Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 20 de agosto de 2023

Cabo Verde - Primeiro romance de N’Gosi Nelly, “No Colour Love (Kriolidades)” com lançamento marcado para final do mês

O escritor N’Gosi Nelly de seu nome próprio Adolfo Lopes já tem pronto o seu primeiro romance intitulado “No Colour Love (Kriolidades)”. Trata-se de um projecto que reflecte sobre as origens da língua cabo-verdiana. O lançamento deverá acontecer no dia 31 deste mês, na Cidade da Praia

Com este livro, N´Gosi Nelly quer resgatar a memória para reflectir sobre as origens da nossa língua cabo-verdiana, procurando os diversos elementos linguísticos que estiveram na sua formação como o português, espanhol, italiano, wolof, mandinga e fula.

Segundo o autor, a obra surgiu da necessidade de dar a sua humilde contribuição para entendermos como é que a língua cabo-verdiana surgiu.

“O livro relata a origem da língua cabo-verdiana baseada na invasão do pirata inglês Francis Drake, no ano de 1585, na Ribeira Grande de Santiago. A língua cabo-verdiana tem influências de línguas europeias como o português, espanhol, italiano, e do lado das línguas africanas temos o wolof, fula e mandinga. Ou seja, é desse cruzamento de povos e de línguas que surgiu a língua cabo-verdiana”, relata.

A obra está dividida em três capítulos: No 1º capítulo: “Kual ke prese de liberdéd?”, no 2º capítulo: “Es ka tá manga di nos” e no 3º capítulo “Dia ke sol nasce igual pa nos tud”.

Adolfo Lopes conta que o livro já está feito, mas que estão a fazer um sketch de 15 minutos, em parceria com o grupo teatral Fladu Fla. “Vamos fazer um sketch sobre o livro, porque o objectivo do mesmo é fazer um filme sobre a obra. Já estabelecemos a parceria com o grupo teatral Fladu Fla”.

“Também temos uma parceria com a estilista Gessilene Alves, que será responsável por todos os vestuários daquela época. Também temos a parceria com a Mizé Varela que ficará responsável pelas bijuterias daquela altura”, explica.

Para Adolfo Lopes, o objectivo do livro é fazer a divulgação do nosso património material, porque é importante fazermos a requalificação dos monumentos. “Mas este livro acaba por criar uma história em torno dos monumentos, ou seja, este livro tem a componente de valorização do nosso património”.

O prefácio da obra é da professora da Universidade de Cabo Verde, Maria Baptista dos Céus.

Adolfo Lopes Varela (N’Gosi Nelly) é escritor, poeta e investigador, natural de Tarrafal de Santiago. Licenciado em Ciências Políticas e Relações Internacionais, detentor de um curso de especialização tecnológica em Gestão Administrativa de recursos humanos, cursos obtidos na Universidade Lusófona de Lisboa.

Também é especializado em direitos humanos na vertente de igualdade e equidade do género, pela Universidade Metropolitana de Manchester, Inglaterra, Reino Unido.

A sua escrita é influenciada pela poetisa Ineida Nelly, e também pela escritora e dramaturga nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. O autor optou por fundir as suas maiores referências num nome só N’Gosi Nelly.

Em 2014 publicou a sua primeira obra literária “Rabés di Mundu” fruto de uma participação num concurso literário para jovens escritores, promovido pela Corpos Editora, da Cidade do Porto, Portugal. Saiu como vencedor do concurso e foi galardoado pela editora mencionada anteriormente.

No ano de 2020, N’Gosi Nelly publicou a sua segunda obra literária “Sanpabadiu” desta vez livro que veio pelas mãos da Manga Editora. O livro é fruto de uma pesquisa de campo que teve como primeira fase as ilhas de Santo Antão, São Vicente e Santiago e de uma pesquisa documental relacionada com as mencionadas ilhas.

Em 2022 fez parte de uma antologia poética intitulada “Canja pa nos alma” projecto dirigido por Destaney Andrade, livro que conta com a participação de mais de 27 poetas cabo-verdianos. De realçar que em 2021 começou-se a fazer um estudo relacionado com a variedade linguística da ilha do Maio.

Estudo que teve o mais alto patrocínio e envolvimento da Câmara Municipal do Maio. Em Junho de 2022 foi feita a primeira fase do estudo que teve como base a variedade linguística da ilha do Sal, à semelhança da ilha do Maio.

Este trabalho de investigação conta com o envolvimento da Manga Editora, editora que procura trabalhar em prol da promoção e valorização da língua Materna o Crioulo de Cabo Verde, e que no qual será feito o segundo volume do livro “Sanpabadiu” tendo como objecto de estudo as ilhas do Sal, Boa Vista e Maio. Dulcina Mendes – Cabo Verde in “Expresso das Ilhas”


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