Rui Martins, vice-reitor da Universidade de Macau para os Assuntos Globais, esteve em Portugal para fazer uma comunicação na Academia das Ciências de Lisboa sobre o passado e o presente da instituição de ensino, desde a sua fundação até aos planos para o novo campus em Hengqin. Na ocasião, o responsável enalteceu o papel do ensino superior na região
Rui Martins, vice-reitor da
Universidade de Macau (UM) para os Assuntos Globais, apresentou, na passada
segunda-feira, na Academia de Ciências de Lisboa, em Portugal, uma comunicação
intitulada “Tradição Europeia no Ensino Superior e na Investigação em Macau: A
afirmação de uma Universidade e a liderança de um Laboratório de Investigação”.
A comunicação, que contou com os
antigos governadores de Macau Garcia Leandro e Rocha Vieira na plateia, serviu
para fazer um balanço dos trabalhos da UM ao longo dos anos, começando no
contexto da sua fundação e atravessando os anos até ao presente, com o anúncio
recente de um novo campus da instituição em Hengqin.
Na ocasião, Rui Martins aproveitou
para enaltecer também o papel do ensino superior na região. “Dantes havia quem
dissesse que a UM não fazia falta, uma vez que havia outras universidades em
Hong Kong e nos Estados Unidos, por exemplo. Agora não há dúvidas, toda a gente
vê que o ensino superior em Macau é uma das áreas mais dinâmicas”, afirmou o
vice-reitor da UM. O responsável elogiou também o facto de Portugal ter tido “a
sabedoria para criar mecanismos para que alguns portugueses continuassem lá [na
Universidade de Macau]” mesmo após a transferência de soberania.
Rui Martins comentou ainda que o
interesse da China pela língua portuguesa é cada vez maior e apontou para o
facto de actualmente haver mais de 50 universidades no território chinês que
oferecem cursos de português. “Nunca se estudou tanto português na China e em
Macau como agora, isso é muito importante”, sublinhou.
Na apresentação, Rui Martins começou
por lembrar que, em 1981 foi criada a Universidade da Ásia Oriental, herdeira
do Colégio de São Paulo, que dez anos depois seria adquirida pelo Governo de
Macau, dando então origem à UM. No ano seguinte, chegava o próprio Rui Martins
à instituição, apresentando um relatório com propostas para alterar o
funcionamento da Faculdade de Ciências e Tecnologias e a investigação na
instituição, dado que, como afirmou, na altura, verificava-se “um deserto em
termos de investigação científica”.
Em 2014, a UM mudou-se da Taipa para
Hengqin, para um campus 20 vezes maior do que o anterior. Em Janeiro deste ano,
foi anunciado um novo campus da instituição também na Ilha da Montanha,
assinalou. Actualmente, a UM tem sete faculdades e dez colégios residenciais
com “forte influência portuguesa nas áreas do Direito, Direito Europeu, Língua
Portuguesa, Electrónica e Robótica”, destacou. Há actualmente 13653 alunos e a
previsão é que, daqui a quatro anos, haja cerca de 17 mil. André Vinagre –
Macau in “Ponto Final”
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