calças, luvas, tudo estava lá e só isso está avaliado em 10 milhões de dólares, incluindo o chamado material necessário para fazer gessos em bruto”, disse Armindo Tiago, referindo-se a outros materiais hospitalares perdidos na sequência do incêndio.

O governante disse que Moçambique precisará de pelo menos dois anos para recuperar dos impactos dos actos de vandalismo e destruições no sector da saúde, destacando que levará pelo menos um ano para conseguir requisitar e receber os materiais médicos incendiados no centro de abastecimento de medicamentos.

“Mas o maior problema é que aquele é um armazém – nós também temos produtos que hão de chegar -, como ele está destruído, neste momento teremos de encontrar alternativas para colocar os equipamentos, produtos médicos que chegam ao país”, apontou Armindo Tiago. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “Deutsche Welle” e “Lusa”


segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Guiné-Bissau – Recebe laboratório de autópsia forense, uma oferta da China com apoio técnico de Portugal

A Guiné-Bissau tem, a partir de agora, o seu primeiro laboratório de autópsia forense, uma infraestrutura cedida e equipada pela China e cujos técnicos foram formados por Portugal, anunciou o diretor da Polícia Judiciária guineense.



Domingos Correia afirmou que o laboratório, instalado no Simão Mendes, em Bissau, principal hospital da Guiné-Bissau, “vai ajudar” a Polícia Judiciária (PJ) “na busca da verdade material dos factos e dar dignidade aos cidadãos” guineenses.

Segundo o responsável, o equipamento faz parte da reforma em curso na PJ e ajudará a responder aos “desafios complexos” no domínio da criminalidade contemporânea através de abordagens científicas e melhoria na qualidade dos laudos periciais (documentos técnicos elaborados por peritos, fundamentais em processos judiciais).

Domingos Correia enalteceu a “generosa doação” feita pelo Governo chinês que disse representar “um símbolo da solidariedade e cooperação internacional” alinhados com os esforços da modernização da Justiça na Guiné-Bissau. “É imperativo igualmente destacar o papel crucial da cooperação portuguesa através do Instituto Nacional da Medicina Legal e Ciências Forenses na formação especializada que os nossos polícias receberam e que vai ser fundamental para o êxito deste empreendimento”, notou o director nacional da PJ guineense.

Domingos Correia salientou a formação em Portugal de um médico-legal e um tanatologista como provas de “elevação do nível das capacidades forenses” daquela polícia.

O embaixador da China em Bissau, Yang Renhuo, recordou que os governos dos dois países trocaram notas em Abril sobre a necessidade de a Guiné-Bissau possuir um laboratório de autópsia forense e a infraestrutura é agora inaugurada. “Esperamos que este laboratório venha reforçar a capacidade de investigação criminal da Polícia Judiciária (…) e ainda ajudar a manter a paz e a estabilidade na Guiné-Bissau”, defendeu o diplomata chinês.

A ministra da Justiça e Direitos Humanos guineense, Maria do Céu Monteiro, considerou como um “elemento de bastante relevo” a edificação do primeiro laboratório de autópsia forense na Guiné-Bissau e agradeceu “de forma reiterada” os apoios de Portugal e da China no “reforço das competências” da PJ do país. In “Ponto Final” - Macau


Brasil - “Tomou nota” da investigação na China sobre importações de carne bovina

O Governo brasileiro disse que “tomou nota” da comunicação, pelo Ministério do Comércio da China, da abertura de uma investigação para eventuais medidas de salvaguarda sobre as importações de carne bovina, reafirmando a defesa dos “interesses do agronegócio brasileiro”.



Num comunicado emitido pelo Ministério da Agricultura, o Governo brasileiro recordou que a investigação, aberta agora na China, abrange todos os países exportadores de carne bovina para o país asiático e deverá analisar o período que compreende o ano de 2019 até o primeiro semestre de 2024.

Entre os países que podem ser afetados por esta investigação estão o Brasil, Nova Zelândia, os Estados Unidos, Argentina e Uruguai, que lideram as exportações de carne bovina para o país asiático. “Não há, em princípio, a adoção de qualquer medida preliminar, permanecendo vigente a tarifa de 12% ‘ad valorem’ [tributo sobre o valor de mercadorias] que a China aplica sobre as importações de carne bovina”, realçou o Governo brasileiro.

A investigação, solicitada pela Associação Pecuária da China e por associações de nove províncias, vai avaliar o crescimento das importações entre 2019 e 2024 e o seu impacto no mercado interno.

De acordo com dados oficiais fornecidos pelo Ministério do Comércio da China, as importações cresceram 64,93%, entre 2019 e 2023, enquanto no primeiro semestre de 2024 o aumento foi de 106,28%, em comparação com o mesmo período de 2019.

Este aumento elevou a quota de mercado da carne importada de 20,55%, em 2019, para 30,90%, no primeiro semestre de 2024.

A China é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, consolidando-se nos últimos anos como o maior parceiro comercial do Brasil em proteínas animais.

Em 2024, as exportações brasileiras de carne bovina para o país asiático somaram mais de um milhão de toneladas, representando um aumento de 12,7% face o mesmo período de 2023.

