É nas antigas “roças”,
antigas explorações agrícolas do tempo colonial, que estão as melhores e mais
produtivas terras agrícolas de São Tomé e Príncipe. Ao longo dos anos, têm
vindo a ser concessionadas a políticos – e desaproveitadas. Agora, o governo são-tomense
quer rentabilizá-las.
Estas grandes extensões de
terra, desde há muito improdutivas ou não aproveitadas para os fins agrícolas a
que foram destinadas, deverão reverter num futuro próximo para a posse do
Estado, segundo medidas que o governo está a preparar, noticia o Africa Monitor
Intelligence.
São Tomé e Príncipe dispõe
de condições para produzir café e cacau de excecional qualidade. Estes dois
produtos têm vindo a valorizar significativamente nos últimos meses. A redução
das áreas de cultivo está apontada como uma das causas-chave do declínio porque
tem passado a agricultura no arquipélago.
As terras consideradas
improdutivas são, no essencial, parcelas de antigas roças. A título não oneroso
ou em condições simbólicas, foram nos últimos anos atribuídas em regime de
concessão a dirigentes políticos – na sua maior parte do MLSTP/PSD e PCD/GR. O
rendimento que obtêm provém em larga escala do plantio de árvores de corte,
vendida em toros.
Muitas das roças, de alto
valor arquitectónico, estão em estado de degradação bastante avançado. O
governo anterior analisou o aproveitamento do património para alojamentos
turísticos, para desenvolver o turismo rural e ecológico. O objetivo era criar
de postos de trabalho para a população local, e aumenta a entrada de divisas.
Em 1989, no âmbito de um
Programa de Ajustamento Estrutural, imposto pelo Fundo Monetário Internacional
e financiado pelo Banco Mundial, o governo são-tomense executou um programa de
reforma fundiária e privatizou as 14 empresas agrícolas do país, retalhando as
suas terras. As casas mantiveram-se na propriedade do Estado mas foram-se
degradando.
O Governo de São Tomé e
Príncipe vai lançar um concurso internacional para a recuperação das casas das
antigas roças, porque quer "preservar o aspeto arquitetónico dessas casas
coloniais e, ao mesmo tempo, permitir um desenvolvimento do turismo rural e do
turismo ecológico", disse o primeiro-ministro, Gabriel Costa. In “Africa
Monitor” - Portugal
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