NPO Amazonas (P120) |
Recentemente, o jornal The
Namibian relatou a existência de uma “carta confidencial do embaixador da
Namíbia para a China, Ringo Abed, ao ministro dos Negócios Estrangeiros da
Namíbia, afirmando que uma delegação chinesa vai visitar a Namíbia para
discussões sobre o caminho a seguir, relativo ao plano proposto de uma base
naval em Walvis Bay”, base onde se encontra actualmente o Navio Patrulha
Oceânico Amazonas da armada brasileira.
Os relatórios dizem que
Pequim tem dito a diplomatas namibianos, que uma “presença naval chinesa irá
dissuadir qualquer ameaça, seja por pesca ilegal ou ações de contrabandistas.”
A China está no Oceano Índico baseada na estratégia de uma base naval (String
of Pearls), para proteger o país no século 21. Uma nova “Rota da Seda marítima”
parece que agora se estende por todo o caminho do Atlântico Sul.
O comércio anual da China
com a África aumentou 11 vezes na década de 2013, superior a US$ 200 bilhões e
empresas do país investiram no continente. Entre outros ativos, possui uma mina
de urânio na Namíbia e está construindo estradas no Quênia, fornecendo trens de
carga para a África do Sul.
The Military Balance 2015
avalia que existem atualmente 25 navios de origem chinesa em serviço nas
marinhas e guardas costeiras africanas. Isso faz com que a China, de longe,
seja o maior exportador naval asiático para os estados africanos, seguido por
Taiwan com seis navios atualmente em serviço com as marinhas africanas.
Como a China continua a
garantir contratos de exportação de defesa e, como a capacidade de construção
naval nacional em países como a Índia amadurece, há maior potencial de
concorrência entre países asiáticos para contratos navais africanos.
Desde contribuição inicial
da China para atividades anti-pirataria, o país aumentou muito na cooperação
marítima com a África, realizando exercícios com a Tanzânia e fornecendo navios
de guerra para a Marinha nigeriana.
Alguns observadores dizem
que os interesses crescentes da China e o envolvimento na África não conduzem
necessariamente à criação de bases navais chinesas em ou perto do continente.
Para abastecer seus navios, a marinha chinesa pode muito bem continuar usando o
modelo comercial-diplomático que a China vem desenvolvendo. A China não pode
estabelecer bases militares no exterior, mas pode ser capaz de manter a
expansão de sua presença naval em torno de África.
A população chinesa de
Madagáscar cresceu cinco vezes ao longo da última década para um número
estimado de 100.000 pessoas, tornando-se a terceira maior comunidade chinesa em
toda a África.
Walvis Bay |
O afluxo maciço de
imigrantes chineses e investimento na África, representam obstáculos significativos
para o desenvolvimento dos Estados Unidos e de esforços contraterrorismo na
região. Os esforços chineses exacerbam as tensões existentes sobre recursos naturais
escassos, apoiam regimes corruptos e consolidam ainda mais o “status quo” que provou ser um terreno
fértil para o extremismo islâmico.
Com a estimativa de um
milhão de cidadãos chineses que residem atualmente na África, alguns observadores
temem esse fenômeno representa uma espécie de neocolonialismo chinês. Luiz Padilha - Brasil In “Defesa
Aérea e Naval”
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