Começa nesta terça-feira (29), no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte (MG), a expedição luso-brasileira que vai refazer os passos do príncipe regente Dom Pedro I. A expedição resultou na proclamação da Independência do Brasil de Portugal, em 7 de setembro de 1822, às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo.
Refazendo
os caminhos de Dom Pedro I, a comitiva, integrada por dez pessoas dos dois
países, passará por 24 cidades nos estados de Minas Gerais, São Paulo e do Rio
de Janeiro. O final da expedição ocorrerá no dia 7 de setembro próximo, no
Museu do Ipiranga, na capital paulista. A comitiva é coordenada pela Federação
das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil, idealizadora do projeto Heróis
Portugueses do Brasil, e celebra os 200 anos da Independência, completados no
ano passado.
O
coordenador do projeto, Vittorio Lanari, disse à Agência Brasil que o plano foi
concebido entre 2013 e 2014, com a ideia de resgatar nomes de cidadãos
portugueses que foram importantes para a concepção do Estado brasileiro na
forma como é hoje. O primeiro homenageado foi Pedro Teixeira, responsável por
ampliar as divisas da Amazônia brasileira para além do Tratado de Tordesilhas
da época. Seguiu-se o capitão-mor português Martins Soares Moreno, que ajudou a
expulsar os franceses e holandeses do Nordeste do país e foi fundador do estado
do Ceará. O terceiro é Dom Pedro I, responsável pela Independência do Brasil,
“que nós estamos comemorando com um ano de atraso”, afirmou Lanari.
A
expedição 200 anos – Os caminhos da Independência do Brasil vai refazer os
passos de Dom Pedro, não só em agosto e setembro, quando ele foi do Rio de
Janeiro para São Paulo. “A gente começa por Ouro Preto, porque entre março e
abril de 1822, Dom Pedro I fez a primeira viagem para o interior do Brasil, a
fim de conter uma possível rebelião separatista que podia ocorrer naquela
província de Ouro Preto. Esse foi o primeiro passo”, disse o coordenador.
Em
maio, ocorreu uma rebelião em São Paulo, devido à morte de alguns militares. “A
coisa começou a piorar e aí ele resolveu fazer uma viagem também para aquele
estado, com o mesmo motivo, de neutralizar uma possível rebelião, e acabou
declarando a Independência”. Segundo o coordenador, “esse é o grande objetivo
da expedição: resgatar a memória desses portugueses que foram importantes para
o Brasil”.
Novas
demandas
Já
existem várias demandas de nomes de cidadãos portugueses que agiram em favor do
Brasil. Elas procedem do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Centro-Oeste
do país. Vittorio Lanari explicou que será feita uma análise histórica do que
cada um dos nomes sugeridos tem de importante.
“Acredito
que todos estarão na mesma balança, com o mesmo peso, e aí deverá ser por
sorteio”. A tendência, porém, é que seja escolhido um nome do Sul brasileiro.
Apesar de a região ter colonização europeia, com destaque para alemães e
poloneses, tem também uma colônia açoriana muito grande, explicou.
A
decisão será dada pelo conselho da Federação das Câmaras Portuguesas de
Comércio no Brasil, entidade que idealizou o projeto. A expectativa é que, até
o fim do ano, será conhecido o nome do quarto homenageado, quando historiadores
iniciarão um trabalho de pesquisa mais aprofundado, examinando os roteiros que
foram importantes para aquela pessoa, para que possa ser preparada toda a
logística da próxima expedição luso-brasileira. Os patrocinadores são
empresários dos dois países.
Livros
A
cada expedição, são publicados dois livros diferentes. Um, de cunho didático,
conta a história do que ocorreu de forma lúdica e é destinado para crianças e
alunos do ensino fundamental. Os livros são doados para a comunidade por meio
das secretarias municipais de Educação e bibliotecas públicas. Em algumas
cidades, é feita uma performance, contextualizando o livro e a expedição para
as crianças do local.
Em
uma segunda etapa, é publicado o livro da expedição que, além de abordar a
parte histórica do evento, inclui o diário de bordo da comitiva e sua relação
com as comunidades por onde passa. A ideia é fazer também um documentário
cinematográfico sobre a expedição de Dom Pedro I que, além de proclamar a
Independência do Brasil, outorgou a primeira Constituição em 1824.
A
terceira jornada tem liderança de Raul Penna, vice-presidente do Conselho
Consultivo da Câmara Portuguesa de Minas Gerais, e por Fernando Meira Ribeiro
Dias, presidente do Conselho Consultivo da Câmara Portuguesa do estado.
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