Durante os próximos meses, e seguindo o curso e os prazos legais da investigação, o Governo brasileiro frisou que atuará “em conjunto com o setor exportador” e procurará “demonstrar que a carne bovina brasileira exportada [para a] China não causa qualquer tipo de prejuízo à indústria chinesa”.

O Brasil reafirmou, no comunicado, o “seu compromisso em defender os interesses do agronegócio brasileiro, respeitando as decisões soberanas do [seu] principal parceiro comercial, sempre procurando o diálogo construtivo em busca de soluções mutuamente benéficas”. In “Ponto Final” - Macau


Egipto - Descoberto sarcófago do Império Médio em Luxor

Egiptólogos franceses descobriram um sarcófago reenterrado da era do Império Médio em Luxor, no Egipto, como parte das investigações realizadas após a descoberta, em 2018 e 2019, de cinco sarcófagos no mesmo local, informou um membro da equipa este domingo, dia 29 de dezembro



A descoberta ocorreu no dia 16 de dezembro, quase no final de uma missão arqueológica de dois meses, confirmou à AFP Frédéric Colin, diretor do Instituto de Egiptologia da Universidade de Estrasburgo, no leste de França.

O egiptólogo, que participou na missão, considera a descoberta "notável" em todos os sentidos.

"Esclarece uma importante questão antropológica: como os habitantes do Antigo Egipto se comportaram com os corpos mumificados e os túmulos dos seus ancestrais quando descobriram sarcófagos antigos e tiveram que os mover devido a grandes reformas públicas", explicou Colin à AFP.

O sarcófago descoberto foi enterrado de novo, assim como os cinco sarcófagos descobertos em Luxor em 2018 e 2019.

A recente missão arqueológica foi organizada para "compreender melhor a natureza e o significado das descobertas de 2018 e 2019", salienta Frédéric Colin.

As equipas procuravam descobrir "se estes cinco sarcófagos constituíam um túmulo isolado ou faziam parte de um conjunto maior e mais sistemático de exumações", adicionou.

O investigador acrescentou ainda que durante seis meses foram estudadas várias camadas de terra com mais de oito metros, estratificadas e acumuladas ao longo de mais de 3000 anos e realizadas "três escavações arqueológicas".

"E o início da resposta (às nossas perguntas) surge no último dia da terceira campanha de escavação", quando o sarcófago foi descoberto, observou.

Os egiptólogos apenas "tocaram a camada (de terra) onde o sarcófago estava localizado. A escavação vai continuar quando a próxima campanha começar, em outubro de 2025", comentou Colin.

O sarcófago, da era do Império Médio (final do século XXI e século XVIII a.C), foi "preservado num baú de madeira feito sob medida".

O seu conteúdo vai ser estudado em 2025 "em colaboração com arqueoantropólogos (arqueólogos especializados na escavação de corpos humanos), modelando todas as etapas da pesquisa em 3D, como a equipa tem efetuado desde 2018". In “Sapo Viagens” – Portugal com “AFP”


Macau - Universidade de Lisboa vai ajudar a criar Faculdade de Medicina

A Universidade de Lisboa vai ajudar a criar uma Faculdade de Medicina no novo campus da Universidade de Macau (UM), na vizinha Hengqin (ilha da Montanha), disse um vice-reitor da instituição

“A Faculdade de Medicina, que será a primeira faculdade de medicina pública aqui em Macau, será feita em parceria com a Universidade de Lisboa. Já temos um acordo nesse sentido”, disse Rui Martins.

A Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, uma instituição privada, tem desde 2008 uma Faculdade de Ciências da Saúde, oficialmente rebatizada como Faculdade de Medicina em 2019.

Numa entrevista ao canal em língua portuguesa da televisão pública TDM Martins disse que Medicina será uma das quatro novas faculdades a nascer no novo campus da UM em Hengqin.

“Teremos uma Faculdade de Ciências da Informação, uma Faculdade de Engenharia, com novos tipos de engenharia, e também uma Faculdade de Design e que deverá incluir arquitetura”, referiu o académico português.

“A ideia nesse campus é termos ‘dual degrees’ [cursos em co-tutela] com universidades estrangeiras. A medicina (1:25) já está com Lisboa e agora estamos a definir para as outras faculdades”, acrescentou Martins.

O novo campus em Hengqin, cuja primeira pedra foi lançada em 09 de dezembro, deverá ser inaugurado em 2028 e permitir à UM passar dos atuais 15 mil para um máximo de 25 mil alunos, sublinhou o vice-reitor para Assuntos Globais.

Macau inaugurou em setembro o Hospital Macau Union, o terceiro e o maior complexo de cuidados de saúde da região semiautónoma chinesa, com uma área de cerca de 430 mil metros quadrados.

O Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas – Centro Médico de Macau do Peking Union Medical College Hospital já prestava tratamentos de 24 especialidades, tendo começado a funcionar a título experimental em 20 de dezembro de 2023.

O hospital, com tecnologia e equipa de gestão do Peking Union Medical College Hospital, de Pequim, situa-se no Cotai, onde está localizada grande parte dos casinos em Macau, e abriu com 852 camas, 26 salas de cirurgia e um laboratório central.

No início de agosto, a então secretária para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau, Elsie Ao Ieong U, disse esperar que o processo de recrutamento de pessoal médico termine “ainda este ano”.

