Goiás
terá rota para o Oceano Pacífico
Acordo entre os governos
brasileiro, chinês e peruano dá início à construção da Ferrovia Transoceânica,
ligando o Atlântico ao Pacífico, iniciando no Rio de Janeiro, passando por
Uruaçu até os portos de San Juan, Matarini e Llo, no Peru.
Reduzir para US$ 30 o preço
da tonelada de grãos exportado para a Ásia. Essa é uma das metas do governo
brasileiro e do governo chinês com a Ferrovia Transoceânica, ou Ferrovia
Transcontinental, que terá 5,3 mil km, dos quais 2,9 mil km passando pelo Brasil.
A ferrovia será construída em seis anos e ligará o litoral norte do Rio de
Janeiro à malha ferroviária do Peru passando pelas cidades de Uruaçu (GO),
Vilhena (RO), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Cruzeiro do Sul (AC) e
Boqueirão da Esperança (Fronteira Brasil-Peru). A Ferrovia Transcontinental
ainda integra a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fiol) que sai de Ilhéus
(BA) ligando-se à Ferrovia Norte-Sul em Figueirópolis (TO).
A ideia do trecho
ferroviário ligando os oceanos Atlântico e Pacífico surgiu em 2007. Já em 2009
o trecho entre Uruaçu (GO) e Vilhena (RO) teve seu pré-projeto concluído e
foram estimados que a extensão desse trecho será de 1.500 quilômetros a um
custo de R$ 5,25 bilhões em bitola larga permitindo uma velocidade de até 120
km/hora.
A Ferrovia Transoceânica
teve início com protocolo assinado entre os presidentes da China, Xi Jinping, e
do Peru, Ollanta Humala, assinaram em novembro de 2014 um memorando de
entendimento para a criação de um grupo de trabalho trilateral, que permitirá o
avanço do projeto de conexão ferroviária bioceânica entre Peru e Brasil com
participação chinesa.
Este foi um dos sete acordos
que Xi e Humala assinaram na reunião realizada no Grande Palácio do Povo de
Pequim. O roteiro faz parte da visita oficial que o líder peruano realiza à
China após sua participação na cúpula do fórum da Apec (Cooperação Econômica
Ásia-Pacífico, na sigla em inglês).
Corredor
Com a assinatura do
memorando do grupo de trabalho sobre a ferrovia bioceânica, mais um passo foi
dado na iniciativa de construção de um corredor que atravesse a América do Sul
entre Peru e o Brasil e conecte os oceanos Atlântico e Pacífico. O acordo
trilateral foi assinado pelo Ministério de Transportes e Comunicação do Peru, o
Ministério dos Transportes do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e
Reforma da China.
Em julho do ano passado, os
presidentes da China, Xi Jinping, e do Brasil, Dilma Roussef (PT), já haviam
assinado um memorando que permite o investimento de empresas chinesas em
ferrovias brasileiras. A CRCC (China Railway Construction Corporation) assinou
com a Camargo Corrêa um termo de acordo para estudar a formação de consórcios
para disputar leilões de concessões de trechos de ferrovias.
De acordo com o jornal Folha
de S.Paulo, o primeiro negócio que o futuro consórcio pode disputar é o leilão
do trecho de ferrovia que liga Lucas de Rio Verde (MT) a Campinorte (GO), na
Ferrovia Norte-Sul. Outros cinco trechos despertam o interesse dos chineses nos
próximos anos, entre eles a Ferrovia Transoceânica e outros ramais da Fiol
(Ferrovia de Integração Oeste-Leste), com 1.527 km de extensão, estabelecerá à
comunicação entre o porto em Ilhéus e as cidades baianas de Caetité e Barreiras
a Figueirópolis, no Tocantins, ponto de interligação dessa ferrovia com a FNS.
(Com informações da Valec e jornal Folha de S.Paulo). Marcus Vinícius – Brasil in
“Diário da Manhã”
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