A democracia cabo-verdiana ficou em terceiro lugar no
continente africano e alcançou a 35.ª posição no panorama global, segundo o
relatório de 2023 do Democracy Index organizado pelo The
Economist Intelligence Unit, divulgado esta quinta-feira
Segundo
o documento, a nível africano, Cabo Verde fica atrás das Maurícias e Botsuana.
Com
uma pontuação de 7,65, o país ocupa o 35.º lugar no ‘ranking’ mundial. O
relatório destaca o processo eleitoral e pluralismo nacional com 9,17 pontos.
Dentro
da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Cabo Verde se posiciona
logo atrás de Portugal, sendo o segundo país melhor classificado no índice.
O
relatório, organizado pela Economist Intelligence Unit e que faz um retrato
anual do estado das democracias em 165 países e territórios, revelou ainda que
o número de países com democracias (plenas ou com defeitos) subiu de 72 para 74
no último ano.
Entretanto,
o documento mostra que o índice médio caiu de 5,29, em 2022, para 5,23, em
2023.
Os
dados indicam que 45,4% da população mundial viveu num qualquer tipo de
democracia e apenas 7,8% da população vive numa democracia plena, em comparação
com 8,9 por cento em 2015.
Este
decréscimo dos regimes de democracia plena deve-se, na maioria, ao facto de os
Estados Unidos terem deixado de ser uma democracia plena, para passarem a ser
considerados na tipologia de "democracia com defeitos", com a chegada
ao poder do ex-Presidente Donald Trump, em 2016.
Conforme
a mesma fonte, em 2023, 39,4% da população mundial viveu sob um regime
autoritário, um valor que tem crescido nos últimos anos.
Quanto
as democracias mais desenvolvidas, o relatório afirma que estão a ser
confrontadas com múltiplos desafios políticos e sociais, o que sugere que esta
forma de regime político, desenvolvido após a Segunda Guerra Mundial, pode
estar a apresentar sinais de ineficácia e inadaptação à nova ordem mundial,
governada pelo multilateralismo.
No
‘ranking’ mundial do Índice de Democracia, a Noruega lidera, seguida pela Nova
Zelândia, Islândia, Suécia e Finlândia, compreendendo os cinco primeiros
lugares.
No
último lugar, e no segmento de regimes totalitários, está o Afeganistão,
antecedendo Myanmar, Coreia do Norte, República Centro Africana e Síria.
O
Índice de Democracia, que começou a ser elaborado em 2006, retrata a situação
da democracia em 2021, em 165 Estados independentes e dois territórios, com
base em cinco categorias: processo eleitoral e pluralismo, funcionamento do
governo, participação política, cultura política e liberdades civis.
Cada
país é classificado num tipo de regime: democracia plena, democracia
imperfeita, regime híbrido ou regime autoritário, e consoante a pontuação
registada numa série de indicadores. Sheilla Ribeiro – Cabo Verde in “Expresso
das Ilhas”
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