“Há
mais embarcações de estrangeiros no nosso mar do que de nacionais”, denuncia
Nelson Sanó
Bissau - O Director-geral da
Pesca Artesanal lamentou hoje o facto de haver mais canoas de estrangeiros a
pescarem no mar guineense.
Em entrevista à ANG este
responsável disse ainda que os pescadores estrangeiros fazem a pesca com
embarcações de motores fora de bordo, contra os guineenses que são a minoria
neste subsector e muitos deles, com embarcações a remo e que só levam duas ou
três pessoas cada.
Segundo este responsável,
esse facto impede aos muitos nacionais de fazerem capturas de grande quantidade
nas suas actividades pesqueiras.
Para inverter esta situação,
o DGPA disse que o governo está a levar a cabo uma política de apoio aos
pescadores nacionais com embarcações de maior capacidade e a motor, capaz de
levar a bordo até cinco pessoas.
E a título de exemplo,
lembrou de quatro embarcações concedidas ao centro de pesca artesanal de
Cacine, no sul do país que deverão garantir, pelo menos, vinte postos de
trabalho aos pescadores para assegurar o abastecimento local do pescado.
“É preciso incentivar a
nossa camada juvenil a ter interesse pelo sector pesqueiro”, defendeu para
acrescentar que “diferentemente dos senegaleses, por exemplo, que “começam a
lidar com a actividade piscatória desde pequeno”, rematou.
Para resolver este e outros
problemas, disse que a actual orgânica da Secretaria de Estado das Pescas e
Economia Marítima cria a Direcção-geral da Formação, para sensibilizar os jovens
para encararem o sector das pescas para “engrossar a fileira” e, assim, gerar
novos postos de trabalho.
Por outro lado, Sanó disse
que acontece situações de existência de navios industriais no país que “querem
os nacionais”, mas no entanto, faltam-lhes a devida especialização.
“Estas embarcações acabam
por contratar os estrangeiros com mais aptidão em matéria da pesca”, referiu.
Abordado sobre um eventual
acordo entre as autoridades guineenses e a empresa Chinesa denominada
“Corporação Nacional da República Popular da China”, Sanó disse que este
assunto está a ser tratado a “nível superior”.
Nelson Sanó afirmou por
outro lado, que todo o investimento no subsector da pesca artesanal visa
fundamentalmente reduzir o desemprego e consequentemente, fazer crescer a
economia guineense, como prevê o Documento Estratégico Nacional para a Redução
da Pobreza, o DENARP, em relação ao sector das pescas.
De acordo com Carlos Nelson
Sanó, o mais importante é que o sector privado assuma a “dinâmica” do sector
das pescas e que o governo, por sua vez, se limita a traçar políticas
sectoriais, com vista ao desenvolvimento do mesmo.
Nelson Sanó referiu que
ultimamente tem-se verificado um crescente interesse de particulares sobre esta
área e a título de exemplo cita o centro de pesca artesanal de Cacheu cuja
exploração está a registar muitas solicitações.
Finalmente, o Director-geral
da Pesca Artesanal exortou a todos os guineenses e, em particular, ao
empresariado nacional a interessar-se e a investir neste subsector pesqueiro,
em prol do desenvolvimento do país. In “Agência de Notícias da Guiné” – Guiné-Bissau
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