Terminadas as Festas, esperamos o Festival Internacional de Cinema de Berlim, de 15 a 25 de fevereiro, para saber se haverá filme brasileiro na principal competição internacional. Por enquanto, são três os filmes brasileiros em outras mostras. Para quem já esqueceu, o cinema brasileiro ainda é convalescente e está começando a se recuperar da falta de apoio, durante os quatro anos do governo Bolsonaro
O
74.º Festival de Berlim é também o quinto e último festival em Berlim do
diretor artístico Carlo Chatrian, o competente cinéfilo italiano, ex-crítico de
cinema, que havia dirigido o Festival Internacional de Cinema de Locarno.
Produtores, realizadores e artistas protestaram, em setembro, diante da
incompreensível demissão de Chatrian pela ministra alemã de Cultura, Claudia
Roth. Alguns vaticinam que, diante do escândalo provocado, o Festival de Berlim
também sujeito a cortes financeiros, poderá enfrentar boicotes e perder parte
de sua importância, a partir de 2025.
Na
mostra PANORAMA estará o filme BETÂNIA, de Marcelo Botta, com Diana Mattos -
Depois de perder o marido, a parteira Betânia, de 65 anos, é persuadida pelas
filhas a deixar a sua aldeia remota. Ela se aproxima das dunas dos Lençóis
Maranhenses, no norte do Brasil, e se aventura num novo começo.
Na
mostra FÓRUM será exibido o filme QUEBRANTE da realizadora Janaína Wagner. Dois
resumos - Erismar, professora aposentada e espeleóloga, enquanto percorre as
cavernas, ruínas e fantasmagorias da Rodovia Transamazônica – ainda uma
cicatriz recente do sonho destruído da história do Brasil – retratando suas
pedras e fantasmas. Quebrante explora as cavernas, ruínas e fantasmagorias da
Rodovia Transamazônica no Brasil. Retratando suas pedras e fantasmas, o filme
mergulha fundo na história e no presente desse projeto infraestrutural,
iniciado na ditadura militar.
Na
Mostra GERAÇÃO estará competindo o curta da realizadora Carolina Cavalcanti,
LAPSO com Beatriz Oliveira e Juan Queiroz. Dois adolescentes da periferia de
Belo Horizonte, no Brasil, se encontram enquanto cumprem medidas
socioeducativas. Através das experiências partilhadas de repressão por parte
das autoridades estatais, aproximam-se lentamente. Rui Martins – Suíça com “Berlinale”
______________________
Rui Martins é
jornalista, escritor, ex-CBN e ex-Estadão, exilado durante a
ditadura. Criador do primeiro movimento internacional dos emigrantes,
Brasileirinhos Apátridas, que levou à recuperação da nacionalidade brasileira
nata dos filhos dos emigrantes com a Emenda Constitucional 54/07. Escreveu
Dinheiro sujo da corrupção, sobre as contas suíças de Maluf, e o primeiro livro
sobre Roberto Carlos, A rebelião romântica da Jovem Guarda, em 1966. Foi
colaborador do Pasquim. Estudou no IRFED, l’Institut International de
Recherche et de Formation Éducation et Développement, fez mestrado no Institut
Français de Presse, em Paris, e Direito na USP. Vive na Suíça,
correspondente do Expresso de Lisboa, Correio do Brasil e RFI.
Sem comentários:
Enviar um comentário