Em abril, o líder do Governo cessante Ho Iat Seng disse que os hospitais da região tinham 24 médicos provenientes de Portugal.

Elsie Ao esteve em maio de 2023 em Portugal para tentar recrutar médicos portugueses.

Em dezembro de 2023, os Serviços de Saúde de Macau (SSM) disseram à Lusa que iriam propor a contratação de dois dos 12 médicos portugueses que se candidataram.

Os SSM admitiram que alguns tinham desistido do processo porque, como tinham estatuto de residente em Macau, seriam obrigados a realizar internato e exames. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo


domingo, 29 de dezembro de 2024

Goa – Naturais aproximam-se cada vez mais da língua e cultura portuguesas

O investigador Óscar Noronha considerou que o interesse pela cultura portuguesa em Goa tem crescido nos últimos anos, uma tendência acompanhada por um aumento do número de alunos da língua de Camões



“Atualmente, pelo menos da parte do povo, há maior abertura à língua e cultura de matriz portuguesa. Ele tem melhor consciência de como é rica e única a cultura indo-portuguesa”, declarou o professor universitário goês à agência Lusa.

Por outro lado, quanto à aprendizagem da língua, “o número de alunos tem aumentado ao longo dos anos”, num contexto em que “tanto a Fundação Oriente como o instituto Camões têm exercido um papel relevante nesse sentido”.

Em 1961, a União Indiana anexou o então estado da Índia, colónia portuguesa que era constituída pelos territórios de Goa, Damão e Diu.

“Os meus pais, Fernando de Noronha e Judite da Veiga, apesar do novo condicionalismo político, continuaram, na medida do possível, com o modo de vida a que estavam habituados. Por isso é que viemos, muito naturalmente, a falar a língua portuguesa e a cultivar a literatura e a música portuguesas, sem embargo do nosso amor à língua concani”, declarou Óscar Noronha.

O seu pai inculcou na família “um amor ao idioma luso” e, a pedido dos filhos, “deixou registadas as suas memórias” em dois livros: “Momentos do meu passado” (2002) e “Goa tal como a conheci” (2018), este publicado postumamente.

“Escrevi a biografia do meu tio-avô, monsenhor Castilho de Noronha, que foi parlamentar [da antiga Assembleia Nacional do Estado Novo], além de ter sido professor do Seminário de Goa, diretor de um jornal e autor de duas obras sobre a filosofia indiana”, disse.

Como “muitos aspectos da cultura comunitária estão a desaparecer”, Óscar Noronha produz há alguns anos o ‘podcast’ “Renascença Goa” com o objetivo de “redescobrir a cultura indo-portuguesa”, além de ter traduzido e editado obras em inglês e português.

O Saint Xavier’s College, de Mapuçá, tem vindo a organizar, anualmente, o Dia da Língua e Cultura Portuguesa, com a participação de alunos de escolas de ensino secundário do estado de Goa.

Também, entretanto, passou a haver localmente “grande interesse” por fado e mandó, dois géneros musicais que o irmão de Óscar, o guitarrista Fernando Noronha, decidiu valorizar abrindo em Pangim a casa da especialidade “Madragoa”. In “Bom dia Europa” – Luxemburgo com “Lusa”


França - Primeira reunião da Associação dos Lusistas do Ensino Superior Francês (ALESF) em Poitiers

No dia 28 de novembro, a Casa das Ciências Humanas da Universidade de Poitiers acolheu a primeira reunião da Associação dos Lusistas do Ensino Superior Francês (ALESF). Este evento contou com a presença da Direção de Letras e Línguas da UFR, representantes das unidades de investigação CRLA Archivos e FORELLIS da Universidade de Poitiers, Isabel Sebastião, Coordenadora do ensino do Português em França do Instituto Camões, e Helena Melchionna, em representação do serviço de cooperação educativa da Embaixada do Brasil em Paris.



No seu discurso de abertura, o Presidente da associação recordou o papel crucial desempenhado pela AIL (Associação Internacional de Lusitanistas) e pelos Departamentos Portugueses das Universidades Francesas na reflexão colectiva que levou à criação desta sociedade científica em 2023. “Foi trata-se de definir uma estratégia nacional concertada para a disciplina face aos desafios da formação, da investigação e do multilinguismo nas universidades francesas”.

As mesas redondas matinais reuniram interlocutores dos meios académicos, associativos e diplomáticos para debater as questões do “lusismo contemporâneo”. Estes intercâmbios centraram-se na história da disciplina em França, na sua representação nas diferentes componentes do sistema educativo francês, nos concursos de ensino, bem como na influência da produção científica, na encruzilhada dos diferentes campos do conhecimento, a nível nacional e internacional.

A tarde foi dedicada a duas figuras emblemáticas do Lusismo francês, Maryvonne Boudoy e R.A Lawton, cujos contributos marcaram a história da disciplina.

Esta homenagem foi seguida pela assembleia geral da associação, durante a qual foi apresentado um relatório financeiro, foram aprovadas atualizações estatutárias e apresentado o sítio da associação.

O sítio da ALESF constitui uma ferramenta para a disciplina e para a sua visibilidade: lista cursos universitários de português em França, bem como unidades de investigação, publicações e teses relacionadas com o português. Oferece também informações sobre concursos de ensino e visa promover as atividades científicas dos lusistas franceses.

