O Museu de arte contemporânea de Dunquerque, Frac Grand Large, inaugura no próximo sábado, dia 17 de fevereiro, a primeira grande individual em França do artista português José Loureiro, com 120 obras, incluindo séries inéditas, e intitulada “Croque-Couleur”.
A
exposição, que abrange os últimos 15 anos de produção artística de José
Loureiro, tem curadoria da Diretora do museu, Keren Detton, e ficará patente
até 01 de setembro. A mostra não apresenta as obras organizadas por ordem
cronológica, e começa com “A vocação dos ácaros”, uma série de 2017 da qual
duas pinturas estão na coleção Frac Grand Large.
José
Loureiro trabalha com óleo sobre tela ou óleo sobre papel, aplicando cores
fluidas e vivas que por vezes criam uma impressão de volume, criando linhas
pretas livremente inspiradas nas patas de insetos: “Isolados com a moldura de
cada quadro, estes ácaros são como as letras de um alfabeto”, aponta a
curadoria.
Nascido
em 1961, José Loureiro descobriu a pintura aos 16 anos e estudou na Escola
Superior de Belas Artes de Lisboa. Começou a expor no final da década de 1980,
e, desde então, expôs em várias instituições em Portugal e no estrangeiro, e as
suas obras fazem parte de coleções como as do Centre Pompidou, em Paris, do
Museu de Arte Contemporânea do Centro Cultural de Belém e da Fundação Calouste
Gulbenkian, ambos em Lisboa.
Com
“um estilo inicial expressivo e marcado por toques quase surrealistas, evoluiu
rapidamente para um mais simples”, e em 1993, “a sua obra assume um caráter
mais abstrato baseado nas suas pesquisas sobre grelhas, que continuam a
informar o seu trabalho atual”.
Nesta
exposição, é estabelecido um diálogo entre obras de diferentes períodos, desde
a abstração pura das pinturas de tiras de gaze embebidas em tinta e impressas
em ‘patchwork’ ou monocromáticas (2023) a uma estética baseada em grelha que na
série “Dead Synapse” (2018) já apontava para os têxteis e noções de remendo.
José
Loureiro – que tem vindo a explorar a mecânica do gesto, questões de escala, a
síntese de movimentos e a autonomia da cor – apresenta ainda no museu francês a
obra monumental intitulada “L. Boson, une peinture” (2011), nesta versão
composta por 141 telas horizontais sobrepostas com diferentes tonalidades.
Será
também exibida toda a série “Narcissus” (2023), com 17 figuras que recebem os
visitantes “como se estivessem a entrar numa galeria de retratos e, no entanto,
os seus rostos são meros contornos”, com “cada figura a caracterizar-se pela
sua respetiva atitude”.
Para
além da exposição, haverá uma sala de projeção com uma vasta panorâmica da obra
do artista em filmes centrados nas suas exposições passadas, através de
‘slides’ acompanhados por uma banda sonora de música minimalista ou concreta
retirada da Internet.
O
catálogo da exposição – apoiada pela Galerie Florent e pela delegação de Paris
Fundação Calouste Gulbenkian – será publicado durante o primeiro trimestre de
2024, segundo o museu, que possui uma coleção de arte e ‘design’ contemporâneos
desde os anos 1960 até à atualidade. In “LusoJornal” - França
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