Elsie Ao Ieong assumiu, na Assembleia Legislativa, que o número de tradutores-intérpretes das línguas oficiais de Macau é escasso. Em resposta às questões lançadas por Pereira Coutinho, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura garantiu que o Governo atribui “grande importância” ao tema e avançou que este ano lectivo há mais de 260 estudantes locais em cursos de ensino superior relacionados com a tradução chinês-português
Elsie
Ao Ieong, secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, concorda que, em
Macau, há escassez de tradutores-intérpretes das línguas oficiais. “De facto, o
número não é suficiente”, assumiu ontem na Assembleia Legislativa (AL), em
resposta a uma interpelação oral do deputado José Pereira Coutinho.
“O
Governo da RAEM atribui grande importância e apoia a formação de quadros
complexos bilingues e qualificados nas línguas chinesa e portuguesa”, assinalou
a secretária, acrescentando que a Direcção dos Serviços de Educação e de
Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) “dota os estudantes de diferentes áreas,
através de uma formação sistemática, das capacidades básicas linguísticas
necessárias para aprenderem as teorias da tradução nas duas línguas, de modo a
facilitar as suas futuras carreiras de tradução e interpretação ou em áreas
relevantes”.
Actualmente,
no ensino não superior, existem cerca de 3000 alunos que aprendem em escolas
com ambiente escolar de ensino de língua portuguesa, indicou a secretária. Ao
nível do ensino superior, este ano lectivo há mais de 260 estudantes locais em
cursos de ensino superior relacionados com a tradução chinês-português.
A
secretária disse também que “a DSEDJ aprofunda, de modo contínuo, a construção
de escolas oficiais com ensino de língua portuguesa que ministrem todos os
níveis de ensino e o desenvolvimento de turmas bilingues em chinês e
português”. Foi acrescentada este ano lectivo mais uma escola particular que
ministra cursos de língua portuguesa e tem elementos curriculares
internacionais. Foi também lançado, no ano passado, o “Programa de iniciação de
aprendizagem da língua portuguesa”, com uma duração de quatro anos, que
pretende ensinar, através de um curso de língua portuguesa com várias fases e
actividades de aprendizagem diversificadas, a alunos de língua portuguesa não
materna, capacidades integradas da língua portuguesa “para que os que tencionam
prosseguir os seus estudos em Portugal, no futuro, possam ter uma base sólida
nessa língua”.
No
ano passado, recorde-se, a secretária deslocou-se a Portugal, onde foram
assinados mais de dez acordos com várias instituições de ensino superior e
escolas secundárias.
Elsie
Ao Ieong disse também que este ano lectivo houve um total de 55 alunos que se
candidatou com sucesso a bolsas de estudo para o prosseguimento de estudos em
Portugal, sendo que 15 deles prosseguiram os seus estudos na Universidade do
Porto. Além disso, os alunos de Macau podem, agora, através dos resultados
obtidos no Exame Unificado de Acesso, candidatar-se a mais de 30 instituições
de ensino superior de Portugal.
Além
do prosseguimento de estudos em Portugal, várias instituições de ensino
superior de Macau também ministram cursos de língua portuguesa, de diversos
géneros e formam quadros bilingues em línguas chinesa e portuguesa, em
diferentes áreas, através da constituição, coordenada pelo Governo da RAEM, da
Aliança para formação de quadros bilingues qualificados nas línguas chinesa e
portuguesa, bem como da constituição de diversas alianças com instituições de
ensino superior do interior da China, de Portugal e de outros países/regiões,
indicou Elsie Ao Ieong. In “Ponto Final” - Macau
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