Com este primeiro encontro, a ALESF insere-se numa reflexão sobre a política de ensino de línguas e afirma a sua ambição de contribuir para uma visão concertada do português em França, nomeadamente a partir do seu lugar na universidade, enquanto fortalece os laços entre os diferentes intervenientes na disciplina. In “LusoJornal” - França


Presente

















Vamos aprender português, cantando


Quando não estás, sinto-me triste 
quando não estás, não me sinto bem 
agora não estás e eu não sei o que fazer 
deixa-me acordar p’ra te dizer 

Contigo eu sei o que é viver 
contigo eu sei o que é sonhar 
deixa-me acordar p’ra te dizer 
que eu só te quero beijar 

Eu só te quero beijar 
desde sempre comigo, fazes parte de mim 
contigo tudo é mais fácil 
não sou nada sem ti 

Agora que estás, temos muito para viver 
deixa-me acordar p’ra te dizer 
que contigo eu sei o que é viver 
contigo eu sei o que é sonhar 

Deixa-me acordar p’ra te dizer 
que eu só te quero beijar 
eu só te quero beijar 
eu só te quero…. Beijar

Rodrigo Oliveira - Portugal



sábado, 28 de dezembro de 2024

Nigéria - Febre de Lassa faz 190 mortos

A febre de Lassa, uma doença hemorrágica viral, fez 190 mortos na Nigéria, este ano, e infectou mais de 1100 pessoas em seis estados.



Isto levou a Nigéria a criar um centro de resposta a emergências, depois de uma avaliação de risco realizada pelo Centro Nigeriano de Controlo de Doenças tê-lo classificado como elevado.

O responsável da agência observou que o pico de transmissão ocorre, normalmente, entre Outubro e Maio, e que houve um aumento de casos e mortes nas últimas quatro semanas.

Doença hemorrágica viral, a febre de Lassa é transmitida principalmente aos humanos, através do contacto com alimentos ou utensílios domésticos contaminados com urina ou excrementos de roedores.

Devido ao seu potencial epidémico e à falta de vacinas certificadas, a febre de Lassa é classificada pela Organização Mundial de Saúde como uma doença prioritária. In “O Pais” - Moçambique


“A RAEM ganhou uma visibilidade diferente e também um papel próprio aos olhos de Pequim”

Macau “tornou-se no exemplo” da capacidade da China concretizar o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’, mas a sua continuidade pós 2049 dependerá das cartas que der a nível internacional, afirma Cátia Miriam Costa. Para a investigadora do Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa, Macau continua a ser um “ponto de encontro” entre culturas, mas a plataforma sino-lusófona tem sido “hesitante”. Entre as razões, defende que “os contactos diplomáticos são parte do exercício” dessa função, e “falta a Portugal” decidir o papel de Macau “na sua política externa”

– O Presidente chinês, Xi Jinping, voltou a Macau pela terceira vez durante a sua presidência. Face à última visita, em 2019, como se encontra a situação política do país?

Cátia Miriam Costa – Estamos em conjunturas diferentes, não só a nível interno como externo. Após a pandemia e dois conflitos militares em curso, o ambiente internacional tornou-se menos previsível e mais conflitual, a par de uma crescente concorrência entre a China e os Estados Unidos da América.

Do lado interno, também se verificam novos desafios, como a manutenção do crescimento económico e desenvolvimento social. Após a erradicação da pobreza extrema, há a necessidade de criar uma economia resiliente que possa corresponder a uma maior competitividade internacional e à concretização de grandes projetos como a Nova Rota da Seda e a Grande Baía em que, de forma mais indireta ou direta, Macau tem um papel a desempenhar.

Como território exportador de serviços, sobretudo na área do turismo e do entretenimento, está particularmente exposto às alterações no relacionamento externo da China, mas também ao bem-estar do país, dado receber maioritariamente visitantes do Continente. Estes fatores fazem com que a receção ao Presidente Xi Jinping tenha decorrido num ambiente diferente de 2019, ao qual acresce toda a turbulência vivida em Hong Kong, que acabou por se refletir também nas decisões políticas em Macau.

Com a situação serenada, Macau recebe maior atenção, pois tornou-se no exemplo da capacidade da China concretizar cabalmente o princípio de ‘Um País, Dois Sistemas’. Se falarmos com chineses do Continente e lhes pedirmos para comparar as duas regiões ou perguntar onde agora preferem ir, a tendência é assinalar Macau como destino preferencial. A RAEM ganhou uma visibilidade diferente e também um papel próprio aos olhos de Pequim.

– Celebram-se os 25 anos da transferência de soberania. Como vê hoje a RAEM, decorridos tantos anos desde 1999?

C.M.C. – Para um visitante vindo do exterior, mudou sobretudo a paisagem. O Cotai e a incidência da indústria do entretenimento e do jogo cresceram numa dimensão inimaginável. Mas também a construção de mais pontes de ligação, alterando as infraestruturas de conetividade da RAEM à China Continental, causam impacto neste olhar de fora. Outro aspeto não menos relevante são as pessoas. A paisagem humana de Macau mudou, com mais chineses da China Continental e também com a audição de mandarim em ruas onde o cantonês tinha predominância total.

