O antigo presidente da Câmara
Municipal de Serpa e actual líder da autarquia de Beja, João Rocha,
referindo-se ao aeroporto internacional de Beja afirmou: "O processo de
desenvolvimento do aeroporto está aquém das expectativas, não só da autarquia,
mas também das instituições representativas da comunidade local".
Foto: Hugo Rainho |
Entre os constrangimentos que
considera estarem a afetar o desenvolvimento do aeroporto, o presidente da
autarquia capital do Baixo Alentejo, salienta “a falta de interesse efetivo
manifestado pela entidade gestora” a ANA - Aeroportos de Portugal.
Refira-se que já foi chamada a atenção por passageiros estrangeiros
utilizadores da aviação executiva, para o elevado custo da utilização do
aeroporto de Beja, não tornando viável qualquer uso pelas companhias aéreas de
voos regulares.
A ANA – Aeroportos de
Portugal, uma antiga empresa pública, na altura da privatização foi adquirida
pela Vinci, uma empresa francesa, em Dezembro de 2012, que investiu para ganhar
dinheiro, aliás muito dinheiro, com os aumentos sucessivos das taxas
aeroportuárias que tem praticado nos principais aeroportos portugueses. Enquanto
os aumentos no aeroporto de Lisboa são motivados pelo aumento do tráfego aéreo,
em Beja acontece o contrário.
Na realidade a Vinci não está
apenas para ganhar dinheiro, aliás muito dinheiro, está também para defender os
interesses franceses na Europa e para tal é necessário “matar pela raiz” o
aeroporto internacional de Beja que começou a operar há precisamente quatro
anos, a 13 de abril de 2011.
Para a França, o aeroporto
internacional de Beja representa dois factores concorrenciais, o primeiro no
sector do transporte de passageiros, pois o aeroporto tem a capacidade para se
tornar numa nova centralidade turística, para uma área que abrange cerca de 1/3
do território continental português, desviando para Portugal turistas que
apreciem a paisagem, a história, a gastronomia, a caça, o artesanato, a cultura, as
actividades radicais, a praia, o desporto. Recorde-se que esta região, a do
Alentejo, gere apenas 3% das receitas nacionais de turismo. O segundo, no
sector de transportes de mercadorias, com a sua proximidade ao porto de águas
profundas de Sines, uma porta de entrada e saída para os portos dos continentes
americano, africano, asiático, permitindo um ganho substancial de tempo, para
as mercadorias que passam pelo canal do Panamá e que passarão no futuro canal
da Nicarágua.
Perante a gestão inútil da ANA
– Aeroportos de Portugal, caberá ao futuro governo de Portugal saído da próxima
eleição a realizar neste ano de 2015, reverter para o Estado português esta
infraestrutura e colocá-la ao serviço de Portugal e dos portugueses.
Já no passado fizemos referência
ao aeroporto internacional de Beja, para ler o que então escrevemos, aceda ao
texto Aeroportos.
Baía da Lusofonia
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