O historiador e antropólogo Gregório Tchikola defendeu, na Biblioteca Provincial do Huambo, que a cultura angolana deve ser preservada, transmitida e inserida no programa curricular das escolas, universidades públicas e privadas
Gregório
Tchikola, que falava na palestra subordinada ao tema "Unidade na
diversidade”, inserida nas comemorações do Dia da Cultura Nacional, assinalado
na segunda-feira, disse ser importante que nos programas curriculares escolares
sejam incorporados matérias ligadas ao acervo cultural nacional, como forma de
ajudar a juventude a conhecer melhor os costumes e ganhar o gosto pela
pesquisa.
O
historiador, que se dirigia aos criadores locais, sublinhou que a preservação
da cultura angolana passa também por aceitar as próprias origens, hábitos e
trabalhar para a criação de programas culturais que facilmente possam ajudar a
divulgar o mosaico cultural da região. "É preciso valorizar a nossa
cultura todos os dias, por estar ligada à educação de uma nação e nunca ser
exaltada somente nas datas de efemérides”, considerou.
O
tema "Unidade na diversidade”, disse, revela que o país é constituído por
culturas diferentes, o que é necessário é manter a unidade como povos de
culturas distintas, mas que podem conviver e partilhar experiências na
diversidade. O também professor universitário defendeu os símbolos nacionais
como uma riqueza cultural que se herdou e que devem ser preservados para as
gerações vindouras.
O
director do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, no
Huambo, Jeremias Piedade Chissanga, apelou para uma maior valorização,
divulgação e preservação da cultura no seu todo, para que não se perca a
essência.
O
responsável lamentou que, nos últimos tempos, os cidadãos estão a desvalorizar
os costumes da própria terra. Quanto ao número de fazedores de cultura no
Huambo, segundo o director do Gabinete Provincial, ronda os dez mil associados,
entre cantores, actores, artistas plásticos, escritores, artesãos, fabricantes
de olaria, cestaria, entre outros.
Chissanga
disse que existem infra-estruturas com condições aceitáveis para a dinamização
das acções culturais no Huambo, reforçado com o programa de melhoria das
condições sociais dos filiados.
O rei do Bailundo,
Tchongolola Tchongonga Ekuikui VI, apelou à necessidade do desenvolvimento da
indústria cultural no país, a fim de que os criadores encontrem mais espaço
para expor os seus conhecimentos e fomentar as actividades culturais e
artísticas. "Estamos preocupados com a falta de incentivos para a
preservação e valorização das tradições locais”, concluiu. Adolfo Mundombe –
Angola in “Jornal de Angola”
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