Claro que para um residente, as alterações são maiores, com a progressiva transformação da RAEM, a sua integração no projeto da Grande Baía, as novas regras para se aceder à residência permanente ou a diversificação económica que se avizinha. Contudo, estas mudanças não retiraram a Macau a sua especificidade.

Ainda vejo a RAEM como um território com uma riqueza cultural e social enormes, confortável para ser vivenciado por diferentes comunidades e, acima de tudo, ponto de encontro por excelência entre ocidente e oriente e ponte fundamental entre a língua mais falada do hemisfério sul, o português, e a língua mais falada do hemisfério norte, o mandarim.

– Acredita que a RAEM pode ter o posicionamento de plataforma que o Governo Central lhe incumbiu? Faltam ainda elementos?

C.M.C – A RAEM tem o posicionamento histórico, cultural e social para ser a plataforma de ligação, sobretudo para os Países de Língua Portuguesa, mas não só. A América Latina poderá ser outra região do mundo com a qual Macau tem proximidade, não só porque o Brasil está integrado na América do Sul, mas porque houve uma ligação histórica entre estes territórios, por exemplo, através do transporte de emigrantes chineses para a América Latina.

É evidente que para ser uma plataforma tem que existir um entendimento profundo com o Governo Central, porque os contactos diplomáticos são parte do exercício das funções de uma plataforma. Estando esta parte clarificada e Macau envolvido no projeto económico de maior fôlego, tem todas as condições reunidas para usar as instituições ao seu dispor, como o Fórum de Macau, para afirmar esta sua função que até agora tem feito de forma hesitante.

– A comunidade portuguesa pode ainda representar um papel importante para Macau e para a China?

C.M.C. – Apesar de ter diminuído numericamente, a comunidade portuguesa apresenta alguma diversidade, representando-se em diversos setores da sociedade. Creio que esse potencial pode aumentar se tivermos presença em projetos de iniciativa privada; seria uma variação face ao passado da Administração portuguesa.

É evidente que para manter a especificidade de Macau, precisamos de uma comunidade macaense ativa e integrada nas diversas dimensões da sociedade local, a par de uma comunidade portuguesa também participativa. A presença destas duas comunidades constitui uma prova da persistência de características diferenciadas e da riqueza que traduzem para este território da China. Naturalmente, ambas as comunidades, em especial a portuguesa, sentem a mudança dos tempos e estão numa fase de adaptação. Contudo, não me parece que esse papel esteja de forma alguma esgotado e que não possa ser direcionado para novas áreas.

– Existem condições para a continuidade do sistema político atual pós 2049?

C.M.C. – Macau irá passar por uma integração económica e política progressiva relativamente à China Continental, tal como o acordo entre a República Portuguesa e a República Popular da China previa. A cidade está cada vez mais ligada, não só fisicamente através das novas infraestruturas, mas também de abertura de canais de passagem facilitada. O movimento de pessoas, a facilidade de circular, sobretudo na Grande Baía, mudará decerto ainda mais a feição da cidade.

Todavia, existe a possibilidade de a China considerar interessante a manutenção de algumas características, que podem ir de uma maior autonomia dentro do quadro político de governação, a uma aposta na manutenção do ensino do português como elemento diferenciador.

Seria interessante conhecerem-se os planos do próximo Governo da RAEM, para percebermos até que ponto este poderá transmitir a sensibilidade local para o Governo Central. Mas (…) parece-me difícil manter a continuação cabal do atual sistema, a não ser que este se revele particularmente proveitoso para China, nomeadamente, em termos de notoriedade internacional.

– Portugal está a aproveitar a ligação histórica que tem com Macau ou esqueceu-a?

C.M.C. – Existe uma memória difusa, pela distância e pelo facto de poucos portugueses terem passado por Macau. Paralelamente, há um certo saudosismo e uma expectativa de encontrar em Macau um prolongamento asiático de Portugal. Quanto à contemporaneidade, Macau é desconhecido e ainda falta a Portugal uma decisão relativamente ao papel que esta Região poderá ter na sua política externa. Esta ligação não tem sido potenciada, devido a este afastamento político e social face a Macau. É evidente que a integração de Macau na Grande Baía poderá despertar, pelo menos entre empresários portugueses, algum interesse e um olhar diferenciado para esta pequena Região. Contudo, isso deveria ser acompanhado de um olhar político que entendesse o caminho que Macau traçou relativamente à Lusofonia. Nelson Moura – Macau in “Plataforma”


Reino Unido - Cientistas recriam caracol em perigo de extinção e libertam-no nas Ilhas Desertas no arquipélago da Madeira

Duas espécies de pequenos caracóis das Ilhas Desertas foram criadas no Jardim Zoológico de Chester, no Reino Unido, e libertadas na natureza numa das ilhas de Portugal



Pensava-se que já tinha desaparecido do planeta, mas uma equipa de cientistas ficou surpreendida ao encontrar um pequeno número de criaturas a viver numa ilha remota do arquipélago da Madeira.

Há mais de 100 anos que não se registava a existência desta espécie.

Os minúsculos caracóis são nativos da ilha montanhosa da Deserta Grande, mas o seu habitat foi destruído nos últimos anos por ratos, ratazanas e cabras trazidos para a ilha pelo homem.

