Três municípios do Brasil, um de Portugal e outro de Cabo Verde passam a integrar a Rede Global de Cidades de Aprendizagem. A seleção leva em conta boas práticas e iniciativas políticas relevantes para garantir o acesso à educação para todos
O
Fundo das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura, Unesco, anunciou nesta
quarta-feira a inclusão de 64 cidades de 35 países na Rede Global de Cidades de Aprendizagem
(Gnlc).
Na
lista constam cinco cidades de países lusófonos, que são Curitiba, Leme e
Recife, no Brasil, Fundão, em Portugal e São Filipe, em Cabo Verde. O título é
um reconhecimento pelos esforços em tornar a aprendizagem ao longo da vida uma
realidade para todos.
Experiências positivas em Curitiba, Leme e Recife
As
novas cidades de aprendizagem foram adicionadas à rede por recomendação de um
júri de especialistas. Os pré-requisitos fundamentais são um forte compromisso
com a aprendizagem duradoura por parte da administração municipal e um
histórico de boas práticas e iniciativas políticas.
Curitiba,
capital do estado do Paraná, destaca-se por programas de incentivo ao
empreendedorismo e inovação e educação para práticas agrícolas sustentáveis
em ambientes urbanos. Além disso, a cidade faz parceria com o Gabinete de
Direitos Humanos para combater a discriminação e promover a diversidade
cultural.
A
cidade de Leme, no Estado de São Paulo, prioriza a educação para pessoas com
deficiência, por meio de salas adaptadas e serviços de apoio, incluindo
fonoaudiologia e terapia ocupacional. Também promove aprendizagem familiar e
comunitário por meio de eventos culturais como o Festival EduCaipira.
Recife, a capital do estado de Pernambuco, oferece formação técnica avançada para jovens economicamente desfavorecidos. A cidade também investe em desenvolvimento sustentável, com a instalação de redes de energia solar em 94 unidades educativas para reduzir custos e gerar conscientização sobre energia limpa.
Boas práticas no Fundão e em São Filipe
Desde
2012, a cidade e município do Fundão, na província da Beira Baixa, tem focado
em inovação territorial para atração de empresas tecnológicas, fomentando o
empreendedorismo e promovendo a regeneração urbana. Além disso, desde 2016, a
cidade ajudou mais de 253 requerentes de asilo e refugiados com programas de
inclusão.
Para
resolver as disparidades económicas e garantir o acesso equitativo à educação,
a cidade e concelho de São Filipe criou o Sistema de Ação Social Escolar,
oferecendo bolsas de estudo, transporte e prémios de reconhecimento em todos os
níveis, desde o ensino primário ao superior. A cidade também criou uma
biblioteca que valoriza a cultura local.
De
acordo com a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, “as cidades são
fundamentais para transformar o direito à educação numa realidade tangível para
pessoas de todas as idades”.
Ela
afirmou que com as novas admissões, a rede agora inclui 356 cidades de todo o
mundo, que compartilham experiências e abrem caminho para oportunidades de
aprendizagem ao longo da vida para 390 milhões de cidadãos. ONU News –
Nações Unidas
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