No âmbito do projeto FISHEUTRUST o IPMA organizou a recolha de amostras biológicas de diferentes tecidos de dourada e mexilhão, em condições de cultivo e selvagem. Estas amostras irão ser analisadas e estudadas pelo próprio IPMA e por outros parceiros do projeto, através de análises avançadas (microbioma, biomarcadores genéticos, isótopos estáveis), bem como caracterização da qualidade nutricional.
Esta
investigação ambiciosa e inovadora abrirá caminho para o desenvolvimento de um
conjunto completo de ferramentas que integram abordagens metagenómicas e
genéticas e de isótopos estáveis para avaliar a qualidade, garantir a segurança
alimentar e progredir em direção à rastreabilidade e autenticidade do produto
pescado em toda a cadeia de valor até chegar ao consumidor, ajudando assim a
incutir níveis mais elevados de confiança nos consumidores.
As
douradas de aquacultura foram da Estação Piloto de Piscicultura de Olhão
(EPPO), a dourada selvagem foi pescada ao largo do Algarve, tendo sido
adquirida através da DOCAPESCA. As amostras de mexilhão foram disponibilizadas
pela Finisterra SA, tendo a empresa Sagremarisco Lda, procedido à sua recolha.
O
projeto europeu FishEUTrust
(HORIZON- Ref 101060712) intitulado “European integration of new technologies
and social-economic solutions for increasing consumer trust and engagement in
seafood products”, envolve um consórcio de 22 parceiros internacionais, cujo
principal objetivo é garantir uma cadeia de abastecimento sustentável do
produto pescado, desenvolvendo soluções que proporcionem a transparência e a
rastreabilidade.
Em
particular, são visados produtos de aquacultura a uma escala europeia,
abordando a dieta, a saúde e os comportamentos/preocupações dos consumidores,
bem como a aquacultura sustentável/economia azul. O IPMA participa neste
projeto com a Divisão de Aquicultura, Valorização e Bioprospeção (Algés) e da
EPPO (Olhão).
O
IPMA tem um papel fundamental neste projeto, participando em múltiplas
atividades que abrangem diversos Work-Packages (WP), nomeadamente WP1, WP4-6,
WP8 e WP9. Estas WPs abrangem vários assuntos para os quais a experiência e
conhecimento do IPMA são cruciais:
(i)
ciência e tecnologia da aquacultura (incluindo testes de inovação à escala
piloto);
(ii)
saúde e bem-estar dos organismos cultivados;
(iii)
estudo da qualidade nutricional do produto pescado;
(iv)
comunicação e disseminação de conhecimento nestas áreas junto de atores do
setor, estudantes e público em geral.
O
IPMA irá também construir um ‘Living Lab’ dedicado a quebrar mitos e equívocos
nas mentes dos consumidores em relação aos produtos de aquacultura. Além disso,
no WP4, espera-se que o IPMA contribua para o desenvolvimento de ferramentas
avançadas para desmascarar tais mitos, alcançando níveis mais elevados de
rastreabilidade e fiabilidade. Susana Freitas – Portugal in “Instituto
Português do Mar e da Atmosfera”
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