Pensava-se que toda a população de caracóis tinha sido devorada pelos predadores, mas os conservacionistas encontraram cerca de 200 moluscos a viver na ilha.

Trabalhando com especialistas do Jardim Zoológico de Bristol, no Reino Unido, e do Jardim Zoológico de Beauval, em França, os cientistas conseguiram reproduzir cerca de 1300 caracóis, salvando a espécie do limiar da extinção.

Os caracóis foram trazidos das ilhas próximas da Madeira para o Reino Unido, onde os especialistas recriaram tanques com habitats em miniatura, com a alimentação e as condições adequadas, num contentor de transporte convertido.

Antes de serem libertados nas ilhas, os caracóis foram marcados com pontos de identificação para que os especialistas os possam seguir.

Pensa-se que estes caracóis portugueses são os últimos da sua espécie no planeta. Euronews.green


Cabo Verde - Funaná em destaque no novo sucesso de Djilú di Djinha - "Tonga"

"Tonga" combina elementos tradicionais e modernos. A gaita de Vítor Bob adiciona o toque autêntico do funaná

O cantor cabo-verdiano Djilú di Djinha apresenta "Tonga", um videoclipe envolvente que exalta o ritmo quente e contagiante do funaná, estilo musical profundamente enraizado na cultura de Cabo Verde. Com uma melodia dançante e uma letra apaixonada, a música é uma verdadeira declaração de amor, feita para embalar corações e mover corpos nas pistas de dança.

Com arranjos elaborados e uma produção de alta qualidade, "Tonga" combina elementos tradicionais e modernos. A gaita de Vítor Bob adiciona o toque autêntico do funaná, enquanto os instrumentos e programação de Duku Dja Bem Pro Studio trazem uma vibe contemporânea à faixa.

Dirigido por MajesticFilms, o videoclipe traduz a energia contagiante da música com imagens cheias de cor e dança, refletindo a alegria e paixão que a canção transmite.

"Tonga" é uma ode à pessoa amada, com uma mensagem romântica e vibrante que ressoa no coração e no ritmo. A música já está disponível em todas as plataformas digitais e promete ser um sucesso nos palcos e festas de Cabo Verde e além. In “Dexam Sabi” – Cabo Verde


sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

São Tomé e Príncipe - Como a experiência agrícola chinesa está melhorando a agricultura no país

São Tomé – Desde 2017, a China tem ajudado São Tomé e Príncipe no seu desenvolvimento agrícola. Por meio de um projeto abrangente de assistência técnica agrícola e pecuária, especialistas chineses têm trabalhado com as autoridades locais para melhorar as práticas agrícolas.



À medida que a estação chuvosa se aproxima em outubro, Jamaika Martins, de 32 anos, estava ocupado no seu pequeno campo colhendo bok choy chinês pela primeira vez.

Nas proximidades, especialistas agrícolas chineses, que têm ajudado São Tomé e Príncipe na agricultura, ficaram bastante impressionados com as recompensas dos seus esforços, tornando-se os primeiros compradores dos produtos cultivados internamente de Jamaika.

O bok choy chinês é uma das várias variedades de vegetais introduzidas por uma equipa de especialistas agrícolas chineses, que têm conduzido testes de campo para diversificar a seleção de culturas de São Tomé. Após meses de testes, eles identificaram 14 variedades de vegetais de alto rendimento, principalmente beringela e pimenta, para ajudar a lidar com as opções limitadas de alimentos da nação insular e os altos preços dos vegetais.

São Tomé e Príncipe, um país insular no Golfo da Guiné, na costa oeste da África, está na lista das Nações Unidas de países menos desenvolvidos. No século 19, o solo vulcânico e o clima tropical das ilhas atraíram o então governo colonial português e os proprietários de plantações para introduzir o cacau do Brasil. No início do século 20, as ilhas eram o maior produtor mundial de cacau, embora a prosperidade económica tenha sido construída sobre o perigo das comunidades locais. Devido à indústria de cacau em massa, poucos recursos foram destinados ao cultivo de colheitas e vegetais nas ilhas.

O impacto dessas estruturas económicas coloniais ainda é evidente hoje. Mais da metade dos alimentos de São Tomé e Príncipe agora é importada e mais da metade da sua população está a lutar contra a insegurança alimentar moderada a grave, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação.

Para Jamaika e a sua família, a agricultura é um desafio e uma necessidade. O seu pequeno terreno, com menos de um acre numa encosta na vila de Nova Moca, é o resultado de um trabalho árduo, pois é o mais plano da região.

Jamaika aproveitou ao máximo o pedaço de terra “do tamanho da palma da mão”. Metade de seu lote nutre pimentões, uma colheita valiosa que pode ser vendida por até 10 dólares americanos por quilo, um dos vegetais mais caros do mercado local.

“Os especialistas chineses me ensinaram como melhorar o cultivo de mudas de pimentão, o que quase dobrou meu rendimento”, disse Jamaika. “Eles me mostraram como fazer compostagem usando ervas daninhas, o que melhorou o solo e reduziu a minha necessidade de fertilizantes.”

Com a orientação da equipa chinesa, Jamaika também começou a cultivar abobrinha, outra cultura de alto valor introduzida por especialistas chineses. O preço de mercado local da abobrinha rivaliza com o do pimentão, e o rendimento melhorou a situação financeira da sua família.

