A Biblioteca Nacional (BN) realizou nesta segunda-feira (21) encontro inédito com bibliotecas que compõem o grupo de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (Palop). A reunião foi realizada no formato virtual e marcou o estreitamento das relações entre a BN e as bibliotecas nacionais de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, representadas por seus dirigentes Diana Luhuma, Matilde Mendonça, Iaguba Djalo, João Fenhane e Marlene José.
O
presidente da BN, professor e poeta Marco Lucchesi, disse à Agência Brasil que
já havia conversado individualmente com gestores de algumas dessas bibliotecas.
“Hoje, decidimos que era o momento de somarmos esforços e ouvirmo-nos em
assembleia. Foi um encontro muito bonito, porque ele tem um poder simbólico e
inafastável e porque era desejo nosso e das bibliotecas da África de uma
aproximação constante com a Biblioteca Nacional”.
Ficou
decidido que as bibliotecas dos seis países estarão mais próximas, ampliando
uma espécie de colaboração Sul-Sul, que passa pelo intercâmbio das publicações
de todos os equipamentos. Em parceria com a Marinha do Brasil, a BN enviará
publicações para suas congêneres do Palop.
Haverá
também intercâmbio de textos e artigos para inclusão em revistas e outras
publicações das bibliotecas. Marcio Lucchesi esclareceu que, no caso da BN, as
publicações absorverão e serão enriquecidas com as vozes de autores de países
africanos de língua portuguesa.
Metáfora
A BN
já preparou, por outro lado, um curso online de preservação e
conservação de obras, setor em que é referência no Brasil e no exterior, e que
será oferecido às bibliotecas africanas. O curso será dado pelo servidor Jaime
Spinelli. Lucchesi salientou que a preservação e restauração de obras são
problemas que atravessam todas as bibliotecas nacionais.
“O
mais importante disso tudo é que somos todos irmãos. Não apenas na língua
portuguesa, mas todos podemos aprender com todos. Ou seja, as características
criativas, as respostas diferenciadas aos desafios, muito embora o olhar
especial será dado para a biblioteca de Guiné-Bissau, onde cerca de 40% do seu
acervo foi perdido, infelizmente”.
Para
Lucchesi, a biblioteca de Guiné-Bissau, em especial, não deixa de ser “uma
metáfora poderosa” da necessidade de proteger os acervos e a memória de modo
geral.
Os
dirigentes da BN e do Palop estabeleceram também um canal de comunicação
permanente e vão formar grupos de trabalho específicos com o objetivo de mover
as necessidades e diálogos comuns. “Mas dentro de um canal específico que me
parece muito oportuno”, destacou Marco Lucchesi. In “Mundo
Lusíada” – Brasil com “Agência
Brasil”
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