São Tomé – A recondução de Zacarias da Costa no cargo Secretário Executivo da CPLP, a aprovação de Paraguai como novo observador da organização, a escolha da Guiné-Bissau para próxima conferência, são dentre outros pontos relevantes na Declaração Final da 14ª Cimeira da CPLP, domingo em São Tomé e Príncipe que recebeu nota positiva pela qualidade na organização do evento.
De
acordo com a declaração final os chefes dos Estado e de governo da CPLP
“felicitaram as autoridades santomenses pela excelente organização e
expressaram o seu agradecimento pelo acolhimento e pela hospitalidade
dispensada a todos os participantes na XIV Conferência de Chefes de Estado e de
Governo da CPLP”.
“Saudaram
a escolha do lema (Juventude e Sustentabilidade na CPLP) para a XIV Conferência
de Chefes de Estado e de Governo e comprometeram-se a promover o diálogo
político, a troca de experiências e a cooperação com vista a elevar as
realizações da CPLP em todas as áreas; setores de educação e do emprego”, –
lê-se no documento.
Nesta
declaração de São Tomé, os líderes da CPLP “felicitaram a presidência cessante
de Angola da CPLP pela condução dos trabalhos da Organização com vista ao
alcance dos objetivos preconizados, em particular a consolidação da cooperação
económica e empresarial entre os Estados-Membros da CPLP”.
O
documento acrescenta que os líderes da CPLP “saudaram a disponibilidade da
República da Guiné-Bissau para acolher a XV Conferência de Chefes de Estado e
de Governo da CPLP, em 2025, diz o documento, sublinhando que “reconduziram,
com satisfação, o Secretário Executivo da CPLP, Dr. Zacarias Albano da Costa,
indicado pela República Democrática de Timor-Leste, para o segundo mandato
(2023-2024)”.
Decidiram
ainda “aprovar concessão da categoria de Observador Associado da CPLP à
República do Paraguai, reiterando a importância do reforço da cooperação e das
parcerias com os Observadores Associados para a projeção internacional da
Organização e a difusão da Língua Portuguesa”.
Além
de reafirmarem “apoio à aspiração do Brasil de ocupar um assento permanente no
Conselho Segurança das Nações Unidas, ampliado, o Chefes de Estado da CPLP
“felicitaram a Guiné Equatorial pela abolição da pena de morte, com a entrada
em vigor do novo Código Penal em novembro de 2022”.
Os
líderes da CPLP reafirmaram o empenho na projeção internacional da CPLP através
da apresentação de candidaturas dos seus Estados-Membros a cargos e funções em
organizações multilaterais bem como o compromisso com a defesa e a promoção dos
direitos humanos no âmbito da CPLP, enquanto pilares da dignidade humana e do
bem-estar das populações dos Estados Membros.
Os
chefes de Estado “reconheceram a necessidade de reformar a governança do Fundo
Global para o Meio Ambiente, de modo a assegurar plena participação dos países
em desenvolvimento”
Por
outro lado, “reconheceram a importância de empresas e organizações que
trabalham na transição para uma economia azul sustentável e no alcançar do ODS
14 da Agenda 2030 da ONU, e, por conseguinte, da importância da segunda edição
do Sustainable Blue Economy Investment Forum (II SBEIF), a ter lugar no Centro
de Congressos do Estoril, em Cascais, no dia 4 de outubro de 2023”.
Diz
o documento que os líderes “sublinharam que a crise climática e ambiental
representa um dos mais relevantes desafios globais da humanidade para o
cumprimento da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e da Agenda
Africana de Desenvolvimento 2063, e que os seus impactos atingem de forma
desigual e com maior severidade as populações mais vulneráveis, nomeadamente
nos países em desenvolvimento, incluindo os Pequenos Estados Insulares em
Desenvolvimento;
“Reafirmaram
que a urgente necessidade de contribuir para a erradicação da pobreza em todas
as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, se mantém como o maior
desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável”,
– lê-se no documento.
No
plano regional, o documento diz que “condenaram o golpe de Estado de 26 de
julho no Níger e manifestaram o seu total apoio à União Africana e à CEDEAO nos
seus esforços de resolução da crise e da restauração da ordem constitucional,
privilegiando o uso de meios pacíficos”.
Do
âmbito internacional, a declaração final sublinha que os Chefes de Estado e do
governo da CPLP “expressaram profunda preocupação com o conflito em curso na
Ucrânia, e apelaram à retoma do caminho da paz e das relações pacíficas entre
os Estados”.
Composta
por 64 pontos em 17 páginas, a declaração final da Cimeira da CPLP em São Tomé,
contou com assinaturas dos sete Chefe de Estados presentes no evento,
nomeadamente, Carlos Vila Nova de São Tomé e Príncipe, João Lourenço de Angola,
José Maria Neves de Cabo-Verde, Lula da Silva de Brasil, Sissoco Embaló da
Guiné-Bissau, Teodoro Nguema da Guiné-Equatorial e Marcelo Rebelo de Sousa de
Portugal.
Assinaram
ainda o documento, a Presidente do Parlamento de Timor-Leste, Maria Fernanda
Lay, e três Primeiros-ministros, nomeadamente, António Costa de Portugal,
Ulisses Correia e Silva de Cabo-Verde e Patrice Trovoada de São Tomé e Príncipe
bem como o Ministro da Ciência de Moçambique, Daniel Nivagara. Ricardo Neto
- São Tomé e Príncipe in “STP-Press”
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