Peng Jie, um dos especialistas chineses especializados no cultivo de hortaliças, tem trabalhado em estreita colaboração com agricultores como Jamaika desde que chegou a São Tomé em agosto de 2023.

“O nosso objetivo é usar recursos locais e introduzir melhores técnicas agrícolas para ajudar os agricultores a melhorar a produtividade e o rendimento”, disse Peng.

Ao lado dos seus colegas, Peng tem conduzido testes agrícolas, montando campos de demonstração e ensinando aos agricultores novos métodos sustentáveis de cultivo.

Desde 2017, a China tem ajudado São Tomé e Príncipe no seu desenvolvimento agrícola. Por meio de um projeto abrangente de assistência técnica agrícola e pecuária, especialistas chineses têm trabalhado com as autoridades locais para melhorar as práticas agrícolas.

Nos últimos sete anos, quatro equipas de especialistas chineses, especializados em áreas que vão desde o cultivo de vegetais até a criação de animais e processamento de alimentos, trabalharam no projeto, e os resultados foram impressionantes.

A equipa chinesa estabeleceu bases de demonstração de gado e veterinária, áreas de cultivo de culturas de alto rendimento e centros de criação de aves. Duas aldeias, incluindo Nova Moca, tornaram-se locais modelo de alívio da pobreza, mostrando os benefícios que as técnicas agrícolas modernas trouxeram para as comunidades rurais.

De acordo com Duan Zhenhua, chefe da quarta equipa agrícola, estas plataformas permitiram a adoção generalizada de tecnologias práticas. Como resultado, agricultores como Jamaika viram o seu rendimento aumentar.

“O desenvolvimento agrícola em São Tomé e Príncipe começa com a formação de pessoas para trabalhar eficazmente com a terra. Os agricultores precisam estar bem equipados com conhecimento. A formação é crucial nesse sentido”, disse Abel da Silva Bom Jesus, ministro da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural do país.

“Outro fator fundamental é a disponibilidade de produtos agrícolas, como sementes, fertilizantes e novas técnicas de combate a pragas e doenças. Essas são as questões mais urgentes para nós porque, embora tenhamos terra e água, precisamos de tecnologia moderna para inaugurar uma nova era para nossa agricultura”, disse Jesus.

Jesus, que fez várias viagens à China, está particularmente impressionado com a modernização agrícola da China.

“O treinamento que está sendo fornecido aumentará as capacidades dos nossos agricultores e aumentará a produção. Hoje, a agricultura é uma ciência e, sem conhecimento científico, corremos o risco de nos envolvermos em práticas nocivas que danificam o solo e desperdiçam tempo. Com treino adequado, os agricultores poderão produzir colheitas de maior qualidade e, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente”, disse o ministro.

“A China é nosso principal parceiro para nos ajudar a alcançar o nível de desenvolvimento agrícola que aspiramos alcançar”, disse ele. Han Xu – China in “STP Press” com “Xinhua”


Cabo Verde - Candidatura para BA- Cultura decorre até 31 de Janeiro de 2025

O Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas (MCIC) informou que já estão abertas as candidaturas para acesso ao financiamento ao programa Bolsa de Acesso à Cultura (BA-Cultura). Os documentos solicitados devem ser entregues até o dia 31 de Janeiro de 2025



Segundo o MCIC, podem-se candidatar à bolsa Associações, ONG e Escolas de Artes.

Criado em 2017, o programa apoiou 42 escolas, associações e ONG, num financiamento de 10 milhões de escudos cabo-verdianos e pouco mais de 1000 alunos bolseiros.

O MCIC assegura que para o ano de 2025 será disponibilizado um total de 31.327.067 escudos, a serem transferidos às entidades beneficiárias.

O programa Bolsa de Acesso à Cultura, que visa maximizar o ensino artístico em Cabo Verde, permite às famílias com menos recursos inscreverem os seus educandos em várias aulas de arte, dentro das comunidades.

BA-Cultura é uma iniciativa do Governo, através do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, com um forte engajamento de escolas, associações e ONG que todos os anos se candidatam ao acesso ao financiamento do programa.

O programa é uma política activa de financiamento de actividades múltiplas, sejam elas aulas, seminários ou aulas de iniciação artísticas, designadamente nas artes de design, artes plásticas, dança, fotografias, música e linguagem corporal ou ligadas às indústrias criativas, promovidas por escolas particulares, associações não governamentais de cariz artístico-cultural, cujo propósito é garantir que a população com menos recursos não fique excluída da fruição da arte.

Paralelamente, o programa procura dar sustentabilidade às pequenas iniciativas nas escolas de ensino artístico, financiando as propinas dos alunos que são de famílias com baixo poder económico. Dulcina Mendes – Cabo Verde in “Expresso das Ilhas”


Brasil - Arquivo Nacional e Universidade do Estado do Rio de Janeiro firmam acordos para difusão de documentos históricos

O Arquivo Nacional (AN) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) assinaram dois Acordos de Cooperação Técnica (ACT) voltados ao processamento técnico e à ampliação do acesso a importantes documentos históricos custodiados em diferentes instituições arquivísticas localizadas no Rio de Janeiro.



