O ator francês Lambert Wilson preside ao júri responsável pela atribuição do Pardo d'Oro nesta 76ª edição do Festival de Cinema de Locarno, no cantão do Ticino, na Suíça, que começou dia 2 e terminará no sábado, 12 de agosto.
O
Festival está terminando de exibir 17 filmes, na mostra Competição
Internacional, já selecionados entre centenas de novos filmes de todos os
países, na competição internacional. Para o ganhador do Leopardo de Ouro,
símbolo do Festival, isso corresponde a ser considerado o melhor filme da safra
deste ano.
Arriscar
a dar sua opinião sobre os prováveis filmes premiados é um tanto temerário. Já
houve festivais nos quais a entrega do Leopardo surpreendeu a todos. Mas vou
correr esse risco. Este ano, o grupo ou júri liderado pelo ator francês Lambert
Wilson tem uma atriz iraniana, uma realizadora e produtora norte-americana, uma
realizadora escocesa vivendo nos EUA e um produtor holandês. São eles que dirão
quem ganha o troféu de ouro, com forma de leopardo.
Faltando
ainda ver dois filmes, minhas preferências ou previsões de prêmio são para os
filmes Estepe (Stepne), filme dirigido pela ucraniana Maryna Vroda; Manga
D´Terra, dirigido pelo suíço-português Basil da Cunha, ou Doces Sonhos,
dirigido pela holandesa Ena Sendijarevic. Melhores intérpretes (não há mais
prêmio para ator e atriz) seriam para Andrea Fuorto, no filme italiano
Patagônia; Dimitra Viagopoulou, no filme grego Animal; ou Ilinca Manolache, no
filme romeno Não Espere Muito do fim do Mundo.
O ator Lambert Wilson
Biografia da
responsabilidade do Festival de Locarno:
Ao
longo de sua rica e intensa carreira, Lambert Wilson encarnou personagens
memoráveis da tela grande, alternando o cinema autoral com as grandes produções
de Hollywood.
Uma
voz artística extraordinária, sublinha a diretora artística do Festival de
Cinema de Locarno, Giona A. Nazzaro, que acrescenta: “Graças à sua carreira
excepcional, alimentada por encontros com cineastas do calibre de Chabrol,
Demy, Żuławski, Techiné, Resnais e muitos outros, Lambert Wilson teve um
impacto profundo no cinema europeu e internacional.
Artista
camaleão capaz de se colocar na pele de vários personagens, ele se consolidou
como um dos performers mais apreciados pelo público, alternando cinema
de autor e teatro, enquanto explora produções tão espetaculares quanto Matrix.
Ator
versátil e avesso ao risco, Lambert Wilson sempre demonstrou uma curiosidade
extraordinária sobre as possibilidades oferecidas pelo cinema. Ele, portanto,
personifica um presidente ideal do júri para o Concorso internazionale de
Locarno.
Filho
do baile – seu pai era o ator Georges Wilson – estreou no cinema com apenas
vinte anos, quando Fred Zinnemann lhe confiou um pequeno papel em Julia
(1977). Na década seguinte, seu rosto tornou-se conhecido do grande público
graças às aparições no cinema e a sucessos populares como "La Boum 2”
(1982). É ainda Fred Zinnemann quem lhe oferece um dos papéis mais bonitos da
sua carreira cinematográfica com Five Days One Summer (Cinco dias,
naquela primavera de 1982), onde partilha o cartaz com o casal formado por Sean
Connery e Betsy Brantley.
Dirigido
por cineastas como Claude Chabrol, Andrzej Żuławski, André Téchiné, James
Ivory, Andrzej Wajda, Luigi Comencini e Alain Resnais – na comédia sentimental
Conhecemos a canção, que ganhou o Urso de Prata em Berlim em 1998, ele se
consolidou como um dos intérpretes preferidos dos grandes realizadores
franceses e internacionais. Rui Martins – Suíça
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Rui Martins é
jornalista, escritor, ex-CBN e ex-Estadão, exilado durante a ditadura. Criador
do primeiro movimento internacional dos emigrantes, Brasileirinhos Apátridas,
que levou à recuperação da nacionalidade brasileira nata dos filhos dos
emigrantes com a Emenda Constitucional 54/07. Escreveu Dinheiro sujo da
corrupção, sobre as contas suíças de Maluf, e o primeiro livro sobre Roberto
Carlos, A rebelião romântica da Jovem Guarda, em 1966. Foi colaborador do
Pasquim. Estudou no IRFED, l’Institut International de Recherche et de
Formation Éducation et Développement, fez mestrado no Institut Français de
Presse, em Paris, e Direito na USP. Vive na Suíça, correspondente do Expresso
de Lisboa, Correio do Brasil e RFI. Texto
disponibilizado livremente.
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