De nome comum tarântula-dourada-da-pérsia, a nova espécie de aracnídeo (Chaetopelma persianum) foi encontrada no nordeste do Irão. Um corpo repleto de pelos densos e dourados distingue-a de qualquer outra espécie que até então era conhecida da Ciência, pelo que os investigadores souberam de imediato que estavam perante algo totalmente novo.
Num
artigo publicado esta terça-feira na revista “Zookeys”,
Alireza Zamani, da Universidade de Turku, na Finlândia, e Rick West,
investigador canadiano independente, revelam que apenas tiveram de recolher e
estudar um espécime para saberem que se tratava de uma espécie que ainda não
tinha sido descrita.
A
tarântula-dourada-da-pérsia pertence ao género Chaetopelma, cuja distribuição se
estende pelo Sudão, pela ilha grega de Creta e por parte do Médio Oriente.
Segundo os cientistas, esse é um de apenas dois géneros de tarântulas que
ocorrem na região do Mediterrâneo.
A
nova espécie é a primeira do género Chaetopelma a ser identificada no Irão e a
terceira espécie de tarântula a ser encontrada no país. A sua designação
científica é uma referência ao nome pelo qual o Irão era conhecido no passado:
Pérsia.
De
acordo com os investigadores, esta tarântula vive em tocas que escava no solo e
pode ser encontrada em zona montanhosas repletas de vegetação, sobretudo
rasteira, como a região norte da Cordilheira de Zagros, onde os cientistas a
descobriram.
A procura
científica em busca da nova espécie foi catapultada por uma fotografia que
Zamani recebeu de um naturalista amador iraniano, Mehdi Gavahyan. A imagem
captava um macho, e Zamani percebeu que muito provavelmente era uma espécie
desconhecida, tendo pedido a Gavahyan e a outro naturalista local, Amir Hossein
Aghaei, que procurassem mais espécimes e que os enviassem para a Finlândia.
Contudo,
a dupla de entusiastas da Natureza apenas conseguiu recolher um espécime, uma
fêmea, que viria a confirmar que, realmente, era uma nova espécie do género
Chaetopelma. Ainda assim, os investigadores receberam outras fotografias de
tarântulas tiradas por cidadãos, no Irão e também no Iraque, que muito
provavelmente seriam membros da nova espécie, mas não conseguiram ainda
confirmá-lo.
Os
cientistas acreditam que mais estudos na Arábia Saudita, na Síria, no Iraque,
no leste da Turquia e no oeste do Irão poderão resultar em mais registos de
espécies do género Chaetopelma ou até mesmo na descoberta de novas espécies. Filipe
Rações – Portugal in “Green Savers”
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