O acordo visa a organização, descrição, indexação e difusão de fundos documentais, referentes a história comum entre Brasil e Portugal no período colonial (século XVI a 1821 – império ultramarino português), e após a Independência, especificamente nos séculos XIX e XX, de modo a garantir o reconhecimento de documentos associados às agendas por direito à memória e às histórias dos povos indígenas, africanos e seus descendentes.

Os documentos a serem trabalhados no âmbito desse ACT estão sob os cuidados das seguintes instituições públicas e privadas que compõem a seção brasileira da Comissão Luso-Brasileira para Salvaguarda e Divulgação do Patrimônio Documental (COLUSO): Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, Arquivo Histórico do Exército, Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha, Fundação Biblioteca Nacional, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e o próprio Arquivo Nacional.

O ACT nº 8/2024 também tem como objetivo a realização de atividades de processamento técnico, o que inclui identificação, organização, descrição, preservação, alimentação de base de dados de acervos arquivísticos. Nesse caso, exclusivamente, de documentos sob a custódia do Arquivo Nacional na unidade do Rio de Janeiro. Por escolha e sob a orientação de equipes da Diretoria de Processamento Técnico, Preservação e Acesso ao Acervo (DPT), estagiários trabalharão nos próximos meses com o Fundo 5ª Circunscrição de Registro Civil de Pessoas Naturais do Rio de Janeiro; o Fundo 6ª Vara Criminal do Rio de Janeiro; o Fundo Divisão de Polícia Marítima, Aérea e de Fronteiras; o Fundo Instituto de Cultura Iorubá; e o Fundo Sindicato dos Músicos do Estado do Rio de Janeiro.

A assinatura desses dois instrumentos de cooperação é resultado da atuação conjunta entre a Direção-Geral do Arquivo Nacional, a Coordenação-Geral de Articulação de Projetos e Internacionalização (CGAPI), a DPT, a Consultoria Jurídica e a Assessoria Internacional do MGI, o Ministério dos Povos Indígenas (MGI), o Ministério da Igualdade Racial (MIR) e a Reitoria da UERJ entre 2023 e 2024.

Importância da parceria

A parceria entre o Arquivo Nacional e a UERJ é uma das ações em curso para a preservação e a divulgação do patrimônio documental brasileiro. A cooperação técnica entre as duas instituições visa aprimorar o acesso à informação e fortalecer a pesquisa histórica, contribuindo para o conhecimento da história e cultura do Brasil.

Assinados por Ana Flávia Magalhães Pinto, Diretora-Geral do Arquivo Nacional, e Bruno Rêgo Deusdará Rodrigues, Reitor em Exercício da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, ambos os contratos têm vigência de 12 meses a partir da data de assinatura, com possibilidade de prorrogação por meio de aditivo.

Segundo o governo, o Arquivo Nacional reafirma assim seu compromisso com a preservação da memória nacional e a promoção do acesso à informação, e se orgulha de contar com a parceria da UERJ neste esforço. In “Mundo Lusíada” - Brasil


Portugal - Comemoração ’10 de Junho’ deve ser em comunidades mais longínquas como as da Ásia-Pacífico

O Presidente português admitiu que o próximo 10 de Junho venha a ser celebrado junto de comunidades emigrantes portuguesas mais longínquas como as da Ásia-Pacífico, na Austrália, em Macau ou em Goa.



Na semana passada, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa assinalou a celebração, que no seu entender decorreu “de uma forma original”, do 25.º aniversário da transferência de administração de Macau de Portugal para a República Popular China.

“E, portanto, não se estranhará que um destes dias, num 10 de junho, nas celebrações fora do território físico português, se pense em comunidades tão mais longe, e que normalmente não são tão acessíveis como têm sido europeias, africanas, norte-americanas ou latino-americanas, como sejam as da Ásia-Pacífico”, disse.

Segundo o chefe de Estado, isso poderá acontecer junto de comunidades portuguesas da Ásia-Pacífico que “sejam mais longe ainda como a Austrália, ou sejam mais próximas como a China ou como a Índia, e nelas, naturalmente, Macau e Goa”.

O próximo 10 de Junho, em 2025, será o último que Marcelo Rebelo de Sousa irá celebrar enquanto Presidente da República, num modelo de duplas comemorações, em Portugal e junto de comunidades portuguesas no estrangeiro, que lançou no primeiro ano de mandato, em articulação com o então primeiro-ministro, António Costa.

Em 2016 o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas foi celebrado entre Lisboa e Paris, em 2017 entre o Porto e o Brasil, em 2018 entre os Açores e os Estados Unidos da América e em 2019 entre Portalegre e Cabo Verde.

Em 2020, devido à pandemia de covid-19, realizou-se apenas uma cerimónia no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, e em 2021 também só houve comemorações em território nacional, na Madeira.

Em 2022 as comemorações foram em Braga e no Reino Unido, e em 2023 no Peso da Régua, distrito de Vila Real, e na África do Sul, pela última vez com António Costa como primeiro-ministro.

Em 2024, já com Luís Montenegro na chefia do Governo, o 10 de Junho foi celebrado em três concelhos de Leiria afetados pelos incêndios de 2017 – Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera – e em Coimbra, e na Suíça. In “Mundo Lusíada” - Brasil