A construção de cinco novas
barragens hidroeléctricas em Moçambique e a expansão da Hidroeléctrica de
Cahora Bassa vão aumentar o potencial de produção de energia do país em cerca
de 3600 megawatts, envolvendo investimentos superiores a 7000 milhões de dólares.
Num quadro de aumento do
consumo de energia a um ritmo médio anual de 82 megawatts (cerca de 14%),
segundo dados do Ministério da Planificação e Desenvolvimento (MPD), Moçambique
encontra na expansão do sector energético um dos seus maiores desafios económicos,
atendendo às crescentes exigências industriais que se vão manifestando um pouco
por todo o país.
E é neste contexto que no
Plano Quinquenal do Governo 2015-2019, que será votado pelo Parlamento
moçambicano a partir de início de Abril, o Executivo expressa a prioridade de
ver desenvolvidos vários empreendimentos de produção de energia, alguns dos
quais com investidores e financiamento já garantidos.
Este é caso da
Hidroeléctrica de Lupata, na província de Tete, com um potencial de geração de
416 megawatts, que vai exigir um investimento de cerca de 1072 milhões de
dólares, realizado através de um consórcio que reúne as empresas Hydroparts
Holding e Cazembe Holding, ambas sediadas nas Maurícias, e ainda a estatal
Electricidade de Moçambique (EDM) e a Sonipal, de Moçambique.
Também na província de Tete,
e ao longo do rio Zambeze, a Hidroeléctrica de Boroma irá contar com uma
potência instalada de 210 megawatts, tendo como empresas promotoras a Rutland
Holding, das Maurícias, a EDM e a Sonigal, que terão de investir 572,5 milhões
de dólares para desenvolver o empreendimento.
Se somados, os dois
projectos podem vir a criar mais de 4000 postos de trabalho, segundo o Centro
de Promoção de Investimentos de Moçambique, através do qual foram realizados os
investimentos em 2014.
O plano orientador das
políticas governamentais dá também prioridade ao arranque da construção da
Barragem de Mphanda Nkuwa, a cerca de 70 km a nordeste da cidade de Tete e a 61
km a sudeste da Barragem de Cahora Bassa, num projecto com potencial de geração
de 1500 megawatts, que tem uma estimativa de custo de 4,2 mil milhões de
dólares.
Já concessionada às empresas
Camargo Corrêa (40%), do Brasil, Insitec (40%), de Moçambique, e EDM (20%), a
barragem deverá estar concluída em 2017, segundo indica o Programa Integrado de
Investimentos do MPD, revisto em Junho de 2014.
Neste documento, o MPD
sinaliza também a construção da Central Hidroeléctrica de Lúrio, em Nampula,
mencionando uma capacidade de geração de 180 megawatts e um custo de investimento
de cerca de 480 milhões de dólares, mas, para já, o projecto não tem
investidores conhecidos.
Semelhante situação
verifica-se com a Hidroeléctrica de Alto Malema, também em Nampula, com um
potencial de geração de 60 megawatts, que figura no Programa Quinquenal do
Governo.
Por outro lado, o Executivo
destaca o avanço da segunda fase da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB),
projecto também designado Cahora Bassa Norte, cuja construção vai aumentar em
1250 megawatts a capacidade de produção de energia do empreendimento,
actualmente de 2075 megawatts. O custo do projecto está avaliado em cerca de
700 milhões de dólares, de acordo com estimativas do MPD.
Na estrutura accionista da
HCB, o Estado moçambicano possui uma participação de 92,5%, enquanto a
portuguesa Redes Energéticas Nacionais (REN), que é participada em 25% pela
State Grid Corporation of China (SGCC), detém a quota remanescente de 7,5%.
Moçambique conta actualmente
com uma capacidade de produção de cerca de 2300 megawatts, sendo a HCB o
empreendimento que mais energia produz no país.
Grande parte da produção da
barragem (cerca de 75%) é destinada à exportação, designadamente para o
Zimbabwe e para a África do Sul, país cuja instituição eléctrica nacional, a
Eskom, mantém um acordo com a HCB para a compra anual de 1100 megawatts, válido
até 2029. In “Jornal Notícias” - Moçambique
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